domingo, abril 28, 2024

Crítica | Ginny e Georgia: Netflix entrega 2ª temporada mais madura e com poderosa carga dramática

De maneira sutil e despretensiosa, Ginny e Georgia chegou na grade de programação da Netflix timidamente. Abordando a relação nada convencional e quase disfuncional entre uma jovem mãe na casa dos 30 e sua filha adolescente no auge da puberdade, a série de Sarah Lampert fez do combo drama + comédia uma experiência relacional original. Identificável e cheia de referências da cultura POP, a produção é uma combinação precisa que orbita entre as gerações millennial e Z sem qualquer esforço.

Ginny & Georgia. (L to R) Diesel La Torraca as Austin Miller, Brianne Howey as Georgia in episode 206 of Ginny & Georgia. Cr. Amanda Matlovich/Netflix © 2022

E em meio à dilemas existenciais, maternidade, alguns assassinatos curiosos e crises existenciais, o trio Miller retorna com sua 2ª temporada, sob a pressão de superar o inesperado sucesso do ciclo inaugural. Adicionando um tempero melodramático e uma boa dose de maturidade a seus personagens, os novos episódios resgatam toda a densidade sombria do passado de Georgia (Brianne Howey) para construir um presente diferente. Conforme as memórias da matriarca se intercalam com as experiências de Ginny (Antonia Gentry) no auge de sua puberdade, somos lembrados dos motivos que tornam Ginny e Georgia uma das séries mais legais da Netflix.

Com subtramas identificáveis e conflitos psicológicos profundos que nos levam à pequenas reflexões internas, a série sabe usar muito bem todos os elementos dramáticos que apresenta, nos absorvendo para dentro da trama de forma inegável e incorrigível. E nos novos episódios, vemos a dinâmica entre mãe e filha ganhar novas cores, novos tons de cinza e muitas camadas. Com a linha que antes as separava se dissipando cada vez, testemunhamos uma evolução e um desenvolvimento de personagem excelente. Mais madura e com uma complexidade emocional bem maior, Ginny e Georgia consegue superar sua temporada inaugural com um roteiro perspicaz, que transita entre um humor leve e uma descarga emocional cativante.

Trazendo personagens coadjuvantes que ficam entre os tropos caricatos do subgênero de drama familiar, a original Netflix consegue afinar ainda mais seu elenco de apoio – dando destaque para todos, ao explorar as diversas subtramas que norteiam o núcleo protagonista. E ao brincar com as caracterizações estereotipadas do trio de amigas de Ginny, Lampert consegue tornar papéis que poderiam soar blasé em um deleite para a geração millennial, com um destaque especial para Sara Waisglass, que ainda funciona como um maravilhoso alívio cômico como aquela theater kid exagerada, apaixonada por teatro e “over” em tudo que diz ou faz.

Já criando a tradição de um musical escolar por temporada, a produção consegue validar os personagens periféricos sempre os mantendo interessantes, sem também perder o foco na dinâmica de Ginny, Georgia e Austin (Diesel La Torraca). E um dos melhores aspectos do novo ciclo é exatamente o desabrochar da dinâmica familiar do trio Miller. Enquanto na 1ª temporada havia uma fachada que os separava da verdadeira identidade da mãe, no novo ciclo as muralhas são derrubadas – redefinindo de forma definitiva a relação dos três. Com uma nova rede de proteção surgindo entre eles, Ginny e Georgia prepara a audiência para um futuro bombástico e até mesmo caótico, onde passado e presente se colidem desenfreadamente. E com um final de temporada avassalador, a Netflix nos deixa na expectativa, à espera de mais uma renovação que possa responder as angustiantes perguntas que eu aposto que não vão te deixar em paz tão cedo assim.

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