terça-feira , 5 novembro , 2024

Crítica | Eternos é o filme mais artístico, complexo e fora da caixinha da Marvel… pelo bem ou pelo mal!

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Com ‘Homem de Ferro‘ em 2008, a Marvel Studios conseguiu criar um dos melhores filmes de super-herói da história e iniciou um Universo Cinematográfico bem sucedido apostando e investindo alto em tudo aquilo que funcionou no filme. Com isso, tivemos outros filmes de origem de super-heróis do estúdio sempre seguindo uma mesma fórmula, com uma estrutura parecida. Afinal, para que mudar o que está dando certo? Foi assim que o estúdio repetiu seus truques até os fãs e os críticos começarem a se cansar da chamada “fórmula Marvel“.

Ouvindo os fãs e tentando expandir seu Universo, o estúdio começou a investir em ideias diferentes e tentar fugir da mesmisse, criando produtos muito interessantes como ‘Capitão América – O Soldado Invernal‘, que foi inspirado nos clássicos de espionagem dos anos 70, e a minissérie ‘WandaVision‘, que trazia um viés mais artístico para o mundo dos super-heróis.

Agora, o estúdio dá o seu maior passo para fugir da fórmula que ele mesmo criou e entrega ‘Eternos‘, o filme mais autoral, complexo e diferente que já realizou. E é claro, o filme está polarizando opiniões. Com uma história fragmentada e cheia de elementos e novos personagens, o filme se assemelha muito a ‘Batman vs Superman‘ em alguns quesitos.

Eternos‘ tem uma missão muito difícil e por vezes ingrata: expandir o lado místico do Universo da Marvel e mostrar como aconteceu a criação da galáxia, dos planetas, dos seres-humanos e contar a história da humanidade. É o filme mais ambicioso e complexo do estúdio, e muito difícil de se adaptar para as telonas.

A diretora Chloé Zhao se inspirou nos quadrinhos de Jack Kirby, que criou os personagens em 1976, e tenta adaptar a história da maneira mais cinematográfica possível – o que deixa tudo parecendo muito superficial.

A história épica, que abrange milhares de anos, apresenta um grupo de heróis imortais forçados a sair das sombras para se reunir contra os inimigos mais antigos da humanidade, os Deviantes.

Temos dez personagens para serem introduzidos e aprofundados, enquanto o roteiro escrito pela Chloé Zhao, Patrick Burleigh e Ryan Firpo usa uma trama não linear viajando por grandes eventos que aconteceram na Terra em 7 mil anos para explicar cada um dos personagens.

Obviamente, alguns arcos narrativos funcionam mais do que os outros e a interação entre os heróis parece rasa, pois eles vivem juntos há 7 mil anos mas parece que eles acabaram de se conhecer. Algumas motivações são extremamente infantis para seres milenares, o que causa uma estranheza.

Quem rouba a cena é Kumail Nanjiani como o poderoso-cósmico Kingo, que se tornou um astro do cinema de Bollywood. Sua história é a mais divertida e colorida, cheia de vida e carisma. Os destaques também vão para Lia McHugh como a eterna jovem de velha alma Sprite, que por viver no corpo de uma criança possui um grande dilema eterno; Brian Tyree Henry como o inventor inteligente Phastos, que se afasta dos Eternos e constitui uma família com outro homem, no arco narrativo mais sentimental do filme; e Angelina Jolie como a feroz guerreira Thena, que por ter uma doença pouco explorada e explicada no filme traz uma atuação caricata da Oscarizada atriz. Parece que ela está sempre meio perdida no rolê.

Gemma Chan está bem como a amante da humanidade Sersi, mas a atriz por vezes demonstra não ter a força para ser a grande protagonista da trama. Richard Madden vive o todo-poderoso Ikaris, Lauren Ridloff é a super-rápida Makkari, Salma Hayek é a sábia e espiritual líder Ajak, Don Lee vive o poderoso Gilgamesh e Barry Keoghan interpreta o indiferente e solitário Druig.

O excesso de personagens e tramas paralelas faz ‘Eternos‘ parecer um filme fragmentado, com muito a explicar, mas faz isso de uma maneira pouco aprofundada para tentar dar espaço para todos brilharem, mas o sol é para poucos. Alguns atores realmente se destacam, enquanto outros se perdem em seus próprios personagens.

Após uma longa introdução, o filme engata mesmo do meio para o final.

A diretora Chloé Zhao, que recentemente ganhou um Oscar por ‘Nomadland‘, cria um espetáculo visual como nunca antes visto na Marvel. O maior acerto do filme está em sua belíssima fotografia e nos embates épicos e recheados de ação. ‘Eternos‘ é, de fato, um deleite visual e um filme extremamente autoral e artístico.

Se não fosse a ambição do roteiro de ter que apresentar tantas histórias e personagens, ‘Eternos‘ provavelmente seria a maior produção da Marvel, mas fica aquela sensação de que o estúdio deu um passo maior do que a perna.

É um filme evento, que vai dividir opiniões por ser extremamente bem sucedido em algumas propostas, mas falhar em outras. E depende da sua expectativa: você pode comprar a ideia e embarcar na proposta, ou estranhar pelo filme se afastar tanto daquilo que o estúdio estava acostumado a entregar. De qualquer maneira, é uma experiência grandiosa.

Não saia do cinema antes das luzes se acenderem, pois temos aqui duas cenas pós-créditos que dão pistas sobre o futuro da Marvel nesse seu novo Universo Místico.

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Ouvindo os fãs e tentando expandir seu Universo, o estúdio começou a investir em ideias diferentes e tentar fugir da mesmisse, criando produtos muito interessantes como ‘Capitão América – O Soldado Invernal‘, que foi inspirado nos clássicos de espionagem dos anos 70, e a minissérie ‘WandaVision‘, que trazia um viés mais artístico para o mundo dos super-heróis.

Agora, o estúdio dá o seu maior passo para fugir da fórmula que ele mesmo criou e entrega ‘Eternos‘, o filme mais autoral, complexo e diferente que já realizou. E é claro, o filme está polarizando opiniões. Com uma história fragmentada e cheia de elementos e novos personagens, o filme se assemelha muito a ‘Batman vs Superman‘ em alguns quesitos.

Eternos‘ tem uma missão muito difícil e por vezes ingrata: expandir o lado místico do Universo da Marvel e mostrar como aconteceu a criação da galáxia, dos planetas, dos seres-humanos e contar a história da humanidade. É o filme mais ambicioso e complexo do estúdio, e muito difícil de se adaptar para as telonas.

A diretora Chloé Zhao se inspirou nos quadrinhos de Jack Kirby, que criou os personagens em 1976, e tenta adaptar a história da maneira mais cinematográfica possível – o que deixa tudo parecendo muito superficial.

A história épica, que abrange milhares de anos, apresenta um grupo de heróis imortais forçados a sair das sombras para se reunir contra os inimigos mais antigos da humanidade, os Deviantes.

Temos dez personagens para serem introduzidos e aprofundados, enquanto o roteiro escrito pela Chloé Zhao, Patrick Burleigh e Ryan Firpo usa uma trama não linear viajando por grandes eventos que aconteceram na Terra em 7 mil anos para explicar cada um dos personagens.

Obviamente, alguns arcos narrativos funcionam mais do que os outros e a interação entre os heróis parece rasa, pois eles vivem juntos há 7 mil anos mas parece que eles acabaram de se conhecer. Algumas motivações são extremamente infantis para seres milenares, o que causa uma estranheza.

Quem rouba a cena é Kumail Nanjiani como o poderoso-cósmico Kingo, que se tornou um astro do cinema de Bollywood. Sua história é a mais divertida e colorida, cheia de vida e carisma. Os destaques também vão para Lia McHugh como a eterna jovem de velha alma Sprite, que por viver no corpo de uma criança possui um grande dilema eterno; Brian Tyree Henry como o inventor inteligente Phastos, que se afasta dos Eternos e constitui uma família com outro homem, no arco narrativo mais sentimental do filme; e Angelina Jolie como a feroz guerreira Thena, que por ter uma doença pouco explorada e explicada no filme traz uma atuação caricata da Oscarizada atriz. Parece que ela está sempre meio perdida no rolê.

Gemma Chan está bem como a amante da humanidade Sersi, mas a atriz por vezes demonstra não ter a força para ser a grande protagonista da trama. Richard Madden vive o todo-poderoso Ikaris, Lauren Ridloff é a super-rápida Makkari, Salma Hayek é a sábia e espiritual líder Ajak, Don Lee vive o poderoso Gilgamesh e Barry Keoghan interpreta o indiferente e solitário Druig.

O excesso de personagens e tramas paralelas faz ‘Eternos‘ parecer um filme fragmentado, com muito a explicar, mas faz isso de uma maneira pouco aprofundada para tentar dar espaço para todos brilharem, mas o sol é para poucos. Alguns atores realmente se destacam, enquanto outros se perdem em seus próprios personagens.

Após uma longa introdução, o filme engata mesmo do meio para o final.

A diretora Chloé Zhao, que recentemente ganhou um Oscar por ‘Nomadland‘, cria um espetáculo visual como nunca antes visto na Marvel. O maior acerto do filme está em sua belíssima fotografia e nos embates épicos e recheados de ação. ‘Eternos‘ é, de fato, um deleite visual e um filme extremamente autoral e artístico.

Se não fosse a ambição do roteiro de ter que apresentar tantas histórias e personagens, ‘Eternos‘ provavelmente seria a maior produção da Marvel, mas fica aquela sensação de que o estúdio deu um passo maior do que a perna.

É um filme evento, que vai dividir opiniões por ser extremamente bem sucedido em algumas propostas, mas falhar em outras. E depende da sua expectativa: você pode comprar a ideia e embarcar na proposta, ou estranhar pelo filme se afastar tanto daquilo que o estúdio estava acostumado a entregar. De qualquer maneira, é uma experiência grandiosa.

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