quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Instinto Materno – Anne Hathaway e Jessica Chastain INTENSAS em Bom Suspense Psicológico

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Dizem que a maternidade ou a paternidade mudam a pessoa. Que quando nasce um filho, nasce também um pai ou uma mãe. E que essas mudanças trazem outras, com relação ao estilo de vida, à rotina, às escolhas que passam ser feitas e as prioridades. Montar uma família tem a ver com essas escolhas, voluntárias ou não, que vão sendo feitas até os filhos finalmente andarem com as próprias pernas – no sentido literal e no figurado. Mas, até lá, muitas coisas acontecem, e nem todas elas são boas. Como o que acontece com os personagens de ‘Instinto Materno’ (Mother’s Instintc), novo suspense psicológico que chega aos cinemas brasileiros a partir do feriado no dia 28.



Alice (Jessica Chastain) e Céline (Anne Hathaway) são superamigas, e são vizinhas. Além de afinidade e afeto, em comum as duas têm o fato de serem casadas e terem cada uma, um filho – Theo (Eamon Patrick O’Connell) e Max (Baylen D. Bielitz) –, que frequentam a mesma escola e também são superamigos. Tudo vai bem na bolha perfeita em que as duas vivem, arrumando a casa, aguardando o marido e levando as crianças para escola. Até o dia em que um acidente terrível acontece e marca a vida dessas duas famílias para sempre. A partir de então, as duas mulheres passarão a conviver com a perda, com a culpa e com muitas dúvidas que passam a surgir sobre tudo que aconteceu.

Baseado no livro homônimo de Barbara Abel, a versão estadunidense do longa (a história já havia ganhado adaptação anteriormente, na Bélgica, com o mesmo nome) sustenta bem a trama balançando hora no suspense, hora no drama, especialmente por se tratar de uma história passada nos anos 1950, que limita certas atitudes dos personagens e, consequentemente, da produção.

Por se passar nesse período, há um destaque especial para o figurino, especialmente das atrizes protagonistas, que desfilam um guarda-roupa inteiro de opções – que vão desde vestidos rodados e esvoaçantes, mais coloridos, no início da trama, quando tudo é solar; para opções de calça comprida e sem salto alto, monocromática, já no terceiro arco quando a vida de todos perdem as cores. Apesar disso, é inevitável reparar no vestido aberto de Céline (Hathaway) logo na primeira cena.

Escrito pela própria autora e por Sarah Conradt, o roteiro segue a cartilha do suspense psicológico de protagonismo feminino permeando os elementos impeditivos comuns à época, o que acaba tornando o enredo quase previsível. Conjuntamente com as atuações de Anne Hathaway e Jessica Chastain, as personagens se mantêm no indefinido, ora indo para uma interpretação, ora para outra, até o fim. Para sustentar esses sentimentos, a ambiguidade de ambas mantém o espectador de fora da trama, acompanhando. Entre o suspense e o drama, ficamos a maior parte do tempo no segundo gênero, com o primeiro apenas conduzindo os fatos.

Benoît Delhomme entrega uma boa direção com seu ‘Instinto Materno’, aproveitando bem a luz para imprimir sensações nos cenários caseiros (onde a maior parte da trama se desenrola), principalmente na primeira parte da trama. Mesclando duas atrizes vencedoras do Oscar anteriormente com um elenco jovem, o resultado se equilibra na neutralidade, que vai se desenrolando passo a passo num ritmo espaçado.

Instinto Materno’ é um bom suspense psicológico, que não exige demais do espectador e pode até mesmo surpreender. Ao que tudo indica, é possível, inclusive, que essa trama ganhe continuação.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Alice (Jessica Chastain) e Céline (Anne Hathaway) são superamigas, e são vizinhas. Além de afinidade e afeto, em comum as duas têm o fato de serem casadas e terem cada uma, um filho – Theo (Eamon Patrick O’Connell) e Max (Baylen D. Bielitz) –, que frequentam a mesma escola e também são superamigos. Tudo vai bem na bolha perfeita em que as duas vivem, arrumando a casa, aguardando o marido e levando as crianças para escola. Até o dia em que um acidente terrível acontece e marca a vida dessas duas famílias para sempre. A partir de então, as duas mulheres passarão a conviver com a perda, com a culpa e com muitas dúvidas que passam a surgir sobre tudo que aconteceu.

Baseado no livro homônimo de Barbara Abel, a versão estadunidense do longa (a história já havia ganhado adaptação anteriormente, na Bélgica, com o mesmo nome) sustenta bem a trama balançando hora no suspense, hora no drama, especialmente por se tratar de uma história passada nos anos 1950, que limita certas atitudes dos personagens e, consequentemente, da produção.

Por se passar nesse período, há um destaque especial para o figurino, especialmente das atrizes protagonistas, que desfilam um guarda-roupa inteiro de opções – que vão desde vestidos rodados e esvoaçantes, mais coloridos, no início da trama, quando tudo é solar; para opções de calça comprida e sem salto alto, monocromática, já no terceiro arco quando a vida de todos perdem as cores. Apesar disso, é inevitável reparar no vestido aberto de Céline (Hathaway) logo na primeira cena.

Escrito pela própria autora e por Sarah Conradt, o roteiro segue a cartilha do suspense psicológico de protagonismo feminino permeando os elementos impeditivos comuns à época, o que acaba tornando o enredo quase previsível. Conjuntamente com as atuações de Anne Hathaway e Jessica Chastain, as personagens se mantêm no indefinido, ora indo para uma interpretação, ora para outra, até o fim. Para sustentar esses sentimentos, a ambiguidade de ambas mantém o espectador de fora da trama, acompanhando. Entre o suspense e o drama, ficamos a maior parte do tempo no segundo gênero, com o primeiro apenas conduzindo os fatos.

Benoît Delhomme entrega uma boa direção com seu ‘Instinto Materno’, aproveitando bem a luz para imprimir sensações nos cenários caseiros (onde a maior parte da trama se desenrola), principalmente na primeira parte da trama. Mesclando duas atrizes vencedoras do Oscar anteriormente com um elenco jovem, o resultado se equilibra na neutralidade, que vai se desenrolando passo a passo num ritmo espaçado.

Instinto Materno’ é um bom suspense psicológico, que não exige demais do espectador e pode até mesmo surpreender. Ao que tudo indica, é possível, inclusive, que essa trama ganhe continuação.

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