quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Dupla Jornada: Comédia de vampiros é uma divertida e sangrenta aventura

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Sob uma coloração bem quente, que reforça a fotografia bastante solar do noroeste de Los Angeles, Dupla Jornada chega à Netflix como uma tentativa de resgatar o mesmo vigor do amado clássico dos anos 2000, Zumbilândia. Abusando de sua sanguinolência a partir de uma trama regada por muito humor e performáticas cenas de ação, a produção vampiresca é despretensiosa e faz de seus protagonistas caricatos uma ótima oportunidade para brincar com estereótipos sócio raciais que tanto vemos em Hollywood.



Entre uma vilã latina, um herói negro irreverente e um alinhado mauricinho, existe uma narrativa pouco inventiva, mas nem por isso menos atraente. Sem pretensão de inovar no gênero de produções de vampiros, a comédia de ação de J.J. Perry, roteirizada por Tyler Tice e Shay Hatten, acompanha um pai trabalhador que só quer proporcionar uma vida boa para a sua filha. Mas seu trabalho como limpador de piscinas na região do Valley é apenas uma fachada para sua verdadeira profissão de caçador de vampiros. E buscando proteger sua família, ele terá que enfrentar uma espécie de “chefona do crime” – uma bela mulher que se apropria das mesmas expressões piegas de tantos outros vilões mexicanos, fazendo as vezes de uma exímia caricatura hollywoodiana.

Sem qualquer detalhe preciso que explique a existência de vampiros no estado da Califórnia, Dupla Jornada está mais preocupada em oferecer um banquete sangrento, com confrontos hiperbólicos entre mortos e vivos, que fariam Isaac Newton se revirar no túmulo. E conforme Perry desafia a lei da gravidade, Jamie Foxx e Dave Franco se divertem em tela, compram a insana ideia de vampiros aprimorados que não temem a luz do sol e nos levam pela mesma aventura, com a certeza de que essa é mais uma daquelas aleatórias descargas de adrenalina que frequentemente são lançadas pela Netflix.

Com efeitos visuais medianos, mas muita química em tela, Dupla Jornada é uma mistura de diversos produtos da cultura POP, indo muito além do fator vampiresco. Com dois parceiros bem contrastantes que replicam o humor pastelão das duplas dinâmicas das comédias policiais, o longa traz de tudo um pouco – incluindo uma participação de Snoop Dogg. De ritmo rápido e repleto de sacadinhas cômicas cafonas, o filme faz do seu emaranhado de clichês um entretenimento completamente leve, que não se leva a sério e ainda premia a audiência com um balde de sangue a cada nova cena.

Com coreografias de lutas muito bem executadas, a comédia de ação brinca com nossos sentidos ao tirar proveito da enorme quantidade de sangue derramado e das inúmeras acrobacias mirabolantes – que rendem cenas extremamente ágeis e eletrizantes. Exigindo apenas duas horas livres de seu público, Dupla Jornada não quer revolucionar o gênero, pouco se importa com seu conceito e pode ser facilmente esquecido. Mas apesar de todas essas falhas, a comédia acerta naquilo que se propõe a fazer: divertir do começo ao fim, com a possibilidade de se tornar um novo prazer culposo, daqueles que nos relaxam após um dia estressante.

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Entre uma vilã latina, um herói negro irreverente e um alinhado mauricinho, existe uma narrativa pouco inventiva, mas nem por isso menos atraente. Sem pretensão de inovar no gênero de produções de vampiros, a comédia de ação de J.J. Perry, roteirizada por Tyler Tice e Shay Hatten, acompanha um pai trabalhador que só quer proporcionar uma vida boa para a sua filha. Mas seu trabalho como limpador de piscinas na região do Valley é apenas uma fachada para sua verdadeira profissão de caçador de vampiros. E buscando proteger sua família, ele terá que enfrentar uma espécie de “chefona do crime” – uma bela mulher que se apropria das mesmas expressões piegas de tantos outros vilões mexicanos, fazendo as vezes de uma exímia caricatura hollywoodiana.

Sem qualquer detalhe preciso que explique a existência de vampiros no estado da Califórnia, Dupla Jornada está mais preocupada em oferecer um banquete sangrento, com confrontos hiperbólicos entre mortos e vivos, que fariam Isaac Newton se revirar no túmulo. E conforme Perry desafia a lei da gravidade, Jamie Foxx e Dave Franco se divertem em tela, compram a insana ideia de vampiros aprimorados que não temem a luz do sol e nos levam pela mesma aventura, com a certeza de que essa é mais uma daquelas aleatórias descargas de adrenalina que frequentemente são lançadas pela Netflix.

Com efeitos visuais medianos, mas muita química em tela, Dupla Jornada é uma mistura de diversos produtos da cultura POP, indo muito além do fator vampiresco. Com dois parceiros bem contrastantes que replicam o humor pastelão das duplas dinâmicas das comédias policiais, o longa traz de tudo um pouco – incluindo uma participação de Snoop Dogg. De ritmo rápido e repleto de sacadinhas cômicas cafonas, o filme faz do seu emaranhado de clichês um entretenimento completamente leve, que não se leva a sério e ainda premia a audiência com um balde de sangue a cada nova cena.

Com coreografias de lutas muito bem executadas, a comédia de ação brinca com nossos sentidos ao tirar proveito da enorme quantidade de sangue derramado e das inúmeras acrobacias mirabolantes – que rendem cenas extremamente ágeis e eletrizantes. Exigindo apenas duas horas livres de seu público, Dupla Jornada não quer revolucionar o gênero, pouco se importa com seu conceito e pode ser facilmente esquecido. Mas apesar de todas essas falhas, a comédia acerta naquilo que se propõe a fazer: divertir do começo ao fim, com a possibilidade de se tornar um novo prazer culposo, daqueles que nos relaxam após um dia estressante.

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