quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Guardiões da Galáxia Vol. 2 – tão bom quanto e mais engraçado

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Em nome do pai

Guardiões da Galáxia (2014) é um caso raro mesmo dentro de uma filmografia expressiva como a dos estúdios Marvel. Reverberando a era das marcas pré-estabelecidas, foi de certa forma esperado que produtos como Capitão América, Thor e Homem de Ferro (embora este último tenha sobressaído todas as expectativas) emplacassem no gosto dos fãs, seguido por sua qualidade conquistando os demais. Guardiões, no entanto, era a aposta mais arriscada da mega empresa, por jogar os holofotes em personagens obscuros do nível C (se Homem de Ferro era do time B).

Provando que quando existe qualidade qualquer material pode se tornar sucesso, Guardiões rendeu um dos filmes mais elogiados da casa, e abriu as portas para novas marcas nível C da empresa, vide Homem-Formiga (2015) e Doutor Estranho (2016). A esta altura, inteiramente consolidada, a Marvel não precisa mais temer o acesso e apelo de seus produtos junto ao público, pois seu selo estampando o pôster de uma obra é garantia de ao menos despertar interesse da grande fatia pagante das salas de cinema.



Muitos dos louros pela empreitada bem sucedida de Guardiões devem ir ao comandante da produção, o cineasta James Gunn. Dono de uma filmografia especializada em terror, humor ou a mescla dos dois, Gunn teve carta branca e mostrou o que podia ao entregar sua space opera. Remetendo a clássicos como Star Wars, sem esquecer o lado “quadrinhos de heróis”, e acrescentando o toque final (e especial) de uma trilha sonora inspiradíssima – o charme que foi o arremate para que todos comprassem a ideia (e que tentou ser duplicado sem sucesso em Esquadrão Suicida) – Guardiões da Galáxia surgiu como filme único, dentro de uma empresa conhecida por não dar muita liberdade para seus criadores diferenciarem suas obras das demais da casa.

Agora, porém, se a missão de Gunn se torna mais fácil por um lado, já que Guardiões se mostrou extremamente vendável, por outro, a expectativa de tal nível ser mantido é quase mortal – veja o que ocorreu com Joss Whedon e o segundo Vingadores (2015). Mas provando que um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar (e na segunda ser ainda mais gostoso), Guardiões da Galáxia Vol. 2 é tudo o que os fãs esperavam e muito mais.

Para começar, Gunn (que também é dono do roteiro) subverte novamente os filmes do gênero (pelo menos os da Marvel), quebrando seu molde estrutural. Ao contrário de todas as outras produções do estúdio, Volume 2 não possui um vilão declarado, uma ameaça a ser combatida, introduzida logo no primeiro ato. O foco da continuação é outro, e assim como nos últimos Velozes e Furiosos, a palavra de ordem é família.

Aqui, o tópico é explorado de variadas formas, seja na rivalidade entre Nebulosa (Karen Gillan), a filha preterida, com a irmã Gamora (Zoe Saldana); na descoberta de Peter (Chris Pratt) em relação ao seu progenitor Ego (Kurt Russell); na deserdação de Yondu (Michael Rooker) de sua família espacial de piratas, personificada por Stakar (Sylvester Stallone); e por aí vai.

É justamente nas interações humanas (ou quase, já que a maioria é extraterrestre) que Volume 2 se vende. Temos ainda as amizades fraternais nascidas entre Rocky (Bradley Cooper) e Yondu, e entre Draxx (Dave Bautista) e Mantis (Pom Klementieff) – donos das trocas mais engraçadas do filme. Por falar neste quesito, especialidade muito conhecida dos filmes Marvel, Volume 2 é simplesmente hilário.

Humor é algo muito difícil de fazer, mais difícil e menos valorizado que o drama – que o diga os filmes da rival DC. E o humor que permeia o segundo Guardiões é o mais proeminente dos filmes do estúdio, funcionando de forma cronometrada – é o tão falado timing cômico. Recortando este stand-up das galáxias, o filme realiza de modo eficaz a transição para momentos verdadeiramente dramáticos e emocionantes (a morte de um personagem no final ganha um momento belíssimo e delicado), além, é claro, das esperadas cenas de ação e batalhas – que não são o forte desta saga, tampouco o foco.

Guardiões da Galáxia Vol. 2 acerta novamente o alvo, e continua se mostrando bem consciente do que é: uma grande brincadeira, que possui a capacidade, como poucos filmes de entretenimento hoje em dia, de nos fazer voltar a ser criança. Assim como Uma Aventura LEGO (2014) e LEGO Batman (2016), Volume 2 é uma orgia de referências à cultura pop do presente e passado, acariciando de forma incessante o consciente coletivo nerd. Novamente é impossível não se contagiar e continuar desejando mais. E para a alegria de todos teremos mais, muito mais.

Ps. Não saia quando o filme terminar, a diversão se estende por muitas cenas pós-créditos.

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Provando que quando existe qualidade qualquer material pode se tornar sucesso, Guardiões rendeu um dos filmes mais elogiados da casa, e abriu as portas para novas marcas nível C da empresa, vide Homem-Formiga (2015) e Doutor Estranho (2016). A esta altura, inteiramente consolidada, a Marvel não precisa mais temer o acesso e apelo de seus produtos junto ao público, pois seu selo estampando o pôster de uma obra é garantia de ao menos despertar interesse da grande fatia pagante das salas de cinema.

Muitos dos louros pela empreitada bem sucedida de Guardiões devem ir ao comandante da produção, o cineasta James Gunn. Dono de uma filmografia especializada em terror, humor ou a mescla dos dois, Gunn teve carta branca e mostrou o que podia ao entregar sua space opera. Remetendo a clássicos como Star Wars, sem esquecer o lado “quadrinhos de heróis”, e acrescentando o toque final (e especial) de uma trilha sonora inspiradíssima – o charme que foi o arremate para que todos comprassem a ideia (e que tentou ser duplicado sem sucesso em Esquadrão Suicida) – Guardiões da Galáxia surgiu como filme único, dentro de uma empresa conhecida por não dar muita liberdade para seus criadores diferenciarem suas obras das demais da casa.

Agora, porém, se a missão de Gunn se torna mais fácil por um lado, já que Guardiões se mostrou extremamente vendável, por outro, a expectativa de tal nível ser mantido é quase mortal – veja o que ocorreu com Joss Whedon e o segundo Vingadores (2015). Mas provando que um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar (e na segunda ser ainda mais gostoso), Guardiões da Galáxia Vol. 2 é tudo o que os fãs esperavam e muito mais.

Para começar, Gunn (que também é dono do roteiro) subverte novamente os filmes do gênero (pelo menos os da Marvel), quebrando seu molde estrutural. Ao contrário de todas as outras produções do estúdio, Volume 2 não possui um vilão declarado, uma ameaça a ser combatida, introduzida logo no primeiro ato. O foco da continuação é outro, e assim como nos últimos Velozes e Furiosos, a palavra de ordem é família.

Aqui, o tópico é explorado de variadas formas, seja na rivalidade entre Nebulosa (Karen Gillan), a filha preterida, com a irmã Gamora (Zoe Saldana); na descoberta de Peter (Chris Pratt) em relação ao seu progenitor Ego (Kurt Russell); na deserdação de Yondu (Michael Rooker) de sua família espacial de piratas, personificada por Stakar (Sylvester Stallone); e por aí vai.

É justamente nas interações humanas (ou quase, já que a maioria é extraterrestre) que Volume 2 se vende. Temos ainda as amizades fraternais nascidas entre Rocky (Bradley Cooper) e Yondu, e entre Draxx (Dave Bautista) e Mantis (Pom Klementieff) – donos das trocas mais engraçadas do filme. Por falar neste quesito, especialidade muito conhecida dos filmes Marvel, Volume 2 é simplesmente hilário.

Humor é algo muito difícil de fazer, mais difícil e menos valorizado que o drama – que o diga os filmes da rival DC. E o humor que permeia o segundo Guardiões é o mais proeminente dos filmes do estúdio, funcionando de forma cronometrada – é o tão falado timing cômico. Recortando este stand-up das galáxias, o filme realiza de modo eficaz a transição para momentos verdadeiramente dramáticos e emocionantes (a morte de um personagem no final ganha um momento belíssimo e delicado), além, é claro, das esperadas cenas de ação e batalhas – que não são o forte desta saga, tampouco o foco.

Guardiões da Galáxia Vol. 2 acerta novamente o alvo, e continua se mostrando bem consciente do que é: uma grande brincadeira, que possui a capacidade, como poucos filmes de entretenimento hoje em dia, de nos fazer voltar a ser criança. Assim como Uma Aventura LEGO (2014) e LEGO Batman (2016), Volume 2 é uma orgia de referências à cultura pop do presente e passado, acariciando de forma incessante o consciente coletivo nerd. Novamente é impossível não se contagiar e continuar desejando mais. E para a alegria de todos teremos mais, muito mais.

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