Dua Lipa se tornou uma das maiores estrelas do mundo da música nos últimos anos, quebrando inúmeros recordes de streamings e angariando condecorações merecidas – principalmente por sua elogiada incursão oitentista com o aclamado ‘Future Nostalgia’. E, agora, a popstar britânica faz um glorioso retorno ao mundo da música com “Dance The Night”, uma das faixas originais do vindouro live-action ‘Barbie’.
Considerando o impacto já causado pela adaptação, era apenas natural que a diretora Greta Gerwig se reunisse com artistas incríveis para fornecer uma perspectiva para além da imagem – mergulhando de cabeça em uma nostalgia musical que condissesse com esse cosmos cor de rosa e vibrante. Nesse quesito, Lipa tinha todos os elementos necessários, bem como uma paixão pelo passado que continua se traduzindo em suas inflexões fonográficas.
“Dance The Night” é exatamente o que esperávamos de uma canção para ‘Barbie’: uma dançante e bem demarcada construção que preza pelo hedonismo e pelo prazer da diversão. Não é surpresa que os primeiros toques, pincelados com um sintetizador ecoante e infundido com um orquestral disco, já nos levem automaticamente para o que a noite reserva, delineando uma pista de dança em que a única coisa que importa é deixar os problemas para trás e se perder nos holofotes. Com referências a Donna Summer, Gloria Gaynor e Diana Ross, Dua se perde no tempo e no espaço, em que o glitter e a emoção são regentes.
Todavia, não é apenas a cantora que nos chama a atenção; para a arquitetura da faixa, ela se reúne com Andrew Wyatt e Mark Ronson (ambos nomes muito conhecidos e aclamados na indústria), que ficam a encargo da produção. A conhecida habilidade dos dois é transmitida pela fluida progressão instrumental, pelas viradas inesperadas e por uma paixão pela arte da música que é notável da dupla – ora, é só nos recordarmos da magia criada em “Shallow”, pela qual venceram o Oscar de Melhor Canção Original ao lado de Lady Gaga.
Enquanto alguns podem dizer que Dua permanece muito apaixonada pela era que lhe deu ainda mais reconhecimento mundial, este que vos escreve não vê muito problema. Afinal, por mais que permaneça apaixonada pela estética disco e electro de décadas passadas, ela consegue fomentar elementos específicos que reiteram uma versatilidade invejável e uma capacidade de nos deixar feliz até mesmo em momentos de apatia.