sexta-feira , 6 dezembro , 2024

Crítica | In Darkness – Natalie Dormer se redime em suspense estiloso e intrigante

O estilo de filmagem é uma parte importante de um filme. A forma como o diretor escolhe os enquadramentos e os planos, a maneira como a fotografia se porta perante a iluminação de uma determinada cena, tudo isso guia o roteiro, que mesmo fraco, prende nossa atenção pela beleza do conjunto visual da obra. Como é o caso do suspense psicológico In Darkness, em que a técnica transcende a trama.

Dessa vez, Natalie Dormer (Game of Thrones) vive sua redenção no gênero suspense após o péssimo Floresta Maldita, aqui ela brilha com uma atuação convincente e profunda, já que precisa viver uma jovem musicista cega, que se envolve com o submundo do crime londrino depois de escutar um assassinato no apartamento acima do seu. Conforme vai conhecendo esse mundo violento e sombrio, ela ganha confiança e percebe estar trilhando seu próprio caminho em busca de vingança.



A direção de Anthony Byrne é, de longe, a parte mais marcante do filme, o que surpreende, já que é um diretor pequeno que costuma se envolver com trabalhos voltados para a TV, uma surpresa agradável. Suas decisões de enquadramento e os múltiplos planos detalhe são intrigantes e estilosos. Assim como o ótimo trabalho da fotografia, que se apega aos tons azuis e vermelhos para criar ambientes interessantes, já a trilha sonora no piano, que mescla o mundo que a protagonista vive, fazendo trilhas para filmes de horror, com o que estamos vendo em cena, entrelaça de maneira inteligente a diegese do filme.

Como nem tudo é perfeito, o bom ritmo do primeiro ato se perde um pouco ao longo da metade para o final. O roteiro, que também foi coescrito por Dormer, se apressa para explicar a trama que estava sendo construída de forma lenta e acaba colocando os pés pelas mãos, perdendo seu fator surpresa, porém, em contraponto, o suspense aumenta gradativamente e instiga nossa curiosidade para colocar todos os fatos em ordem cronológica. Há uma cena a lá expressionista, que se destaca das demais, onde vemos apenas sombras em uma parede, que mostra uma situação de tensão e violência, mais uma vez mérito de uma boa direção e fotografia.

Chegamos então ao terceiro ato e o plot twist levemente inspirado no ótimo suspense espanhol ‘Los ojos de Julia’, que conclui seu mistério de forma bem similar. Apesar de revelações desse porte serem um pouco clichês, faz total sentido dentro desse filme, além de nos fazer querer rever para confirmar se tudo que vimos realmente se encaixa. É uma reviravolta inesperada que vem de forma boa, mas fica aquele gostinho de potencial desperdiçado, uma pena.

Encontrar seu lugar de destaque em meio à ótimos thrillers de sucesso pode ser uma tarefa difícil, e nesse quesito, In Darkness pode ter problemas para ser lembrando daqui a algum tempo, porém, tem seu carisma e se apoia no mistério para ganhar força, um acerto bem-vindo e um potencial concorrente aos melhores suspenses desse ano.

A Universal Pictures lança In Darkness no Brasil ainda esse ano, sem data definida.

 

 

 

 

Thiago Munizhttp://cinepop.com.br/
Carioca, 26 anos, apaixonado por Cinema. Venho estudando e vivendo todas as partes da sétima arte à procura de conhecimento da área. Graduando no curso de Cinema e influenciador cinematográfico no Instagram.

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O estilo de filmagem é uma parte importante de um filme. A forma como o diretor escolhe os enquadramentos e os planos, a maneira como a fotografia se porta perante a iluminação de uma determinada cena, tudo isso guia o roteiro, que mesmo fraco, prende nossa atenção pela beleza do conjunto visual da obra. Como é o caso do suspense psicológico In Darkness, em que a técnica transcende a trama.

Dessa vez, Natalie Dormer (Game of Thrones) vive sua redenção no gênero suspense após o péssimo Floresta Maldita, aqui ela brilha com uma atuação convincente e profunda, já que precisa viver uma jovem musicista cega, que se envolve com o submundo do crime londrino depois de escutar um assassinato no apartamento acima do seu. Conforme vai conhecendo esse mundo violento e sombrio, ela ganha confiança e percebe estar trilhando seu próprio caminho em busca de vingança.

A direção de Anthony Byrne é, de longe, a parte mais marcante do filme, o que surpreende, já que é um diretor pequeno que costuma se envolver com trabalhos voltados para a TV, uma surpresa agradável. Suas decisões de enquadramento e os múltiplos planos detalhe são intrigantes e estilosos. Assim como o ótimo trabalho da fotografia, que se apega aos tons azuis e vermelhos para criar ambientes interessantes, já a trilha sonora no piano, que mescla o mundo que a protagonista vive, fazendo trilhas para filmes de horror, com o que estamos vendo em cena, entrelaça de maneira inteligente a diegese do filme.

Como nem tudo é perfeito, o bom ritmo do primeiro ato se perde um pouco ao longo da metade para o final. O roteiro, que também foi coescrito por Dormer, se apressa para explicar a trama que estava sendo construída de forma lenta e acaba colocando os pés pelas mãos, perdendo seu fator surpresa, porém, em contraponto, o suspense aumenta gradativamente e instiga nossa curiosidade para colocar todos os fatos em ordem cronológica. Há uma cena a lá expressionista, que se destaca das demais, onde vemos apenas sombras em uma parede, que mostra uma situação de tensão e violência, mais uma vez mérito de uma boa direção e fotografia.

Chegamos então ao terceiro ato e o plot twist levemente inspirado no ótimo suspense espanhol ‘Los ojos de Julia’, que conclui seu mistério de forma bem similar. Apesar de revelações desse porte serem um pouco clichês, faz total sentido dentro desse filme, além de nos fazer querer rever para confirmar se tudo que vimos realmente se encaixa. É uma reviravolta inesperada que vem de forma boa, mas fica aquele gostinho de potencial desperdiçado, uma pena.

Encontrar seu lugar de destaque em meio à ótimos thrillers de sucesso pode ser uma tarefa difícil, e nesse quesito, In Darkness pode ter problemas para ser lembrando daqui a algum tempo, porém, tem seu carisma e se apoia no mistério para ganhar força, um acerto bem-vindo e um potencial concorrente aos melhores suspenses desse ano.

A Universal Pictures lança In Darkness no Brasil ainda esse ano, sem data definida.

 

 

 

 

Thiago Munizhttp://cinepop.com.br/
Carioca, 26 anos, apaixonado por Cinema. Venho estudando e vivendo todas as partes da sétima arte à procura de conhecimento da área. Graduando no curso de Cinema e influenciador cinematográfico no Instagram.

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