domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Escondidos – Terror dos irmãos Duffer, criadores de ‘Stranger Things’

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Ainda Existe Criatividade no Terror

Assim como em todos os gêneros, o terror vive se reinventando constantemente. E daí surgem novas vozes, cheias de vontade de falar e gritar. É o caso dos irmãos Duffer, hoje cineastas sensação devido ao fenômeno pop cultural Stranger Things, série da Netflix. Antes disso, no entanto, os diretores estreavam no cinema com seu primeiro (e único) longa, e logo de cara mostravam a que vinham.

Curiosamente, Escondidos realmente ficou escondido do grande público, chegando à luz agora, após o sucesso de seus criadores – tática antiga (segurar uma produção até algum de seus envolvidos explodir). O que ocorre é que na maioria das vezes esta estratégia é usada para filmes ruins, mas o debute de Matt e Ross Duffer não necessitava de tal artifício, já que sustenta-se perfeitamente por conta própria, exibindo criatividade de poucas obras do gênero.



Lançado em 2015 nos EUA, Hidden, no título original, amargou uma estreia direto no mercado de vídeo em países como Alemanha e Suécia, e na Itália chegou somente este ano nos cinemas. Ao menos foi melhor do que aqui no Brasil, onde Escondidos também emplacou no mercado de home vídeo, estreando em 2017 na TV a cabo, na rede HBO. Não estou reclamando, sendo a única possibilidade de assistir à obra sem dúvidas é melhor do que um não lançamento. Aliás, o sistema de home vídeo brasileiro, as TVs a cabo, e os canais de streaming, estão de parabéns – é claro que as distribuidoras nacionais estudam pelo mercado internacional o que daria certo nas salas de cinema de nosso país ou não.

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Recentemente, a Universal Pictures empacotou para o mercado de vídeo o sucesso Viagem das Garotas, prestigiado pela crítica e público nos EUA – que apesar de ser uma comédia escrachada (gênero para o qual o brasileiro tem apetite voraz), rendeu o prêmio de melhor coadjuvante do ano, segundo a crítica de Nova York, para Tiffany Hadddish; e terminou lançando nos cinemas o fiasco Boneco de Neve. Não estou dizendo que acertem sempre. É mais ou menos o que a Warner faz com Escondidos, terror dramático com potencial de muitos elogios, se ao menos fosse tirado das sombras.

A trama digna de Shyamalan, começa com uma família, pai, mãe e filha, interpretados por Alexander Skarsgard, Andrea Riseborough e a pequena Emily Alyn Lind respectivamente, enclausurados num bunker. No imenso depósito no subsolo, assim como os moradores rurais de A Vila (2004), eles conhecem muito bem a lenda de criaturas que permeiam a superfície e o quão mortais são. Dessa forma, esta família precisa viver respeitando uma lista de regras, entre elas a principal é: nunca fazer muito barulho. Escondidos é um filme que conta com um elenco reduzido, praticamente os três membros da família, e um único local, ao qual estão confinados.

Assim como nas obras do celebrado cineasta indiano, a estrela de Escondidos é seu roteiro. O texto guarda uma das reviravoltas mais inteligentes e inesperadas dentro do cinema de gênero dos últimos tempos. O fato se torna ainda mais louvável se levarmos em conta que vivemos numa era onde quase tudo já foi tentado e muito pouco ainda nos surpreende no terreno “desfechos inesperados”. Justamente por isso, para respeitar o preciso texto dos irmãos cineastas, quanto menos da trama for dito aqui, melhor. Vale dizer apenas que, assim como as obras do diretor de Fragmentado (2017), Escondidos nos chama a revisitá-lo após seu término, para juntarmos todas as peças, como num elaborado quebra-cabeça. E acredite, tudo se encaixa.

O clima construído pelos Duffer é o primordial aqui. A sensação de clausura, a paranoia e o medo são enfatizados como em poucas obras na atualidade. Dá para perceber que os diretores são adeptos da filosofia de que menos é mais. Muito mais perturbador que pulos e gritos na frente das câmeras, ter uma boa ideia na hora de confeccionar um filme de gênero ainda é o item mais necessário e satisfatório. O roteiro verdadeiramente primoroso, do nível de O Predestinado (2014), para termos uma ideia, subverte tudo o que havíamos traçado como certo até então, dá um nó em nossas mentes e nos faz redesenhar passo a passo o apresentado. De fato, Escondidos é tão bem sucedido que consegue dar sopro de frescor e adicionar elementos pouco vistos dentro de um subgênero específico. O filme só desperta nossa vontade de que os diretores voltem a fazer filmes. Isso é, quando acabarem com Stranger Things.

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Ainda Existe Criatividade no Terror

Assim como em todos os gêneros, o terror vive se reinventando constantemente. E daí surgem novas vozes, cheias de vontade de falar e gritar. É o caso dos irmãos Duffer, hoje cineastas sensação devido ao fenômeno pop cultural Stranger Things, série da Netflix. Antes disso, no entanto, os diretores estreavam no cinema com seu primeiro (e único) longa, e logo de cara mostravam a que vinham.

Curiosamente, Escondidos realmente ficou escondido do grande público, chegando à luz agora, após o sucesso de seus criadores – tática antiga (segurar uma produção até algum de seus envolvidos explodir). O que ocorre é que na maioria das vezes esta estratégia é usada para filmes ruins, mas o debute de Matt e Ross Duffer não necessitava de tal artifício, já que sustenta-se perfeitamente por conta própria, exibindo criatividade de poucas obras do gênero.

Lançado em 2015 nos EUA, Hidden, no título original, amargou uma estreia direto no mercado de vídeo em países como Alemanha e Suécia, e na Itália chegou somente este ano nos cinemas. Ao menos foi melhor do que aqui no Brasil, onde Escondidos também emplacou no mercado de home vídeo, estreando em 2017 na TV a cabo, na rede HBO. Não estou reclamando, sendo a única possibilidade de assistir à obra sem dúvidas é melhor do que um não lançamento. Aliás, o sistema de home vídeo brasileiro, as TVs a cabo, e os canais de streaming, estão de parabéns – é claro que as distribuidoras nacionais estudam pelo mercado internacional o que daria certo nas salas de cinema de nosso país ou não.

Recentemente, a Universal Pictures empacotou para o mercado de vídeo o sucesso Viagem das Garotas, prestigiado pela crítica e público nos EUA – que apesar de ser uma comédia escrachada (gênero para o qual o brasileiro tem apetite voraz), rendeu o prêmio de melhor coadjuvante do ano, segundo a crítica de Nova York, para Tiffany Hadddish; e terminou lançando nos cinemas o fiasco Boneco de Neve. Não estou dizendo que acertem sempre. É mais ou menos o que a Warner faz com Escondidos, terror dramático com potencial de muitos elogios, se ao menos fosse tirado das sombras.

A trama digna de Shyamalan, começa com uma família, pai, mãe e filha, interpretados por Alexander Skarsgard, Andrea Riseborough e a pequena Emily Alyn Lind respectivamente, enclausurados num bunker. No imenso depósito no subsolo, assim como os moradores rurais de A Vila (2004), eles conhecem muito bem a lenda de criaturas que permeiam a superfície e o quão mortais são. Dessa forma, esta família precisa viver respeitando uma lista de regras, entre elas a principal é: nunca fazer muito barulho. Escondidos é um filme que conta com um elenco reduzido, praticamente os três membros da família, e um único local, ao qual estão confinados.

Assim como nas obras do celebrado cineasta indiano, a estrela de Escondidos é seu roteiro. O texto guarda uma das reviravoltas mais inteligentes e inesperadas dentro do cinema de gênero dos últimos tempos. O fato se torna ainda mais louvável se levarmos em conta que vivemos numa era onde quase tudo já foi tentado e muito pouco ainda nos surpreende no terreno “desfechos inesperados”. Justamente por isso, para respeitar o preciso texto dos irmãos cineastas, quanto menos da trama for dito aqui, melhor. Vale dizer apenas que, assim como as obras do diretor de Fragmentado (2017), Escondidos nos chama a revisitá-lo após seu término, para juntarmos todas as peças, como num elaborado quebra-cabeça. E acredite, tudo se encaixa.

O clima construído pelos Duffer é o primordial aqui. A sensação de clausura, a paranoia e o medo são enfatizados como em poucas obras na atualidade. Dá para perceber que os diretores são adeptos da filosofia de que menos é mais. Muito mais perturbador que pulos e gritos na frente das câmeras, ter uma boa ideia na hora de confeccionar um filme de gênero ainda é o item mais necessário e satisfatório. O roteiro verdadeiramente primoroso, do nível de O Predestinado (2014), para termos uma ideia, subverte tudo o que havíamos traçado como certo até então, dá um nó em nossas mentes e nos faz redesenhar passo a passo o apresentado. De fato, Escondidos é tão bem sucedido que consegue dar sopro de frescor e adicionar elementos pouco vistos dentro de um subgênero específico. O filme só desperta nossa vontade de que os diretores voltem a fazer filmes. Isso é, quando acabarem com Stranger Things.

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