quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Crítica | Hellboy – Terror galhofa para quem curte o herói

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Quinze anos se passaram desde o primeiro ‘Hellboy’, dirigido por Guillermo Del Toro, com Ron Perlman (o Clay Morrow, de ‘Sons of Anarchy’) no papel principal. Os fãs dos quadrinhos, à época, recepcionaram muito bem o super-herói com aparência do demonho, e, desde o lançamento da continuação, em 2008, os fãs ficaram cobrando novos filmes da franquia. Agora, onze anos desde o último longa, chega aos cinemas um novo ‘Hellboy’.

A nova versão do herói-demonho traz David Harbour (mais conhecido como o policial bonzinho de ‘Stranger Things’, em uma atuação convincente) no papel principal, numa versão mais impaciente de Hellboy. A história se aproxima mais da proposta das HQs criadas por Mike Mignola, porém, volta ao início de tudo, deixando de lado as duas produções de Del Toro e recomeçando uma nova linha narrativa, dando um porquê às origens do personagem e indo mais além.



Porém, a direção de Neil Marshall é ansiosa e o resultado é uma chuva de informação que o espectador não consegue absorver no todo. Vemos uma colcha recortada e recosturada de cenas que, de tão rápidas montadas no longa, ficamos sem entender o que aconteceu, ou por quê. A sensação é que Neil entrou com tanta vontade no projeto, que resolveu contar o compêndio de dez HQs em menos de 2 horas de projeção. Como se fosse o projeto piloto de uma série. Se esse fosse o caso, ficaríamos todos animadíssimos, ansiosos pelo melhor desenvolvimento do que vimos, porém, como é um filme, ficamos com a sensação de que nada é aprofundado na trama, e todos os elementos entram e saem de cena apenas para constar, em caso de necessidade no futuro.

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Os fãs do vermelhão, entretanto, irão se divertir. Recheado de elementos e cenas do melhor terror galhofa, que pinga sangue para todos os lados, com direito a dividir pessoas pela metade em close na câmera e um certo beijo beeeeem nojento. Sem contar a participação de Milla Jovovich, ressuscitada da franquia ‘Resident Evil‘, interpretando sofrivelmente Nimue, a Rainha de Sangue, vilã da trama.

Com alguns diálogos bem clichês e opções de roteiro por não explicar coisas que ele mesmo lança na história, quem for assistir a este novo ‘Hellboy’ nos cinemas poderá rir e sentir nojinho, tomar algum susto e se divertir com as resmunguices do herói-demonho. Mas, definitivamente, vai sair da sala de cinema precisando de mais história do Hellboy.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Quinze anos se passaram desde o primeiro ‘Hellboy’, dirigido por Guillermo Del Toro, com Ron Perlman (o Clay Morrow, de ‘Sons of Anarchy’) no papel principal. Os fãs dos quadrinhos, à época, recepcionaram muito bem o super-herói com aparência do demonho, e, desde o lançamento da continuação, em 2008, os fãs ficaram cobrando novos filmes da franquia. Agora, onze anos desde o último longa, chega aos cinemas um novo ‘Hellboy’.

A nova versão do herói-demonho traz David Harbour (mais conhecido como o policial bonzinho de ‘Stranger Things’, em uma atuação convincente) no papel principal, numa versão mais impaciente de Hellboy. A história se aproxima mais da proposta das HQs criadas por Mike Mignola, porém, volta ao início de tudo, deixando de lado as duas produções de Del Toro e recomeçando uma nova linha narrativa, dando um porquê às origens do personagem e indo mais além.

Porém, a direção de Neil Marshall é ansiosa e o resultado é uma chuva de informação que o espectador não consegue absorver no todo. Vemos uma colcha recortada e recosturada de cenas que, de tão rápidas montadas no longa, ficamos sem entender o que aconteceu, ou por quê. A sensação é que Neil entrou com tanta vontade no projeto, que resolveu contar o compêndio de dez HQs em menos de 2 horas de projeção. Como se fosse o projeto piloto de uma série. Se esse fosse o caso, ficaríamos todos animadíssimos, ansiosos pelo melhor desenvolvimento do que vimos, porém, como é um filme, ficamos com a sensação de que nada é aprofundado na trama, e todos os elementos entram e saem de cena apenas para constar, em caso de necessidade no futuro.

Os fãs do vermelhão, entretanto, irão se divertir. Recheado de elementos e cenas do melhor terror galhofa, que pinga sangue para todos os lados, com direito a dividir pessoas pela metade em close na câmera e um certo beijo beeeeem nojento. Sem contar a participação de Milla Jovovich, ressuscitada da franquia ‘Resident Evil‘, interpretando sofrivelmente Nimue, a Rainha de Sangue, vilã da trama.

Com alguns diálogos bem clichês e opções de roteiro por não explicar coisas que ele mesmo lança na história, quem for assistir a este novo ‘Hellboy’ nos cinemas poderá rir e sentir nojinho, tomar algum susto e se divertir com as resmunguices do herói-demonho. Mas, definitivamente, vai sair da sala de cinema precisando de mais história do Hellboy.

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