domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Entre Armas e Brinquedos – Mel Gibson É um Papai Noel ‘Duro de Matar’ em Ação da Netflix

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Não tá fácil para ninguém, nem mesmo para o bom velhinho. Na verdade, já foi o tempo em que a sétima arte retratava Papai Noel como um sujeito carismático e rechonchudo, amado por todos; hoje o lance é mostrar um outro lado do velhinho simpático – que, vamos lá: a bem da verdade ele conhece todo mundo e sabe onde todo mundo mora, né? Nessa pegada, estreou ano passado nos cinemas o filme ‘Noite Infeliz’, com o ator-em-evidência David Harbour no papel principal. Mas, antes disso, em 2020, houve um outro filme com proposta similar, de nome ‘Entre Armas e Brinquedos’, que agora está disponível aos assinantes da Netflix.



Chris Cringle (Mel Gibson) é o Papai Noel, mas seu trabalho está em franca decadência. Acontece que, nos dias de hoje, com as crianças estando tão altamente conectadas e tão amplamente mal educadas, sobra pouco espaço para as criancinhas realmente boas – e Papai Noel só consegue fabricar os presentes sob demanda, de acordo com o número de pimpolhos comportados, e recebe o pagamento de acordo com sua produtividade; assim, por fabricar e entregar menos presentes, a indústria mais eficiente do Pólo Norte está correndo o risco de fechar. Para evitar que isso aconteça, Chris decide aceitar uma proposta absurda: trabalhar por uns meses para o Exército dos Estados Unidos, cedendo seu terreno para que os militares se instalem. Em paralelo a isso, Billy Wenan (Chance Hurstfield), um garoto riquinho e super mimado, fica descontente com seu presente de Natal e decide contratar um matador de aluguel (Walton Goggins) para eliminar de vez o bom velhinho…

Com uma premissa curiosa (e um tanto esquisita) ‘Entre Armas e Brinquedos’ era para ser um filme que balançasse entre a ação e a comédia, entretanto, a comicidade não funciona. Então, por mais que o roteiro da dupla Eshom Nelms e Ian Nelms busque cenas algo leves e que proponham o riso – como quando a menina Christine (Ellison Grier Buttler) é sequestrada e o mimadíssimo Billy aparece para lhe torturar psicologicamente, mostrando-lhe a voltagem da eletricidade ao mesmo tempo em que come biscoitos com leite – o resultado não é risível (afinal, a menina foi sequestrada e estão ameaçando torturá-la!). Em suma, para que de fato a comicidade funcionasse, era necessário leveza – coisa que nem as cenas, nem os diálogos e nem as interpretações proporcionaram.

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Se deixarmos isso de lado e focarmos apenas na ação, ‘Entre Armas e Brinquedos’ é um filme muito louco que consegue colocar Papai Noel trocando tiro e treinando boxe nas horas vagas – e tudo isso interpretado por um Mel Gibson ranzinza. No meio disso tudo ainda meteram o exército dos EUA com sua macheza e sua frieza, em contraste com geleias e doces dos elfos: tudo feito de uma forma super séria, como um verdadeiro Papai NoelDuro de Matar’. Ou, com o perdão do trocadilho, como se Papai Noel fosse um bom velhinho para as crianças boas, e uma verdadeira ‘Máquina Mortífera’ para quem não se comporta.

Entre Armas e Brinquedos’ é um filme de Natal que pode ser visto fora de época porque, afinal, o “espírito natalino” não é exatamente seu foco.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Chris Cringle (Mel Gibson) é o Papai Noel, mas seu trabalho está em franca decadência. Acontece que, nos dias de hoje, com as crianças estando tão altamente conectadas e tão amplamente mal educadas, sobra pouco espaço para as criancinhas realmente boas – e Papai Noel só consegue fabricar os presentes sob demanda, de acordo com o número de pimpolhos comportados, e recebe o pagamento de acordo com sua produtividade; assim, por fabricar e entregar menos presentes, a indústria mais eficiente do Pólo Norte está correndo o risco de fechar. Para evitar que isso aconteça, Chris decide aceitar uma proposta absurda: trabalhar por uns meses para o Exército dos Estados Unidos, cedendo seu terreno para que os militares se instalem. Em paralelo a isso, Billy Wenan (Chance Hurstfield), um garoto riquinho e super mimado, fica descontente com seu presente de Natal e decide contratar um matador de aluguel (Walton Goggins) para eliminar de vez o bom velhinho…

Com uma premissa curiosa (e um tanto esquisita) ‘Entre Armas e Brinquedos’ era para ser um filme que balançasse entre a ação e a comédia, entretanto, a comicidade não funciona. Então, por mais que o roteiro da dupla Eshom Nelms e Ian Nelms busque cenas algo leves e que proponham o riso – como quando a menina Christine (Ellison Grier Buttler) é sequestrada e o mimadíssimo Billy aparece para lhe torturar psicologicamente, mostrando-lhe a voltagem da eletricidade ao mesmo tempo em que come biscoitos com leite – o resultado não é risível (afinal, a menina foi sequestrada e estão ameaçando torturá-la!). Em suma, para que de fato a comicidade funcionasse, era necessário leveza – coisa que nem as cenas, nem os diálogos e nem as interpretações proporcionaram.

Se deixarmos isso de lado e focarmos apenas na ação, ‘Entre Armas e Brinquedos’ é um filme muito louco que consegue colocar Papai Noel trocando tiro e treinando boxe nas horas vagas – e tudo isso interpretado por um Mel Gibson ranzinza. No meio disso tudo ainda meteram o exército dos EUA com sua macheza e sua frieza, em contraste com geleias e doces dos elfos: tudo feito de uma forma super séria, como um verdadeiro Papai NoelDuro de Matar’. Ou, com o perdão do trocadilho, como se Papai Noel fosse um bom velhinho para as crianças boas, e uma verdadeira ‘Máquina Mortífera’ para quem não se comporta.

Entre Armas e Brinquedos’ é um filme de Natal que pode ser visto fora de época porque, afinal, o “espírito natalino” não é exatamente seu foco.

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