sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | Invasão ao Serviço Secreto – Terceiro filme da franquia de ação que já não tem mais fôlego

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Ação Anestésica 

Quem diria que o filme de ação Invasão a Casa Branca (Olympus Has Fallen, 2013) se tornaria uma franquia confiável (em termos de bilheteria) em Hollywood. O cinema tem dessas caixinhas de surpresa. Lançado no mesmo ano de seu gêmeo O Ataque (White House Down), com Channing Tatum e Jamie Foxx, Invasão levou a melhor e segue estreando neste fim de semana nos cinemas brasileiro seu terceiro exemplar. E não apenas isso, já foram anunciados mais filmes e uma série derivada.

Nascido como um dos filhos tardios de Duro de Matar (1988) – que continua dando crias – Invasão a Casa Branca é divertido e exagerado, conta com um elenco de peso, cenas de ação de tirar o fôlego (como a impressionante chegada de um avião bélico à Washington), uma trama no estilo Força Aérea Um (1997) e um diretor tarimbado segurando à unha esse touro selvagem, Antoine Fuqua (Dia de Treinamento). As continuações, no entanto, deixaram a franquia mais parecida com Busca Implacável, na qual só o filme original é digno de nota.



Invasão a Londres, lançado três anos depois, trouxe todo o elenco de peso de volta, mas o roteiro dos mesmos Creighton Rothenberger e Katrin Benedikt sai completamente dos trilhos. Talvez tenha sido a adição de mais dois roteiristas (Christian Gudegast e Chad St. John) que eliminou qualquer resquício de humanidade no longa, transformando-o apenas numa fábrica de tiros, muito semelhante a um vídeo game. O único elemento na parte dois que não estava no lugar era a direção de Fuqua, que não gostou do roteiro, sendo substituído pelo iraniano Babak Najafi. E isso complica a situação.

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Crítica | Invasão a Londres

Para este Invasão ao Serviço Secreto, a terceira parte, quase ninguém quis voltar. Grande parte do elenco debandou, só permanecendo o protagonista Gerard Butler, e o veterano Morgan Freeman (pobre coitado), com o personagem elevado ao posto de presidente dos EUA aqui. Os que não puderam ser tirados da trama, como a esposa do protagonista, foram substituídos: assim sai Radha Mitchell (sortuda) para a entrada de Piper Perabo no mesmo papel. Sua gravidez, no entanto, tópico do filme anterior, é jogada de lado (já que não existe menção a filhos aqui). O cineasta anterior também picou a mula, e quem dirige agora é Ric Roman Waugh (de O Acordo, com The Rock). Os roteiristas originais ficam apenas com a assinatura da história desta vez.

Para frisar mais uma semelhança com a franquia Busca Implacável, neste capítulo Mike Banning (Butler) é incriminado por algo que não cometeu, e precisa correr contra o tempo para provar sua inocência a la O Fugitivo – igualzinho ao terceiro filme citado com Liam Neeson. Os terroristas implacáveis planejam um novo ataque ao presidente dos EUA, mas agora Aaron Eckhart tem um descanso, e quem está na mira é Freeman. A cena do ataque em si, com o uso de drones, é bem legal, e um momento tenso no filme.

Uma ideia interessante é que desta vez as forças inimigas não vêm de fora do país, e os vilões são mercenários de uma companhia de segurança privada, que deseja fornecer seus serviços aos EUA substituindo os militares do governo. Temos também a introdução do pai do herói na trama, vivido por Nick Nolte – um sujeito recluso e experiente em técnicas de guerrilha -, surgindo como alívio cômico. Jada Pinkett Smith vive uma agente (com participação pequena) e Danny Huston é um amigo do protagonista.

Para um bom filme de ação funcionar é necessário que exista mais do que apenas a ação em si. A não ser que isso seja tão bem construído que se torne o chamariz de sua obra – como o caso dos filmes John Wick. Mas não é o que ocorre aqui. Novamente, assim como no segundo exemplar desta franquia, os tiroteios e a pancadaria nos massacram, excedendo seu tempo em tela e nos deixando anestesiados quanto à trama. Deixamos de nos importar ao percebermos que o resultado privilegia intermináveis cenas iguais, onde o protagonista não corre risco real e só elimina centenas de oponentes. Quando tentam adicionar certo drama, o longa recai no terreno da pieguice – com um sofrível diálogo entre Banning e o presidente.

Invasão ao Serviço Secreto continua a apostar no mais baixo denominador comum, colocando personagens que deveriam ser inteligentes, como o presidente dos EUA, por exemplo, tomando as decisões mais idiotas. Mas ei, tome outra cena de ação aqui – não é isso que você queria? Sim, é desta forma que nos tratam. Sem qualquer originalidade, bom humor ou vontade dos envolvidos para além de descontarem um bom cheque ao fim do trabalho, este terceiro filme se mostra uma repetição do segundo e, pelo que tudo indica, a previsão para os próximos não é melhorar.

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Quem diria que o filme de ação Invasão a Casa Branca (Olympus Has Fallen, 2013) se tornaria uma franquia confiável (em termos de bilheteria) em Hollywood. O cinema tem dessas caixinhas de surpresa. Lançado no mesmo ano de seu gêmeo O Ataque (White House Down), com Channing Tatum e Jamie Foxx, Invasão levou a melhor e segue estreando neste fim de semana nos cinemas brasileiro seu terceiro exemplar. E não apenas isso, já foram anunciados mais filmes e uma série derivada.

Nascido como um dos filhos tardios de Duro de Matar (1988) – que continua dando crias – Invasão a Casa Branca é divertido e exagerado, conta com um elenco de peso, cenas de ação de tirar o fôlego (como a impressionante chegada de um avião bélico à Washington), uma trama no estilo Força Aérea Um (1997) e um diretor tarimbado segurando à unha esse touro selvagem, Antoine Fuqua (Dia de Treinamento). As continuações, no entanto, deixaram a franquia mais parecida com Busca Implacável, na qual só o filme original é digno de nota.

Invasão a Londres, lançado três anos depois, trouxe todo o elenco de peso de volta, mas o roteiro dos mesmos Creighton Rothenberger e Katrin Benedikt sai completamente dos trilhos. Talvez tenha sido a adição de mais dois roteiristas (Christian Gudegast e Chad St. John) que eliminou qualquer resquício de humanidade no longa, transformando-o apenas numa fábrica de tiros, muito semelhante a um vídeo game. O único elemento na parte dois que não estava no lugar era a direção de Fuqua, que não gostou do roteiro, sendo substituído pelo iraniano Babak Najafi. E isso complica a situação.

Crítica | Invasão a Londres

Para este Invasão ao Serviço Secreto, a terceira parte, quase ninguém quis voltar. Grande parte do elenco debandou, só permanecendo o protagonista Gerard Butler, e o veterano Morgan Freeman (pobre coitado), com o personagem elevado ao posto de presidente dos EUA aqui. Os que não puderam ser tirados da trama, como a esposa do protagonista, foram substituídos: assim sai Radha Mitchell (sortuda) para a entrada de Piper Perabo no mesmo papel. Sua gravidez, no entanto, tópico do filme anterior, é jogada de lado (já que não existe menção a filhos aqui). O cineasta anterior também picou a mula, e quem dirige agora é Ric Roman Waugh (de O Acordo, com The Rock). Os roteiristas originais ficam apenas com a assinatura da história desta vez.

Para frisar mais uma semelhança com a franquia Busca Implacável, neste capítulo Mike Banning (Butler) é incriminado por algo que não cometeu, e precisa correr contra o tempo para provar sua inocência a la O Fugitivo – igualzinho ao terceiro filme citado com Liam Neeson. Os terroristas implacáveis planejam um novo ataque ao presidente dos EUA, mas agora Aaron Eckhart tem um descanso, e quem está na mira é Freeman. A cena do ataque em si, com o uso de drones, é bem legal, e um momento tenso no filme.

Uma ideia interessante é que desta vez as forças inimigas não vêm de fora do país, e os vilões são mercenários de uma companhia de segurança privada, que deseja fornecer seus serviços aos EUA substituindo os militares do governo. Temos também a introdução do pai do herói na trama, vivido por Nick Nolte – um sujeito recluso e experiente em técnicas de guerrilha -, surgindo como alívio cômico. Jada Pinkett Smith vive uma agente (com participação pequena) e Danny Huston é um amigo do protagonista.

Para um bom filme de ação funcionar é necessário que exista mais do que apenas a ação em si. A não ser que isso seja tão bem construído que se torne o chamariz de sua obra – como o caso dos filmes John Wick. Mas não é o que ocorre aqui. Novamente, assim como no segundo exemplar desta franquia, os tiroteios e a pancadaria nos massacram, excedendo seu tempo em tela e nos deixando anestesiados quanto à trama. Deixamos de nos importar ao percebermos que o resultado privilegia intermináveis cenas iguais, onde o protagonista não corre risco real e só elimina centenas de oponentes. Quando tentam adicionar certo drama, o longa recai no terreno da pieguice – com um sofrível diálogo entre Banning e o presidente.

Invasão ao Serviço Secreto continua a apostar no mais baixo denominador comum, colocando personagens que deveriam ser inteligentes, como o presidente dos EUA, por exemplo, tomando as decisões mais idiotas. Mas ei, tome outra cena de ação aqui – não é isso que você queria? Sim, é desta forma que nos tratam. Sem qualquer originalidade, bom humor ou vontade dos envolvidos para além de descontarem um bom cheque ao fim do trabalho, este terceiro filme se mostra uma repetição do segundo e, pelo que tudo indica, a previsão para os próximos não é melhorar.

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