domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Emoji: O Filme – Animação bem inofensiva

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Nem LEGO, Nem Detona Ralph

Sinto que em breve serei o crítico mais odiado do Brasil, mas juro que não faço de propósito ou sequer é vontade de aparecer ou ser do contra. O que ocorre é que nesta área precisamos ser fiéis ao que interpretamos quando assistimos a uma produção cinematográfica. O mais fácil seria realmente nadar junto com a maré e não causar ondas. Se a maioria estiver falando mal, vamos com ela, ou vice versa. Isto seria algo totalmente antiético e a maior traição de nossos sentimentos.

Recentemente, fui um dos defensores (e talvez o único crítico – não vi mais ninguém, se souberem de algum por favor indiquem nos comentários) do odiado Death Note, da Netflix. Fiquei feliz ao saber que muitos de vocês, o público, compartilharam de minhas impressões, ao menos. Agora, ops, eu fiz de novo. Não me levem a mal, Emoji: O Filme está muito longe de ser uma obra-prima, mas também não é a execrável pior animação de todos os tempos como pintado pela maioria.



Veja bem, Emoji é um filme bem bobinho, mas ao mesmo tempo tem o coração no lugar certo. É uma produção inofensiva, daquele tipo que dá dó falar mal. A intenção fica numa mistura entre Uma Aventura Lego (2014) e Detona Ralph (2012), obviamente resultando em algo bem inferior aos dois. A ideia de se fazer um longa-metragem baseado nas carinhas de aplicativos de celular é esdrúxula o suficiente, e se tivesse recebido o sinal verde antes de 2014, seria algo ainda mais inimaginável – ou talvez sequer o teria recebido. O que ocorre é que após Uma Aventura Lego, as ideias mais idiotas ganharam novo sentido, se mostrando possíveis e plausíveis de se tornarem sucessos muito eficientes.

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Assim surgiu Emoji: O Filme, que mira em LEGO, usa trama similar a Detona Ralph, e termina como, bem, como algo saído do braço de animação da Sony. No lado positivo, a exibição para a imprensa contou com um curta de Hotel Transilvânia, que serve como prévia até que a parte 3 seja lançada ano que vem. Na trama, conhecemos a cidade dos Emojis – é sério!! – aonde cada emoji tem sua função dentro do celular do jovem Alex (voz de Jake T. Austin no original). Gene (voz de T.J. Miller no original), o emoji Meh (a carinha de desânimo), é o protagonista. Quando ele falha em seu único trabalho, começa sua jornada ao lado do emoji Hi-5 (voz de James Corden), a mãozinha, para que todos os aplicativos do celular não sejam deletados. É sério – parte dois!

Bem, o roteiro de Emoji é um dos elementos mais diluídos do longa, e podemos afirmar que este é o primeiro filme sobre o conserto de um celular da história – que é exatamente o que Alex, o humano fora do mundo dos Emojis, irá fazer. A semelhança com Detona Ralph está não apenas na busca do protagonista por seu lugar no mundo, se recusando a ser o que esperam dele – daí uma interessante analogia contida para os pequeninos, também presente em Formiguinhaz (1998), mas igualmente na estrutura que coloca o personagem principal bagunçando o coreto de um universo particular, desestruturando regras para conseguir seus objetivos. Assim como Ralph passava por inúmeros jogos em sua epopeia, Gene e seus amigos se deparam com diversos aplicativos num celular, entre eles Facebook, Instagram, jogo de dança e até mesmo o grudento Candy Crush.

São justamente tais momentos do roteiro escrito a quatro mãos por Tony Leondis (Igor), Eric Siegel, o também ator Mike White (Escola de Rock) e John Hoffman (da série Grace and Frankie) que o filme mostra algum brilho. Existem piadas, tiradas e referências que funcionam e criarão conexão com o disperso público jovem, mas que farão os adultos avessos a tanta tecnologia social boiarem. O interessante é que o filme, também dirigido por Leondis, faz questão de adereçar tais tópicos, como se catucasse seu público alvo, criticando-os levemente. Assim temos menções ao déficit de atenção da garotada, e inclusive ao desejo de estrelato dos usuários de mídias sociais – e como ter amigos reais não é tão importante quanto ser querido no mundo virtual.

Emoji também encontra tempo para discursar brevemente sobre a independência feminina, quando um emoji princesa deseja mais do que ser apenas isso – algo semelhante foi tentado com mais eficiência em Os Smurfs: A Vila Perdida (2017), filme que deu voz como nunca anteriormente para a Smurfette, a única mulher no meio de um bando de homens – não por coincidência, da mesma Sony. Por essas e por outras dá para perceber certa vontade dos realizadores do braço de animação do estúdio, de imprimir mensagens importantes em suas produções. Mesmo que nem tudo funcione, o caminho do acerto não está tão longe.

Ps. Dentre os erros está o emoji do cocô! Eles realmente fizeram isso. E eu achando que o Mr. Hankey, o cocô natalino e cantor do incorreto South Park era o auge da perda de noção.

Ps2. Em quanto tempo Emoji: O Filme ficará datado? Será interessante rever o filme daqui a dez anos e perceber: “ah, usávamos tal aplicativo, não é mesmo?”.

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Sinto que em breve serei o crítico mais odiado do Brasil, mas juro que não faço de propósito ou sequer é vontade de aparecer ou ser do contra. O que ocorre é que nesta área precisamos ser fiéis ao que interpretamos quando assistimos a uma produção cinematográfica. O mais fácil seria realmente nadar junto com a maré e não causar ondas. Se a maioria estiver falando mal, vamos com ela, ou vice versa. Isto seria algo totalmente antiético e a maior traição de nossos sentimentos.

Recentemente, fui um dos defensores (e talvez o único crítico – não vi mais ninguém, se souberem de algum por favor indiquem nos comentários) do odiado Death Note, da Netflix. Fiquei feliz ao saber que muitos de vocês, o público, compartilharam de minhas impressões, ao menos. Agora, ops, eu fiz de novo. Não me levem a mal, Emoji: O Filme está muito longe de ser uma obra-prima, mas também não é a execrável pior animação de todos os tempos como pintado pela maioria.

Veja bem, Emoji é um filme bem bobinho, mas ao mesmo tempo tem o coração no lugar certo. É uma produção inofensiva, daquele tipo que dá dó falar mal. A intenção fica numa mistura entre Uma Aventura Lego (2014) e Detona Ralph (2012), obviamente resultando em algo bem inferior aos dois. A ideia de se fazer um longa-metragem baseado nas carinhas de aplicativos de celular é esdrúxula o suficiente, e se tivesse recebido o sinal verde antes de 2014, seria algo ainda mais inimaginável – ou talvez sequer o teria recebido. O que ocorre é que após Uma Aventura Lego, as ideias mais idiotas ganharam novo sentido, se mostrando possíveis e plausíveis de se tornarem sucessos muito eficientes.

Assim surgiu Emoji: O Filme, que mira em LEGO, usa trama similar a Detona Ralph, e termina como, bem, como algo saído do braço de animação da Sony. No lado positivo, a exibição para a imprensa contou com um curta de Hotel Transilvânia, que serve como prévia até que a parte 3 seja lançada ano que vem. Na trama, conhecemos a cidade dos Emojis – é sério!! – aonde cada emoji tem sua função dentro do celular do jovem Alex (voz de Jake T. Austin no original). Gene (voz de T.J. Miller no original), o emoji Meh (a carinha de desânimo), é o protagonista. Quando ele falha em seu único trabalho, começa sua jornada ao lado do emoji Hi-5 (voz de James Corden), a mãozinha, para que todos os aplicativos do celular não sejam deletados. É sério – parte dois!

Bem, o roteiro de Emoji é um dos elementos mais diluídos do longa, e podemos afirmar que este é o primeiro filme sobre o conserto de um celular da história – que é exatamente o que Alex, o humano fora do mundo dos Emojis, irá fazer. A semelhança com Detona Ralph está não apenas na busca do protagonista por seu lugar no mundo, se recusando a ser o que esperam dele – daí uma interessante analogia contida para os pequeninos, também presente em Formiguinhaz (1998), mas igualmente na estrutura que coloca o personagem principal bagunçando o coreto de um universo particular, desestruturando regras para conseguir seus objetivos. Assim como Ralph passava por inúmeros jogos em sua epopeia, Gene e seus amigos se deparam com diversos aplicativos num celular, entre eles Facebook, Instagram, jogo de dança e até mesmo o grudento Candy Crush.

São justamente tais momentos do roteiro escrito a quatro mãos por Tony Leondis (Igor), Eric Siegel, o também ator Mike White (Escola de Rock) e John Hoffman (da série Grace and Frankie) que o filme mostra algum brilho. Existem piadas, tiradas e referências que funcionam e criarão conexão com o disperso público jovem, mas que farão os adultos avessos a tanta tecnologia social boiarem. O interessante é que o filme, também dirigido por Leondis, faz questão de adereçar tais tópicos, como se catucasse seu público alvo, criticando-os levemente. Assim temos menções ao déficit de atenção da garotada, e inclusive ao desejo de estrelato dos usuários de mídias sociais – e como ter amigos reais não é tão importante quanto ser querido no mundo virtual.

Emoji também encontra tempo para discursar brevemente sobre a independência feminina, quando um emoji princesa deseja mais do que ser apenas isso – algo semelhante foi tentado com mais eficiência em Os Smurfs: A Vila Perdida (2017), filme que deu voz como nunca anteriormente para a Smurfette, a única mulher no meio de um bando de homens – não por coincidência, da mesma Sony. Por essas e por outras dá para perceber certa vontade dos realizadores do braço de animação do estúdio, de imprimir mensagens importantes em suas produções. Mesmo que nem tudo funcione, o caminho do acerto não está tão longe.

Ps. Dentre os erros está o emoji do cocô! Eles realmente fizeram isso. E eu achando que o Mr. Hankey, o cocô natalino e cantor do incorreto South Park era o auge da perda de noção.

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