sexta-feira , 6 dezembro , 2024

Crítica | Duas Tias Loucas de Férias – Comédia bobalhona com grande elenco

Por mais que pareça, fazer comédia não é fácil: tem que agradar, e muito. Mas fazer comédia é uma grande diversão, e determinados filmes, como o estreante ‘Duas Tias Loucas de Férias’, da Apple TV+, passam a sensação de que todo mundo ali estava de férias mesmo, e não apenas trabalhando.



Barb (Annie Mumolo) e Star (Kristen Wiig) são duas mulheres de meia idade que moram juntas, trabalham juntas e não têm vida social. Certo dia, são pegas de surpresa com o fechamento da loja onde trabalham, tendo que encarar uma demissão sumária. Nesse mesmo dia, encontram uma colega que comenta sobre o hotel Vista del Mar, na Flórida, onde acabara de passar as férias da sua vida, rodeada por gatões, praia e bebidas coloridas. Sem perspectivas de futuro, Barb e Star decidem embarcar numa viagem para o sul dos Estados Unidos, em busca muita diversão, mas o que elas não sabiam é que naquele mesmo local uma cientista malvada tinha planos de exterminar todos os moradores e turistas da região.

Seguindo a linha da comédia bobeirol, ‘Duas Tias Loucas de Férias’ é o tipo de filme da tarde de domingo que busca alcançar o grande público com o riso fácil e situações absurdas. Fica bem evidente as influências da produção, com situações similares a ‘Ace Ventura 2 – Um Maluco na África’, ‘Um Morto Muito Louco’ e ‘Austin Powers, porém, ao contrário desses outros sucessos, ‘Duas Tias Loucas de Férias’ não cria situações de riso espontâneo; as piadas são forçadas em situações controversas, em personagens caricatos e irreais que partem do princípio de que duas mulheres de meia idade não sabem se divertir e, portanto, caem de boca na primeira oportunidade que aparece, de maneira descontrolada.

Escrito pelas próprias protagonistas, Kristen Wiig e Annie Mumolo, o enredo é simples e calcado em situações escatológicas e exageradas, lembrando bastante as primeiras temporadas de ‘Zorra Total’. É exatamente onde o espectador consegue rir em ‘Duas Tias Loucas de Férias: ao ver o grande elenco passando muita vergonha alheia, especialmente Jamie Dornan, o eterno Christian Grey, como um rapaz submisso apaixonado, fazendo uma cena musical na praia onde extravasa toda sua dor de cotovelo dançando balé; e Andy Garcia, em participação especial como Tommy Bahamas, um herói de meia de estrada que entra em cena apenas para falar uma frase de efeito.

Dirigido por Josh Greenbaum, ‘Duas Tias Loucas de Férias’ é, por incrível que pareça, uma grande produção. A quantidade de figurantes, as locações, a produção de arte e de figurino preenchem a tela de tal modo, que a gente se sente de férias na Flórida, inclusive pela ótima trilha sonora escolhida a dedo. Até mesmo a composição estética da vilã chama atenção – uma albina meio Willy Wonka com um quê de Chapeleiro Maluco. Os tons de azul, branco e rosa estouram em cena, convidando o espectador a embarcar nesse sonho paradisíaco meio doido.

Duas Tias Loucas de Férias’ é um filme beeeem bobalhão, que não busca nada além disso. Cheio de famosos, a gente ri mais por eles estarem se submetendo às situações absurdas do que das piadas do longa. Um filme que deve ter divertido mais o elenco na hora da gravação do que o espectador, na hora de ver o resultado final.

Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Barb (Annie Mumolo) e Star (Kristen Wiig) são duas mulheres de meia idade que moram juntas, trabalham juntas e não têm vida social. Certo dia, são pegas de surpresa com o fechamento da loja onde trabalham, tendo que encarar uma demissão sumária. Nesse mesmo dia, encontram uma colega que comenta sobre o hotel Vista del Mar, na Flórida, onde acabara de passar as férias da sua vida, rodeada por gatões, praia e bebidas coloridas. Sem perspectivas de futuro, Barb e Star decidem embarcar numa viagem para o sul dos Estados Unidos, em busca muita diversão, mas o que elas não sabiam é que naquele mesmo local uma cientista malvada tinha planos de exterminar todos os moradores e turistas da região.

Seguindo a linha da comédia bobeirol, ‘Duas Tias Loucas de Férias’ é o tipo de filme da tarde de domingo que busca alcançar o grande público com o riso fácil e situações absurdas. Fica bem evidente as influências da produção, com situações similares a ‘Ace Ventura 2 – Um Maluco na África’, ‘Um Morto Muito Louco’ e ‘Austin Powers, porém, ao contrário desses outros sucessos, ‘Duas Tias Loucas de Férias’ não cria situações de riso espontâneo; as piadas são forçadas em situações controversas, em personagens caricatos e irreais que partem do princípio de que duas mulheres de meia idade não sabem se divertir e, portanto, caem de boca na primeira oportunidade que aparece, de maneira descontrolada.

Escrito pelas próprias protagonistas, Kristen Wiig e Annie Mumolo, o enredo é simples e calcado em situações escatológicas e exageradas, lembrando bastante as primeiras temporadas de ‘Zorra Total’. É exatamente onde o espectador consegue rir em ‘Duas Tias Loucas de Férias: ao ver o grande elenco passando muita vergonha alheia, especialmente Jamie Dornan, o eterno Christian Grey, como um rapaz submisso apaixonado, fazendo uma cena musical na praia onde extravasa toda sua dor de cotovelo dançando balé; e Andy Garcia, em participação especial como Tommy Bahamas, um herói de meia de estrada que entra em cena apenas para falar uma frase de efeito.

Dirigido por Josh Greenbaum, ‘Duas Tias Loucas de Férias’ é, por incrível que pareça, uma grande produção. A quantidade de figurantes, as locações, a produção de arte e de figurino preenchem a tela de tal modo, que a gente se sente de férias na Flórida, inclusive pela ótima trilha sonora escolhida a dedo. Até mesmo a composição estética da vilã chama atenção – uma albina meio Willy Wonka com um quê de Chapeleiro Maluco. Os tons de azul, branco e rosa estouram em cena, convidando o espectador a embarcar nesse sonho paradisíaco meio doido.

Duas Tias Loucas de Férias’ é um filme beeeem bobalhão, que não busca nada além disso. Cheio de famosos, a gente ri mais por eles estarem se submetendo às situações absurdas do que das piadas do longa. Um filme que deve ter divertido mais o elenco na hora da gravação do que o espectador, na hora de ver o resultado final.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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