quarta-feira , 18 dezembro , 2024

Crítica | Heróis entram no submundo no sólido 7º episódio de ‘Percy Jackson e os Olimpianos’

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Percy Jackson e os Olimpianos’ se tornou uma das séries mais aguardadas do Disney+ e prometia vingar os fãs da adorada saga literária assinada por Rick Riordan após duas adaptações cinematográficas que falharam em capturar a essência dos escritos. E, no geral, a produção da Casa Mouse vem fazendo um bom trabalho, fazendo jus ao cosmos criado por Riordan – ainda que alguns episódios tenham falhado em nos conquistar, como o que apresentou Equidna, a mãe dos monstros da mitologia grega, e o ambientado no Hotel Cassino Lótus (cuja sequência do longa-metragem de 2010 acabou se provando melhor do que a no show).

Agora, caminhamos para o aguardado finale da temporada de estreia e, finalmente, Percy (Walker Scobell), Annabeth (Leah Sava Jeffries) e Grover (Aryan Simhadri), após enfrentarem diversos perigos em uma jornada em busca do raio-mestre de Zeus, encontraram uma passagem para o submundo para enfrentar Hades (Jay Duplass), o deus do submundo. E, afastando-se das múltiplas falhas do capítulo anterior, o desta última semana, intitulado “De Certa Forma, Descobrimos a Verdade”, posta-se como uma investida sólida, ainda que peque em alguns momentos. Entretanto, o aspecto de maior sucesso do episódio é a expectativa que causa no público ao nos preparar para a iteração de encerramento – e antecipar a grande batalha que acontecerá na próxima semana.



Após descobrirem quem está por trás do roubo do raio-mestre, o trio de protagonistas conhece a loja de colchões de Procusto, uma figura mitológica conhecido por ser um matador de heróis que convidava suas vítimas a se deitar sobre uma cama, ficando presas através de um castigo doloroso e infindável. Com a sabedoria de Annabeth, eles conseguem enganá-lo e entram na passagem que leva para o submundo, cruzando caminho com Caronte, o barqueiro dos mortos que leva as almas para seus respectivos lugares quando morrem, e que percebe que eles não estão vivos – sendo obrigados a enfrentar Cérbero, o cão de três cabeças, e adentrando os Campos de Asfódelos até conseguirem chegar a seu destino.

Diferente dos capítulos anteriores, é notável como a história leva seu tempo para se delinear, sem cair nos equívocos das resoluções apressadas e sem se prolongar demais em construções melodramáticas – um feito e tanto, considerando que boa parte do enredo nos leva ao passado, trazendo mais insights sobre a relação de Percy com a mãe, Sally (Virgina Kull, roubando nossa atenção com uma performance aplaudível), e com o pai, Poseidon (Toby Stephens dando as caras pela primeira vez na temporada). Deve-se, portanto, dar os devidos créditos a Andrew Miller, que apoia-se nos estágios finais da jornada do herói para fornecer ritmo e solidez ao roteiro – e o diretor Anders Engström, por sua vez, acompanha essa empreitada com inflexões poderosas e que puxam elementos de diversos gêneros do audiovisual, desde o expressionismo às obras de terror.

Percebe-se que esse novo capítulo adota a máxima “antes tarde que nunca” de forma quase profética, esquivando-se dos incontáveis deslizes das semanas anteriores, por mais que não os abandone por completo. Miller e Engström fazem o que o habilidoso time criativo deveria ter feito desde o episódio de estreia, movendo-se em uma ou duas tramas que fazem sentido dentro das mensagens propostas e que não abram linhas soltas que nunca se completam: de um lado, percebemos que o amadurecimento de Percy, Annabeth e Grover atinge um nível bastante esperado, colocando-os no último estágio de seus respectivos arcos (ao menos dentro do que a temporada propõe).

De fato, alguns convencionalismos continuam a aparecer, mas é interessante ver como a equipe por trás das câmeras trabalha para transformá-los em antecipações do capítulo de encerramento e até mesmo de uma segunda temporada, que deve ser confirmada nas próximas semanas. Temos, por exemplo, uma sutil nuance envolvendo Annabeth e os Campos de Asfódelos – que prendem as vítimas que carregam arrependimentos consigo, indicando que a jovem filha de Atena tem assuntos pendentes que precisa resolver; e, numa conclusão muito bem-vinda, temos o breve conflito entre Percy e Hades, este revelando que não foi responsável pelo roubo do raio-mestre e aquele tentando compreender como a poderosa arma foi parar em sua mochila.

O sétimo episódio de Percy Jackson e os Olimpianos’ apresenta uma melhora considerável em relação ao anterior e fornece pistas do que podemos esperar do season finale. Agora, só podemos aguardar que a grande conclusão da temporada de estreia alcance as nossas expectativas e nos prepare para um futuro que tem todas as chances de ser brilhante – e de continuar a causar impacto significativo na vida dos fãs (antigos ou novos).

Lembrando que o próximo episódio será exibido em 30 de janeiro.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Percy Jackson e os Olimpianos’ se tornou uma das séries mais aguardadas do Disney+ e prometia vingar os fãs da adorada saga literária assinada por Rick Riordan após duas adaptações cinematográficas que falharam em capturar a essência dos escritos. E, no geral, a produção da Casa Mouse vem fazendo um bom trabalho, fazendo jus ao cosmos criado por Riordan – ainda que alguns episódios tenham falhado em nos conquistar, como o que apresentou Equidna, a mãe dos monstros da mitologia grega, e o ambientado no Hotel Cassino Lótus (cuja sequência do longa-metragem de 2010 acabou se provando melhor do que a no show).

Agora, caminhamos para o aguardado finale da temporada de estreia e, finalmente, Percy (Walker Scobell), Annabeth (Leah Sava Jeffries) e Grover (Aryan Simhadri), após enfrentarem diversos perigos em uma jornada em busca do raio-mestre de Zeus, encontraram uma passagem para o submundo para enfrentar Hades (Jay Duplass), o deus do submundo. E, afastando-se das múltiplas falhas do capítulo anterior, o desta última semana, intitulado “De Certa Forma, Descobrimos a Verdade”, posta-se como uma investida sólida, ainda que peque em alguns momentos. Entretanto, o aspecto de maior sucesso do episódio é a expectativa que causa no público ao nos preparar para a iteração de encerramento – e antecipar a grande batalha que acontecerá na próxima semana.

Após descobrirem quem está por trás do roubo do raio-mestre, o trio de protagonistas conhece a loja de colchões de Procusto, uma figura mitológica conhecido por ser um matador de heróis que convidava suas vítimas a se deitar sobre uma cama, ficando presas através de um castigo doloroso e infindável. Com a sabedoria de Annabeth, eles conseguem enganá-lo e entram na passagem que leva para o submundo, cruzando caminho com Caronte, o barqueiro dos mortos que leva as almas para seus respectivos lugares quando morrem, e que percebe que eles não estão vivos – sendo obrigados a enfrentar Cérbero, o cão de três cabeças, e adentrando os Campos de Asfódelos até conseguirem chegar a seu destino.

Diferente dos capítulos anteriores, é notável como a história leva seu tempo para se delinear, sem cair nos equívocos das resoluções apressadas e sem se prolongar demais em construções melodramáticas – um feito e tanto, considerando que boa parte do enredo nos leva ao passado, trazendo mais insights sobre a relação de Percy com a mãe, Sally (Virgina Kull, roubando nossa atenção com uma performance aplaudível), e com o pai, Poseidon (Toby Stephens dando as caras pela primeira vez na temporada). Deve-se, portanto, dar os devidos créditos a Andrew Miller, que apoia-se nos estágios finais da jornada do herói para fornecer ritmo e solidez ao roteiro – e o diretor Anders Engström, por sua vez, acompanha essa empreitada com inflexões poderosas e que puxam elementos de diversos gêneros do audiovisual, desde o expressionismo às obras de terror.

Percebe-se que esse novo capítulo adota a máxima “antes tarde que nunca” de forma quase profética, esquivando-se dos incontáveis deslizes das semanas anteriores, por mais que não os abandone por completo. Miller e Engström fazem o que o habilidoso time criativo deveria ter feito desde o episódio de estreia, movendo-se em uma ou duas tramas que fazem sentido dentro das mensagens propostas e que não abram linhas soltas que nunca se completam: de um lado, percebemos que o amadurecimento de Percy, Annabeth e Grover atinge um nível bastante esperado, colocando-os no último estágio de seus respectivos arcos (ao menos dentro do que a temporada propõe).

De fato, alguns convencionalismos continuam a aparecer, mas é interessante ver como a equipe por trás das câmeras trabalha para transformá-los em antecipações do capítulo de encerramento e até mesmo de uma segunda temporada, que deve ser confirmada nas próximas semanas. Temos, por exemplo, uma sutil nuance envolvendo Annabeth e os Campos de Asfódelos – que prendem as vítimas que carregam arrependimentos consigo, indicando que a jovem filha de Atena tem assuntos pendentes que precisa resolver; e, numa conclusão muito bem-vinda, temos o breve conflito entre Percy e Hades, este revelando que não foi responsável pelo roubo do raio-mestre e aquele tentando compreender como a poderosa arma foi parar em sua mochila.

O sétimo episódio de Percy Jackson e os Olimpianos’ apresenta uma melhora considerável em relação ao anterior e fornece pistas do que podemos esperar do season finale. Agora, só podemos aguardar que a grande conclusão da temporada de estreia alcance as nossas expectativas e nos prepare para um futuro que tem todas as chances de ser brilhante – e de continuar a causar impacto significativo na vida dos fãs (antigos ou novos).

Lembrando que o próximo episódio será exibido em 30 de janeiro.

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Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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