terça-feira, abril 23, 2024

Crítica | Game Of Thrones 07×05 e 06 – Eastwatch e Beyond The Wall

PIOR DO QUE A QUINTA TEMPORADA

 

Já comentei que uma das dificuldades de se resenhar uma série episódio por episódio é não ter noção do todo. Após a live do 5º episódio, decidi segurar a resenha dele para ver o que aconteceria no 6º episódio. Na ocasião, manifestei o meu prazer com a costura de trama feita e a felicidade pelo que parecia o acerto no andamento das tramas. Mas, não foi nem de longe um episódio perfeito, a começar pelo plano maluco do Jon Snow (Kit Harington) e pela relação dele com Daenerys (Emilai Clarke). Aí… vem o 6º e pior episódio da temporada. Segurar a resenha foi uma boa escolha.

É incrível pensar que esta 7º temporada tem o melhor e o pior de Game Of Thrones – GoT. O 4º episódio pode entrar num top 20 de melhores da série. Já Beyond The Wall é o meu pior – vale caixa alta – PIOR episódio de toda a série! Vi algumas pessoas reclamarem das falhas do 5º episódio, mas ele ainda tinha qualidades. Achar virtudes no 6º é uma missão mais suicida do que buscar zumbis na neve.

ACERTOS E ERROS

O 5º episódio nem de longe foi perfeito. A cinematografia, por exemplo, foi pouco inspirada, com apenas alguns momentos em que a mise-en-scène empolgava. Contudo, foi um episódio funcional, trabalhando com competência a relação entre os personagens. Eastwatch também manteve o ótimo nível dos diálogos da série.

Dentre os grandes momentos do episódio temos a sequência na qual Daerenys ordenou a morte de Randyll e Dickon Tarly (James Faulkner e Tom Hopper). Foi um momento no qual ficaram claras as ambiguidades de Dany. Estaria ela cedendo à loucura Targaryen, ou apenas se embriagando com o poder? Os diálogos de Tyrion (Peter Dinklage) e Jaime (Nikolaj Coster-Waldau), e de Jaime e Cersei (Lena Headey) foram outros diálogos de destaque. Outros pontos fortes foram a conversa entre Sam (John Bradley) e os Maesters e a dinâmica entre Sansa (Sophie Turner) e Arya (Maisie Williams), que então prometia ser dos pontos altos desta temporada.

Sua maior virtude foi indicar uma amarração entre a guerra pelo trone de ferro e a batalha contra os White Walkers. Parece que as duas linhas de eventos tendem a se fundir na próxima temporada. Assim torcemos!

Eastwatch também foi atingido pelo maior problema desta temporada: a organização temporal. Os eventos transcorreram de forma muito rápida. Em princípio, não haveria problema nenhum de um episódio ter vários eventos. A falha foi construir uma narrativa mais preocupada em fazer um checklist daquilo que ainda não tinham sido colocadas na tela, do que construir uma narrativa com andamento rápido, mas orgânico.

Não deixe de assistir:

O 5º episódio ainda teve outra fraqueza: fan service mal colocado. Sim, estou falando da cena na qual Jon Snow toca em Drogon. A cena poderia existir em outro contexto. Foi uma cena incluída de qualquer jeito e que não gerou nenhuma repercussão, servindo apenas para aquecer os corações dos fãs.

Mesmo sendo dos mais fracos da temporada, Eastwatch teve virtudes, sendo a maior dar indicações de que o episódio seguinte seria desastroso!

O 6º episódio foi o pior desta temporada e, para mim, o pior de toda GoT. Se Eastwatch equilibrava vícios e virtudes, Beyond The Wall é um vale de defeito! Beirando o desastre, poucas coisas se salvam: alguns diálogos legais, uma fotografia bem feita e algumas composições de cena interessantes. Qualidades que não compensam a comédia de más escolhas que foi este episódio.

O plano já era estúpido, mas poderíamos aceitá-lo, se o desenvolvimento tivesse sido bom. Que nada! O problema central do episódio pode ser resumido em verossimilhança na questão temporal. Não foi propriamente um episódio com muitos eventos, como foi o 5º; foi um episódio que se concentrou em dois núcleos, mas os acontecimentos eram tão rápidos que não transmitiam uma clara noção de passagem do tempo.

Peguem o caso dos 7 tapados que foram para além da muralha prender zumbis: o começo não deixa claro se eles caminharam 1 ou vários dias. Quando cercados pelos White Walkers, a fotografia das cenas e a noção de que o frio no norte é rigoroso passam para o público a ideia de que eles ficaram lá por algumas horas. Isto é reforçado pela rapidez com que Gendry volta para pedir ajuda.

Essa linha temporal é esculhambada de vez com a rapidez com que Dany vai resgatá-los. R. R. Martin diz que se arrependeu de ter divulgado as distâncias oficiais Westeros; isto dificultaria o andamento da história. Desculpa, titio Martin, mas na série, as distâncias não são medidas em quilômetros, mas em episódios: o tempo que os eventos levavam para ocorrer na série (especialmente o deslocamento de personagens) era da ordem de 1 a 2 episódios. Muito comum que alguém de um núcleo viajasse num episódio, no seguinte o seu núcleo não aparecei e no terceiro, esse personagem chegava ao destino. Ou seja, a noção de espaço-tempo na série foi construída a partir da distribuição dos eventos ao longo dos episódios. A ideia de que Westeros é imenso é mais por causa disso do que por causa de uma ou outra menção de distância.

Isto foi totalmente esquecido neste 6º episódio, especialmente com a rapidez com que Daenerys levou para receber a notícia e resgatar os 7 patetas. A comparação com o 5º episódio deixa o problema mais evidente: como vários núcleos se intercalam, Eastwatch consegue mascarar a rapidez dos eventos; já Beyond The Wall tem apenas dois núcleos…

Muitos outros defeitos estão presentes nesse 6º episódio: além dos 7 personagens principais da expedição, há um bando de figurantes que serve apenas para morrer e confundir o público; a passividade dos White Walkers é pateticamente forçada, claramente um Deus ex machina para possibilitar a cena de resgate; a postura de Jon Snow também foi forçada, criando falso suspense, afinal, sabemos que Jon não irá morre antes do final da série. E nem vou falar da briga patética de Arya e Sansa – as personagens regrediram psicologicamente para nada.

Aliás, Beyond The Wall sacrificou o maior mérito da série: a morte de personagens importantes. Quando vimos vários personagens sendo salvos das situações mais absurdas, o roteiro dava o recado: alguns personagens são imunes! Em outros tempos, numa expedição como essa, de 3 a 4 iriam pro saco – Jorah (Iain Glen) incluído.

O QUE PODERIA TER SIDO? OU RELENDO A TEMPORADA

Como já falei antes: resenhar uma série episódio por episódio é difícil, pois não temos a visão do todo. Até o 5º episódio, esta temporada estava indo muito bem. Beyond The Wall puxou a temporada para baixo: os seus eventos teriam sido mais bem trabalhados se tivessem sido distribuídos por três episódios. Poderíamos ter visto a união do grupo e início das buscas em um episódio, o encontro com os White Walkers e busca da ajuda em outro, e o resgate no terceiro. Claro, muitas outras coisas teriam que ser diferentes, como o cerco ocorrer em uma caverna e não num lago congelado, por exemplo. Também aprimoraria o plano: prender um White Walker ou tramar o sacrifício de alguém. Mas, divago. Meu ponto é outro:

Quando eventos importantes ficam concentrados em um único episódio, notamos que os anteriores foram mal aproveitados. Jon Snow poderia ter saído de Pedra do Dragão antes. A inutilidade de sua presença lá ficou mais evidenciada depois deste 6º episódio. Nem a suposta química entre Jon e Dany justifica – preferia muito mais que ambos se cassassem por conveniência política do que por qualquer outra coisa, seria muito mais coerente com a natureza deles e da série.

Enfim, a sensação de que muita coisa foi subaproveitada nos episódios anteriores e de que tudo foi feito para criar um dragão zumbi depõem ainda mais contra Beyond The Wall, um episódio que sozinho foi pior do que a sonolenta 5º temporada.

E, aí, o que achou dos episódios? Ficou decepcionado com eles? Curtiu mais Eastwatch ou Beyond The Wall? Vamos, comente, compartilhe e curta nossas redes sociais:

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