quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Gêmeo Maligno – Terror com Teresa Palmer acerta com Final Surpreendente

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Quem curte o gênero do terror sempre tem a sensação de já ter visto de tudo. É um público difícil de agradar, pois tanto os personagens quanto a história não podem ser inverossímeis demais, do contrário, corre o risco de ter a suspensão da descrença colocada em dúvida pelo espectador. E olha que Hollywood tem tentado, e muito, trazer algum frescor nesta seara. Assim, para a alegria dos fãs de filmes de terror, as distribuidoras têm voltado seus olhos para produções de outros países – longas que possam entreter seu exigente público enquanto as sangrentas franquias blockbusters não emplacam nada novo. Assim, dentre as boas novidades que chegam ao circuito, estreia esse final de semana nas salas de cinema do país o longa finlandês ‘Gêmeo Maligno’.



Na trama, conhecemos a história de uma família desgraçada por uma terrível tragédia no passado recente: Rachel (Teresa Palmer, de ‘Eu Sou o Número Quatro’) e Anthony (Steven Cree) perderam um de seus filhos, Nathan, em um horrível acidente de carro. Numa tentativa de virar a página e retomar suas vidas, os dois decidem vender a casa em Nova York e se mudar de volta para a casa da família de Anthony, na Finlândia. De início, os dois acham que os novos ares farão bem ao filho que sobreviveu, Elliott (Tristan Ruggeri), porém, aos poucos Rachel começa a perceber um comportamento incomum no garoto, conectando-o de volta ao seu irmão gêmeo falecido.

Em pouco menos de uma hora e cinquenta de duração o espectador poderá acompanhar a evolução da história de ‘Gêmeo Maligno’ sem grandes elaborações, num crescente linear e contínuo, atingindo seu apogeu no terço final do longa, que é, de fato, a melhor parte. Esse é um dos poréns no qual o longa de Taneli Mustonen acaba derrapando: o ritmo, que se impõe mui vagarosamente no início e dá uma acelerada no fim, fazendo a balança do equilíbrio pender, atropelando a si mesmo no final das contas. Uma estratégia que poderia evitar esse sentimento no público seria o melhor desenvolvimento de cenas-chave do enredo, que não se aprofundam e cuja edição dá uma picotada, impacientando-se para que o espectador presuma a situação ocorrida sem necessariamente imergir nela, cortando-a no ápice do acontecimento.

Por outro lado, temos boas atuações tanto do elenco principal quanto do elenco de apoio, com atores cujas expressões faciais provocam fascínio e transtorno em quem assiste. O destaque é o jovem Tristan Ruggeri, cujo semblante enigmático permite que o impacto da história se prolongue para além do roteiro de Aleksi Hyvärinen e Taneli Mustonen. Um ator para ficar de olho nos próximos projetos.

Intrigante, ‘Gêmeo Maligno’ não tem muito jump scare, mas entrega um terrorzinho honesto que surfa na vibe nórdica de ‘Midsommar’ e similares. As cenas de terror são poucas, resumindo-se quase inteiramente ao terço final, porém a construção da história é hipnotizadora, tornando o longa um dos melhores lançamentos do gênero este ano até agora.

Sinopse: 

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Na trama, conhecemos a história de uma família desgraçada por uma terrível tragédia no passado recente: Rachel (Teresa Palmer, de ‘Eu Sou o Número Quatro’) e Anthony (Steven Cree) perderam um de seus filhos, Nathan, em um horrível acidente de carro. Numa tentativa de virar a página e retomar suas vidas, os dois decidem vender a casa em Nova York e se mudar de volta para a casa da família de Anthony, na Finlândia. De início, os dois acham que os novos ares farão bem ao filho que sobreviveu, Elliott (Tristan Ruggeri), porém, aos poucos Rachel começa a perceber um comportamento incomum no garoto, conectando-o de volta ao seu irmão gêmeo falecido.

Em pouco menos de uma hora e cinquenta de duração o espectador poderá acompanhar a evolução da história de ‘Gêmeo Maligno’ sem grandes elaborações, num crescente linear e contínuo, atingindo seu apogeu no terço final do longa, que é, de fato, a melhor parte. Esse é um dos poréns no qual o longa de Taneli Mustonen acaba derrapando: o ritmo, que se impõe mui vagarosamente no início e dá uma acelerada no fim, fazendo a balança do equilíbrio pender, atropelando a si mesmo no final das contas. Uma estratégia que poderia evitar esse sentimento no público seria o melhor desenvolvimento de cenas-chave do enredo, que não se aprofundam e cuja edição dá uma picotada, impacientando-se para que o espectador presuma a situação ocorrida sem necessariamente imergir nela, cortando-a no ápice do acontecimento.

Por outro lado, temos boas atuações tanto do elenco principal quanto do elenco de apoio, com atores cujas expressões faciais provocam fascínio e transtorno em quem assiste. O destaque é o jovem Tristan Ruggeri, cujo semblante enigmático permite que o impacto da história se prolongue para além do roteiro de Aleksi Hyvärinen e Taneli Mustonen. Um ator para ficar de olho nos próximos projetos.

Intrigante, ‘Gêmeo Maligno’ não tem muito jump scare, mas entrega um terrorzinho honesto que surfa na vibe nórdica de ‘Midsommar’ e similares. As cenas de terror são poucas, resumindo-se quase inteiramente ao terço final, porém a construção da história é hipnotizadora, tornando o longa um dos melhores lançamentos do gênero este ano até agora.

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