domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | El Cid: Astro de La Casa de Papel em nova e excelente série de guerra da Prime Video

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A história de um povo é sempre calcada também em suas lendas, que ajudam a conferir um valor quase mitológico e folclórico aos fatos e que atravessam os séculos, permeando o nosso imaginário. Rodrigo Díaz de Vivar é a exata definição desse conceito. Como um valente guerreiro vanguardista, ele ajudou a conduzir a Hispânia na época em que estava dividida entre reinos rivais de cristãos e mouros. Se consagrando como um símbolo do arquétipo de herói, ele ainda é um dos exemplos mais antigos de ícone da cultura POP atemporal. Distante do conhecimento histórico geral do Brasil, mas celebrado avidamente na Europa, seu quase alter ego, El Cid, nunca esteve tão vivo. E a nova série espanhola original da Amazon Prime Video, também intitulada El Cid, traz de volta a sua trajetória, resgatando a sua jornada por uma ótica até então raramente explorada.



Quando se fala de El Cid, é natural que seus anos de ascensão e de glória sejam sempre retratados, assim como nos livros de história. Mas a Amazon Prime Video inverte o jogo e opta por trazer aqui uma percepção muito mais apurada e menos óbvia desta icônica figura espanhola. Pelas mãos de Luis Arranz e José Velasco, a jornada do nobre guerreiro se transforma em uma narrativa coming of age, que visa mostrar os seus anos de juventude e até mesmo imaturidade. Aqui, como um rapaz que ainda sofre pela perda do seu pai, ele tenta navegar em uma Hispânia cheia de conflitos internos e socioculturais, à medida que tenta também encontrar sua genuína identidade.

Entre dissabores amorosos e o constante anseio de se provar, Rui/Rodrigo, personagem vivido por Jaime Lorente, é um jovem completamente identificável que – ainda que esteja em pleno século XI – é absolutamente atemporal e se comunica com facilidade com as gerações atuais. E em meio a tantos contratempos dramáticos, a série fortalece os seus pilares na própria realidade em questão, se aprofundando nos átrios do reinado da época, conforme encorpa sua narrativa com muitas trapaças e jogos duplos do mesmo caráter de Game of Thrones.

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E em certos aspectos, ambas as séries até se parecem. Mas mostrando que a realidade é capaz de ser muito mais estranha que a própria ficção, El Cid é um conto muito bem desenvolvido, que absorve toda a sua historicidade real para construir uma trama cheia de tramóias, puxadas de tapete e muitas tretas familiares. Desenvolvendo de maneira clínica os seus mais diversos arcos, a produção original da Amazon surpreende pela habilidade em usar o seu tempo de tela, conferindo espaço suficiente para os seus protagonistas e coadjuvantes se desenvolverem. Com apenas seis episódios, a primeira temporada segue em um ritmo dinâmico, embora tenha alguns momentos de lentidão mais extensos.

Com cenas de batalha excepcionalmente executadas e lutas bem coreografadas, a série espanhola é um prato cheio para os amantes do gênero épico e se encaixa no perfil dos fãs de Vikings, GOT e The Last Kingdom. Se destacando ainda mais na construção de suas personagens femininas, a produção é categórica ao explorar cuidadosamente os arcos das mulheres, fazendo contrastes com o tempo de outrora, apresentando uma visão mais empoderada dessas protagonistas. Com Jaime Lorente desbravando novas facetas da sua performance, El Cid ainda é um banquete visual de encher os olhos, com uma belíssima fotografia que exalta a histórica riqueza e as mais belas paisagens da Espanha.

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A história de um povo é sempre calcada também em suas lendas, que ajudam a conferir um valor quase mitológico e folclórico aos fatos e que atravessam os séculos, permeando o nosso imaginário. Rodrigo Díaz de Vivar é a exata definição desse conceito. Como um valente guerreiro vanguardista, ele ajudou a conduzir a Hispânia na época em que estava dividida entre reinos rivais de cristãos e mouros. Se consagrando como um símbolo do arquétipo de herói, ele ainda é um dos exemplos mais antigos de ícone da cultura POP atemporal. Distante do conhecimento histórico geral do Brasil, mas celebrado avidamente na Europa, seu quase alter ego, El Cid, nunca esteve tão vivo. E a nova série espanhola original da Amazon Prime Video, também intitulada El Cid, traz de volta a sua trajetória, resgatando a sua jornada por uma ótica até então raramente explorada.

Quando se fala de El Cid, é natural que seus anos de ascensão e de glória sejam sempre retratados, assim como nos livros de história. Mas a Amazon Prime Video inverte o jogo e opta por trazer aqui uma percepção muito mais apurada e menos óbvia desta icônica figura espanhola. Pelas mãos de Luis Arranz e José Velasco, a jornada do nobre guerreiro se transforma em uma narrativa coming of age, que visa mostrar os seus anos de juventude e até mesmo imaturidade. Aqui, como um rapaz que ainda sofre pela perda do seu pai, ele tenta navegar em uma Hispânia cheia de conflitos internos e socioculturais, à medida que tenta também encontrar sua genuína identidade.

Entre dissabores amorosos e o constante anseio de se provar, Rui/Rodrigo, personagem vivido por Jaime Lorente, é um jovem completamente identificável que – ainda que esteja em pleno século XI – é absolutamente atemporal e se comunica com facilidade com as gerações atuais. E em meio a tantos contratempos dramáticos, a série fortalece os seus pilares na própria realidade em questão, se aprofundando nos átrios do reinado da época, conforme encorpa sua narrativa com muitas trapaças e jogos duplos do mesmo caráter de Game of Thrones.

E em certos aspectos, ambas as séries até se parecem. Mas mostrando que a realidade é capaz de ser muito mais estranha que a própria ficção, El Cid é um conto muito bem desenvolvido, que absorve toda a sua historicidade real para construir uma trama cheia de tramóias, puxadas de tapete e muitas tretas familiares. Desenvolvendo de maneira clínica os seus mais diversos arcos, a produção original da Amazon surpreende pela habilidade em usar o seu tempo de tela, conferindo espaço suficiente para os seus protagonistas e coadjuvantes se desenvolverem. Com apenas seis episódios, a primeira temporada segue em um ritmo dinâmico, embora tenha alguns momentos de lentidão mais extensos.

Com cenas de batalha excepcionalmente executadas e lutas bem coreografadas, a série espanhola é um prato cheio para os amantes do gênero épico e se encaixa no perfil dos fãs de Vikings, GOT e The Last Kingdom. Se destacando ainda mais na construção de suas personagens femininas, a produção é categórica ao explorar cuidadosamente os arcos das mulheres, fazendo contrastes com o tempo de outrora, apresentando uma visão mais empoderada dessas protagonistas. Com Jaime Lorente desbravando novas facetas da sua performance, El Cid ainda é um banquete visual de encher os olhos, com uma belíssima fotografia que exalta a histórica riqueza e as mais belas paisagens da Espanha.

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