segunda-feira , 4 novembro , 2024

Crítica | How to Get Away With Murder 5ª temporada: A volta dos que não foram

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Em How to Get Away With Murder, treta e sangue se combinam em narrativas cheias de cliffhangers e mistérios escabrosos, de tão enrolados e complexos que são. Como uma série que consolidou sua premissa a partir da fatídica morte do esposo da protagonista, sua narrativa tem sido um desenrolar do primeiro crime, abrindo brecha para subtramas que – a fim de garantir maior longevidade à produção – esqueceram um pouco do seu passado de origem. Na 5ª temporada, Annalise Keating vive a volta dos que não foram, com os erros de outrora vindo para puxar seu pé e o de toda sua equipe de estudantes, encurtando as noites de sono e os seus dias de paz.

Voltando-se às suas raízes, a produção entrega uma sólida temporada, consolidando novos personagens, um novo escritório de advocacia, mas mantendo o seu pé no primeiro ciclo, aquele onde a paz deixou de reinar e a culpa passou a abundar. Com a protagonista, vivida por Viola Davis, ainda curtindo os dissabores da sua bem sucedida ação coletiva, ela se depara com a chegada de uma nova carta nesse tortuoso baralho, uma misteriosa figura que busca respostas de coisas enterradas há cinco anos – literalmente. Sem saber no que está realmente se metendo, Gabriel Maddox (Rome Flynn) desenterra memórias doloridas, nos lembrando que o passado mal resolvido sempre volta para nos assombrar.

E à medida que resgata alguns fragmentos antigos, a série dá passos adiante, quebrando um período em que permaneceu andando em círculos em algumas subtramas que pareciam mais atrasar do que dar ritmo à produção. Mostrando que ainda tem fôlego para manter a atenção de sua audiência, a produção nos leva na angústia de ser Annalise Keating, uma mulher voraz em sua vida profissional. Sua empoderada persona se contradiz com o ápice da fragilidade de uma mulher que sofre com vícios terríveis, frutos de traumas ainda piores. Mantendo a complexidade de sua personagem como força motriz da dramaticidade, Shonda Rhimes, Peter Nowalk e sua equipe de Shondaland seguem com um exímio trabalho de construção conceitual da personagem, fazendo da protagonista não apenas o pilar de toda a narrativa, mas o grande motivo de semanalmente assistirmos à produção.

Mantendo a estética dos cliffhangers e segurando a tensão para os episódios finais, o novo ciclo passa num piscar de olhos e foca nas péssimas decisões que os coadjuvantes insistem em tomar. Mais do que nunca, eles se tornam a confusão que a protagonista deve solucionar e aqui testemunhamos o quanto suas percepções de certo e errado estão ainda mais turvas. Impulsividade e péssimo timing pautam os motivos dos personagens, que como rolos compressores esmagam tudo e todos, nos confirmando que estamos ainda mais longe da plenitude de uma vida sem assassinatos.

Nos mostrando que em How to Get Away With Murder para morrer basta estar vivo, a quinta temporada continua poderosa em sua construção dramática, honrando o Oscar de Viola Davis em uma sucessão de atuações fortíssimas, que voltam ao seu passado, revelando novas camadas do seu tempestuoso casamento, bem como de seus traumas e frustrações pessoais. Mantendo seu pico lá no alto, se encerrando com um grande ponto de interrogação, a série entrega um ciclo com várias pontas soltas, que de antemão anunciam um novo capítulo entremeado na história da família de um dos nossos coadjuvantes. Mais um vez, a produção parece recorrer às suas origens, ressuscitando estrategicamente assuntos até então encerrados – mas que de fato sempre estiveram inacabados.

A mais recente temporada é também um lembrete de que nenhuma boa ação vem sem punição. Deixando as gloriosas conquistas de Keating para trás (o repentino parto no elevador e sua vitória diante da Suprema Corte), a série produzida por Shonda Rhimes já inicia um novo processo de tortura psicológica na protagonista, que vai ter que descobrir o que de fato aconteceu com uma de suas mais promissoras estudantes. Agora, é torcer para que as respostas venham junto à renovação de How to Get Away With Murder.

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Voltando-se às suas raízes, a produção entrega uma sólida temporada, consolidando novos personagens, um novo escritório de advocacia, mas mantendo o seu pé no primeiro ciclo, aquele onde a paz deixou de reinar e a culpa passou a abundar. Com a protagonista, vivida por Viola Davis, ainda curtindo os dissabores da sua bem sucedida ação coletiva, ela se depara com a chegada de uma nova carta nesse tortuoso baralho, uma misteriosa figura que busca respostas de coisas enterradas há cinco anos – literalmente. Sem saber no que está realmente se metendo, Gabriel Maddox (Rome Flynn) desenterra memórias doloridas, nos lembrando que o passado mal resolvido sempre volta para nos assombrar.

E à medida que resgata alguns fragmentos antigos, a série dá passos adiante, quebrando um período em que permaneceu andando em círculos em algumas subtramas que pareciam mais atrasar do que dar ritmo à produção. Mostrando que ainda tem fôlego para manter a atenção de sua audiência, a produção nos leva na angústia de ser Annalise Keating, uma mulher voraz em sua vida profissional. Sua empoderada persona se contradiz com o ápice da fragilidade de uma mulher que sofre com vícios terríveis, frutos de traumas ainda piores. Mantendo a complexidade de sua personagem como força motriz da dramaticidade, Shonda Rhimes, Peter Nowalk e sua equipe de Shondaland seguem com um exímio trabalho de construção conceitual da personagem, fazendo da protagonista não apenas o pilar de toda a narrativa, mas o grande motivo de semanalmente assistirmos à produção.

Mantendo a estética dos cliffhangers e segurando a tensão para os episódios finais, o novo ciclo passa num piscar de olhos e foca nas péssimas decisões que os coadjuvantes insistem em tomar. Mais do que nunca, eles se tornam a confusão que a protagonista deve solucionar e aqui testemunhamos o quanto suas percepções de certo e errado estão ainda mais turvas. Impulsividade e péssimo timing pautam os motivos dos personagens, que como rolos compressores esmagam tudo e todos, nos confirmando que estamos ainda mais longe da plenitude de uma vida sem assassinatos.

Nos mostrando que em How to Get Away With Murder para morrer basta estar vivo, a quinta temporada continua poderosa em sua construção dramática, honrando o Oscar de Viola Davis em uma sucessão de atuações fortíssimas, que voltam ao seu passado, revelando novas camadas do seu tempestuoso casamento, bem como de seus traumas e frustrações pessoais. Mantendo seu pico lá no alto, se encerrando com um grande ponto de interrogação, a série entrega um ciclo com várias pontas soltas, que de antemão anunciam um novo capítulo entremeado na história da família de um dos nossos coadjuvantes. Mais um vez, a produção parece recorrer às suas origens, ressuscitando estrategicamente assuntos até então encerrados – mas que de fato sempre estiveram inacabados.

A mais recente temporada é também um lembrete de que nenhuma boa ação vem sem punição. Deixando as gloriosas conquistas de Keating para trás (o repentino parto no elevador e sua vitória diante da Suprema Corte), a série produzida por Shonda Rhimes já inicia um novo processo de tortura psicológica na protagonista, que vai ter que descobrir o que de fato aconteceu com uma de suas mais promissoras estudantes. Agora, é torcer para que as respostas venham junto à renovação de How to Get Away With Murder.

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