sábado , 23 novembro , 2024

Crítica | Em Pedaços – Diane Kruger no melhor desempenho de sua carreira

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Ainda é cedo para dizer, e segundo apontam as más línguas a Alemanha não se encontra no top 5 dos filmes favoritos para uma indicação ao Oscar de produção estrangeira em 2018. Vale dizer também, que essas más línguas, a essa altura, apenas especulam. Seja como for, os votantes deveriam dar uma chance para Em Pedaços, justamente o representante da Alemanha no Oscar. E por mais que eu tenha gostado de outros selecionados, como o nosso próprio Bingo – O Rei das Manhãs, o drama alemão surge como um de meus preferidos.

Além disso, a protagonista da obra, a alemã mais Hollywoodiana dos últimos tempos, Diane Krurger, foi eleita a melhor atriz no prestigiado festival de Cannes. Kruger, em especial no seu início da carreira, se comportava mais como estrela do que atriz, trabalhando em grandes produções, e sendo reconhecida mais por sua capacidade de encher a tela com seu carisma e beleza, do que por seu alcance performático. Provação que toda beldade precisa passar e isso inclui os homens com estigma de galã, vide Tom Cruise, Brad Pitt e Leonardo DiCaprio. Entre as atrizes podemos citar a australiana Margot Robbie, que recentemente também cruzou a linha com sua atuação em I, Tonya.



Escrito e dirigido por Faith Akin, a trama começa com o traficante Nuri (Numan Acar) se casando, ainda dentro da prisão cumprindo sua pena. Após este curioso momento de abertura, pulamos no tempo para Katja (Diane Kruger), a esposa, já com o pequeno Rocco (Rafael Santana), filho do casal. A família está estabelecida e feliz. Nuri deixou seus dias como vendedor de drogas para trás e agora está à frente de um próspero escritório de administração. E assim, como uma bomba explodindo, literalmente, chega a dilacerante primeira reviravolta deste rico texto, que é o cerne da produção.

Katja perde seu marido e filho com uma explosão, logo descoberta como sendo intencional, que ocorreu em frente ao escritório da família, quando ela havia deixado horas antes o rebento para sair com a irmã. Essa realidade devastadora da perda, quando temos um paraíso em andamento, e o triste e amargo sabor do recomeço, é esmiuçado pelo roteiro, direção e atuações de forma minuciosa. Sentimos a visceral perda da protagonista e sua vida em frangalhos. A obra nos apresenta diversos níveis do fundo do poço pessoal, com alguns momentos terríveis, mas representados através de uma bela estética – como a cena da banheira.

E quando pensamos que Em Pedaços será apenas um dramalhão sobre perda e como se reerguer, surge o elemento suspense de tribunal, quando a morte da família da mulher aparece como crime e o crime se torna um atentado terrorista motivado por intolerância racial. Em uma de tantas guinadas, o longa se volta a discutir questões políticas, morais e sociais, tudo, obviamente, com muita propriedade. Além disso, vislumbramos o sistema jurídico alemão e, como não poderíamos deixar de fazer, traçamos paralelos e comparativos com nosso sistema falido, encontrando até similaridades, porém, muitas diferenças.

Tais guinadas de roteiro são todas divididas por capítulos, e após um exaustivo julgamento, apresenta-se o terceiro ato da obra, que não vale muito ser revelado para não estragar a surpresa. O que pode ser dito apenas é que neste desfecho entram em jogo alguns dos momentos mais tensos, de um filme que não alivia nem um pouco, e momentaneamente o transforma de gênero mais uma vez, criando agora um suspense congelante, que promete deixar o público sentado na beira de suas poltronas. É claro que esse passeio por gêneros e estilos é sempre servido com um respaldo de questões e dilemas dignos, dando a propriedade necessária a todos os tópicos adereçados.

De fato, inicio aqui minha campanha pela indicação de Kruger na época de prêmios, afinal a atriz atinge com o trabalho o ápice de sua carreira. As expressões faciais, em especial nos trechos do julgamento, são soberbas, e o cineasta foca em seu rosto num bate bola gostoso, no qual o talento de Kruger é posto à prova e não decepciona. Em Pedaços recai na categoria de filmes que continuam a nos surpreender, não importando quantos filmes você já assistiu em sua vida. Tenha certeza, este é especial.

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Além disso, a protagonista da obra, a alemã mais Hollywoodiana dos últimos tempos, Diane Krurger, foi eleita a melhor atriz no prestigiado festival de Cannes. Kruger, em especial no seu início da carreira, se comportava mais como estrela do que atriz, trabalhando em grandes produções, e sendo reconhecida mais por sua capacidade de encher a tela com seu carisma e beleza, do que por seu alcance performático. Provação que toda beldade precisa passar e isso inclui os homens com estigma de galã, vide Tom Cruise, Brad Pitt e Leonardo DiCaprio. Entre as atrizes podemos citar a australiana Margot Robbie, que recentemente também cruzou a linha com sua atuação em I, Tonya.

Escrito e dirigido por Faith Akin, a trama começa com o traficante Nuri (Numan Acar) se casando, ainda dentro da prisão cumprindo sua pena. Após este curioso momento de abertura, pulamos no tempo para Katja (Diane Kruger), a esposa, já com o pequeno Rocco (Rafael Santana), filho do casal. A família está estabelecida e feliz. Nuri deixou seus dias como vendedor de drogas para trás e agora está à frente de um próspero escritório de administração. E assim, como uma bomba explodindo, literalmente, chega a dilacerante primeira reviravolta deste rico texto, que é o cerne da produção.

Katja perde seu marido e filho com uma explosão, logo descoberta como sendo intencional, que ocorreu em frente ao escritório da família, quando ela havia deixado horas antes o rebento para sair com a irmã. Essa realidade devastadora da perda, quando temos um paraíso em andamento, e o triste e amargo sabor do recomeço, é esmiuçado pelo roteiro, direção e atuações de forma minuciosa. Sentimos a visceral perda da protagonista e sua vida em frangalhos. A obra nos apresenta diversos níveis do fundo do poço pessoal, com alguns momentos terríveis, mas representados através de uma bela estética – como a cena da banheira.

E quando pensamos que Em Pedaços será apenas um dramalhão sobre perda e como se reerguer, surge o elemento suspense de tribunal, quando a morte da família da mulher aparece como crime e o crime se torna um atentado terrorista motivado por intolerância racial. Em uma de tantas guinadas, o longa se volta a discutir questões políticas, morais e sociais, tudo, obviamente, com muita propriedade. Além disso, vislumbramos o sistema jurídico alemão e, como não poderíamos deixar de fazer, traçamos paralelos e comparativos com nosso sistema falido, encontrando até similaridades, porém, muitas diferenças.

Tais guinadas de roteiro são todas divididas por capítulos, e após um exaustivo julgamento, apresenta-se o terceiro ato da obra, que não vale muito ser revelado para não estragar a surpresa. O que pode ser dito apenas é que neste desfecho entram em jogo alguns dos momentos mais tensos, de um filme que não alivia nem um pouco, e momentaneamente o transforma de gênero mais uma vez, criando agora um suspense congelante, que promete deixar o público sentado na beira de suas poltronas. É claro que esse passeio por gêneros e estilos é sempre servido com um respaldo de questões e dilemas dignos, dando a propriedade necessária a todos os tópicos adereçados.

De fato, inicio aqui minha campanha pela indicação de Kruger na época de prêmios, afinal a atriz atinge com o trabalho o ápice de sua carreira. As expressões faciais, em especial nos trechos do julgamento, são soberbas, e o cineasta foca em seu rosto num bate bola gostoso, no qual o talento de Kruger é posto à prova e não decepciona. Em Pedaços recai na categoria de filmes que continuam a nos surpreender, não importando quantos filmes você já assistiu em sua vida. Tenha certeza, este é especial.

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