quarta-feira , 4 dezembro , 2024

Crítica | Floresta Maldita

Florestas sempre foram um prato cheio como plano de fundo para filmes de terror. Basta colocar um grupo de jovens desavisados, celulares sem rede e um perigo iminente, e o roteiro está pronto, mudando apenas a forma como os personagens encontrarão o seu destino final – seja pelas mãos do Jason Voorhees, seja através de um vírus mortal comedor de carne. Em ‘Floresta Maldita‘, a situação é muito mais sútil, mas não menos assustadora. E o mais aterrorizante de tudo é que estamos falando um cenário real, por mais incrível que se possa imaginar.

Na trama, Sara tem uma irmã gêmea e logo se encontra desesperada ao saber sobre o seu desaparecimento misterioso. Ao chegar no Japão, Sara descobre que sua irmã foi vista pela última vez entrando na trilha para a floresta de Aokigahara, mais conhecida como a floresta dos suicidas. Apesar de todos a alertarem para não ir, ela entra na floresta, convencida de que sua irmã está viva e precisa de sua ajuda. Fora da trilha, Sara é cercada por horrores inexplicáveis. A floresta, dominada pelos espíritos dos que se entregaram a ela, fará de tudo para que Sara nunca mais volte para casa. Ao mesmo tempo em que tenta resistir às alucinações, Sara está mesmo determinada a descobrir a verdade sobre o paradeiro de sua irmã – nem que para isso tenha que adentar na parte mais sombria da floresta.



floresta maldita

É de conhecimento público que o Japão tem um dos índices mais altos de suicídio do mundo, e não é a toa que a Floresta do Suicídio é justamente localizada por lá, mais precisamente situada na base noroeste do monte Fuji. Com o passar dos anos, centenas de corpos já foram encontrados na floresta, com os números aumentando com o passar dos anos. É um cenário extremamente triste, aterrorizante e pesado, que tinha para render um filme aterrador. No entanto, o roteiro fraco e a direção amadora arrastam esta produção para ser esquecida em um mar de produções semelhantes. É uma pena, porque a trama obviamente tinha muito potencial, e um grande diferencial em comparação aos outros suspenses sobrenaturais lançados nos últimos anos.

Acredito que o grande problema deste filme gira em torno de sua direção fraca. O diretor, que assume o cargo pela primeira vez, falha miseravelmente em criar um ambiente opressor. E essa aparentemente não deveria ser uma tarefa difícil, considerando onde a trama se passa. A floresta deveria ter recebido mais atenção. Mais do que um plano de fundo, a floresta devia ter sido uma personagem principal. A fotografia é extremamente fraca e não consegue capturar o cenário de forma apropriada. Não há nada que diferencie o que vimos no filme de outras produções de terror que se passam em florestas. A floresta original é descrita como extremamente densa, com poucos raios conseguindo passar pelas copas de suas árvores. No filme, no entanto, o ambiente é aberto, sempre muito bem ensolarado.

Outro grande erro do diretor foi investir nos fantasmas computadorizados, com alguns dos “jump scares” mais amadores que eu já vi em uma produção recente. O pior é que os efeitos sequer estão convincentes. Os últimos segundos do filme são extremamente vergonhosos. Ao invés de tentar encerrar a trama em um último frame depressivo, o diretor faz questão de fazer algo pular de uma forma muito mal feita na tela. A história também demora tempo demais para colocar a protagonista na floresta. Não adiante forçar algumas assombrações ou sustos bestas se a personagem sequer pisou na floresta maldita ainda. O roteiro poderia ter sido mais didático, mostrando um pouco mais daquela realidade. Um dos pontos mais interessantes é quando informam a respeito do propósito das fitas/barbantes que cruzam a floresta, que têm o propósito de guiar as pessoas que ainda estão em dúvida a respeito de tirar suas próprias vidas – uma vez que é extremamente fácil de perder fora da trilha.

floresta maldita

Qualquer relato a respeito do lugar é mais aterrorizante e profundo do que este filme. Basta jogar o tema no Youtube e vocês encontrarão diversas reportagens e documentários sobre este lugar de tamanha tristeza, que são extremamente mais interessantes e informativos do que esta produção. ‘Floresta Maldita‘ é um desperdício do início ao fim, fechando sua trama de uma forma previsível, especialmente para quem prestou atenção no trailer. Mesmo com oportunidade de retratar algo único, o filme consegue cair na mesmice e velhos clichês do gênero. Acredito que este filme poderia ter sido excelente se tivesse caído nas mãos de uma equipe competente.

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Florestas sempre foram um prato cheio como plano de fundo para filmes de terror. Basta colocar um grupo de jovens desavisados, celulares sem rede e um perigo iminente, e o roteiro está pronto, mudando apenas a forma como os personagens encontrarão o seu destino final – seja pelas mãos do Jason Voorhees, seja através de um vírus mortal comedor de carne. Em ‘Floresta Maldita‘, a situação é muito mais sútil, mas não menos assustadora. E o mais aterrorizante de tudo é que estamos falando um cenário real, por mais incrível que se possa imaginar.

Na trama, Sara tem uma irmã gêmea e logo se encontra desesperada ao saber sobre o seu desaparecimento misterioso. Ao chegar no Japão, Sara descobre que sua irmã foi vista pela última vez entrando na trilha para a floresta de Aokigahara, mais conhecida como a floresta dos suicidas. Apesar de todos a alertarem para não ir, ela entra na floresta, convencida de que sua irmã está viva e precisa de sua ajuda. Fora da trilha, Sara é cercada por horrores inexplicáveis. A floresta, dominada pelos espíritos dos que se entregaram a ela, fará de tudo para que Sara nunca mais volte para casa. Ao mesmo tempo em que tenta resistir às alucinações, Sara está mesmo determinada a descobrir a verdade sobre o paradeiro de sua irmã – nem que para isso tenha que adentar na parte mais sombria da floresta.

floresta maldita

É de conhecimento público que o Japão tem um dos índices mais altos de suicídio do mundo, e não é a toa que a Floresta do Suicídio é justamente localizada por lá, mais precisamente situada na base noroeste do monte Fuji. Com o passar dos anos, centenas de corpos já foram encontrados na floresta, com os números aumentando com o passar dos anos. É um cenário extremamente triste, aterrorizante e pesado, que tinha para render um filme aterrador. No entanto, o roteiro fraco e a direção amadora arrastam esta produção para ser esquecida em um mar de produções semelhantes. É uma pena, porque a trama obviamente tinha muito potencial, e um grande diferencial em comparação aos outros suspenses sobrenaturais lançados nos últimos anos.

Acredito que o grande problema deste filme gira em torno de sua direção fraca. O diretor, que assume o cargo pela primeira vez, falha miseravelmente em criar um ambiente opressor. E essa aparentemente não deveria ser uma tarefa difícil, considerando onde a trama se passa. A floresta deveria ter recebido mais atenção. Mais do que um plano de fundo, a floresta devia ter sido uma personagem principal. A fotografia é extremamente fraca e não consegue capturar o cenário de forma apropriada. Não há nada que diferencie o que vimos no filme de outras produções de terror que se passam em florestas. A floresta original é descrita como extremamente densa, com poucos raios conseguindo passar pelas copas de suas árvores. No filme, no entanto, o ambiente é aberto, sempre muito bem ensolarado.

Outro grande erro do diretor foi investir nos fantasmas computadorizados, com alguns dos “jump scares” mais amadores que eu já vi em uma produção recente. O pior é que os efeitos sequer estão convincentes. Os últimos segundos do filme são extremamente vergonhosos. Ao invés de tentar encerrar a trama em um último frame depressivo, o diretor faz questão de fazer algo pular de uma forma muito mal feita na tela. A história também demora tempo demais para colocar a protagonista na floresta. Não adiante forçar algumas assombrações ou sustos bestas se a personagem sequer pisou na floresta maldita ainda. O roteiro poderia ter sido mais didático, mostrando um pouco mais daquela realidade. Um dos pontos mais interessantes é quando informam a respeito do propósito das fitas/barbantes que cruzam a floresta, que têm o propósito de guiar as pessoas que ainda estão em dúvida a respeito de tirar suas próprias vidas – uma vez que é extremamente fácil de perder fora da trilha.

floresta maldita

Qualquer relato a respeito do lugar é mais aterrorizante e profundo do que este filme. Basta jogar o tema no Youtube e vocês encontrarão diversas reportagens e documentários sobre este lugar de tamanha tristeza, que são extremamente mais interessantes e informativos do que esta produção. ‘Floresta Maldita‘ é um desperdício do início ao fim, fechando sua trama de uma forma previsível, especialmente para quem prestou atenção no trailer. Mesmo com oportunidade de retratar algo único, o filme consegue cair na mesmice e velhos clichês do gênero. Acredito que este filme poderia ter sido excelente se tivesse caído nas mãos de uma equipe competente.

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