domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica ‘Invasão Secreta’ | Terceiro episódio é o melhor da série até aqui

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[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS] 

Se você ainda não assistiu o terceiro episódio de Invasão Secreta, evite esta matéria, pois ela contém spoilers



O terceiro episódio de Invasão Secreta está no Disney+, o que marca o começo da reta final da série de seis capítulos da Marvel. O que é uma pena, porque apesar de estar sendo construída uma das melhores produções do MCU no streaming, é inegável que o envolvimento do público está longe de ser o mesmo de outras séries, como WandaVision e Mulher-Hulk: Defensora de Heróis. Não que haja comparação entre as séries, até porque cada uma traz uma proposta diferente, mas é mais para apontar como essa quantidade quase industrial de produções no mesmo universo foi uma das causas pela fadiga do público na já finalizada Fase Quatro, e como isso ainda reflete na Fase Cinco.

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De qualquer forma, o terceiro episódio de Invasão Secreta conseguiu sintetizar perfeitamente o que é a série, em seus acertos e erros, o que faz dele o melhor capítulo da saga conspiratória de Nick Fury até o momento.

O episódio anterior havia terminado com um gancho muito promissor envolvendo a esposa de Fury. Revelar a personagem como sendo uma Skrull – que assume a forma humana segundos antes do espião voltar ao lar – levou o público a se questionar se Fury sabia ou não que sua amada era uma alienígena infiltrada. E confesso que as expectativas criadas foram melhores que a trama oficial, já que o terceiro episódio já começa com um flashback em que vemos o início do relacionamento do casal, provando que ele sempre soube que ela era uma Skrull. A ideia de terem infiltrado uma agente na casa de Nick sem que ele soubesse era muito promissora e até cruel por parte dos antagonistas, mas se trabalharem bem essa “traição” da amada se voltando contra o planeta que a acolheu e aquele que ela escolheu passar a vida ao lado, pode funcionar bem.

No entanto, o mais provável parece ser o foco em outra dupla: Fury e Talos. Não é segredo para ninguém que a proposta da série está girando ao redor da desconstrução total do mito de Nick Fury e seu arquétipo do superespião machão invencível. E parte fundamental desse processo é entender a complexidade de sua amizade com o alienígena Talos, que por anos foi seu único amigo 100% verdadeiro na Terra. Neste episódio, inclusive, há um leve embate entre os dois que precedeu uma possível reconciliação, que resume bem o que foi criado entre eles nesta produção até aqui.

Depois de dar um esporro colossal no amigo galáctico, que acabara de salvar sua vida, Fury pôs em risco não apenas sua amizade, mas a principal aliança que ele construiu em sua história. Conforme o próprio Talos revelou, o humano só se tornou O Nick Fury por conta de sua ajuda e dos Skrulls infiltrados, que repassaram informações valiosíssimas para ele ao longo dos anos, o transformando no ser humano mais bem-informado do mundo, o que o levou a assumir o cargo de diretor da S.H.I.E.L.D., resultando na formação dos Vingadores e tudo mais.

E novamente há de se destacar o trabalho espetacular de Ben Mendelsohn, que trouxe um carisma muito grande para seu Talos. A série abre uma grande oportunidade para que ele traia a raça humana a cada episódio, mas ele se mantém fiel aos seus ideais e à promessa feita por Fury nos anos 90 para seguir leal a seu povo e ao planeta que o acolheu. É bem possível que ele termine a série como vilão, o que teria um peso enorme justamente pela construção de personagem incrível de Ben. De verdade, é impossível não se afeiçoar pelo personagem, que muitas vezes demonstra mais humanidade e diplomacia que os próprios humanos retratados na série.

Ele transita entre o núcleo dos Skrulls e o dos humanos, se tornando um ponto de equilíbrio em uma série marcada por esses dois opostos. Enquanto o lado humano, protagonizado por Samuel L. Jackson – que também faz um trabalho ótimo, trazendo ao Nick Fury camadas nunca antes exploradas – é muito intenso e bem trabalhado, o lado dos aliens é carente de peso. Quer dizer, os pontos trazidos por Gravik (Kingsley Ben-Adir) são válidos e houve até mesmo um momento de reflexão sobre as diferentes pessoas que convivem em sociedade, mas ficou por aí mesmo.

Por mais que sejam terríveis, suas ações não causam tanto impacto assim, fazendo do personagem um vilão com potencial multidimensional, mas que vem sendo trabalhado da forma mais cliché possível. Agora ele vai oficialmente se tornar um Super Skrull, o ápice de sua espécie, com poderes especiais para derrotar os Vingadores. Ou seja, provavelmente não veremos mais algum tipo de desenvolvimento de personalidade e sim de poderes. Junto a ele, a traidora Gi’Ah, vivida pela adorável Emilia Clarke, prometeu muito e pouco fez. E nem foi culpa da atriz, mas da direção, que a relegou a um papel de coadjuvante com pouquíssimo tempo de tela. E que pecado é subaproveitar a personagem desse jeito, porque ela é justamente o ponto de desequilíbrio de Talos. Uma pena.

Por fim, o episódio termina com uma revelação que deveria ser bombástica: James Rhodes (Don Cheadle) é um Skrull. Isso é sugerido inicialmente pela afirmação de Fury que diz que ninguém que o conhece de verdade o chama de “Nick” – e Rhodes o chamou pelo primeiro nome quando foi demiti-lo no segundo episódio -, e pela voz na ligação aos Skrulls na cena final deste capítulo. Ter um alien infiltrado em meio aos Vingadores, com ligação direta ao principal herói da última década, deveria ser uma revelação de parar todo o MCU, até por sua relevância, só que toda essa situação é conduzida de forma insossa. Tanto que assim que o herói apareceu na semana passada, até quem não era fã já entendeu que aquele ali não era o Rhodes de sempre. O personagem tinha atitude demais para isso.

Enfim, o mistério agora é descobrir o que os Skrulls estão fazendo com as pessoas que são substituídas. Também fica o questionamento de desde quando Rhodes foi trocado pela cópia alien. Seria engraçado se revelassem que ele foi trocado entre 2008 e 2010, que foi quando a Marvel reescalou o ator do personagem e agiu como se ninguém notasse, mas é provável que usem o período do Blip como justificativa para a troca. Isso, inclusive, justificaria a mudança de personalidade dele em Vingadores: Ultimato (2019), por exemplo.

Os novos episódios de Invasão Secreta estreiam toda quarta no Disney+.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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De qualquer forma, o terceiro episódio de Invasão Secreta conseguiu sintetizar perfeitamente o que é a série, em seus acertos e erros, o que faz dele o melhor capítulo da saga conspiratória de Nick Fury até o momento.

O episódio anterior havia terminado com um gancho muito promissor envolvendo a esposa de Fury. Revelar a personagem como sendo uma Skrull – que assume a forma humana segundos antes do espião voltar ao lar – levou o público a se questionar se Fury sabia ou não que sua amada era uma alienígena infiltrada. E confesso que as expectativas criadas foram melhores que a trama oficial, já que o terceiro episódio já começa com um flashback em que vemos o início do relacionamento do casal, provando que ele sempre soube que ela era uma Skrull. A ideia de terem infiltrado uma agente na casa de Nick sem que ele soubesse era muito promissora e até cruel por parte dos antagonistas, mas se trabalharem bem essa “traição” da amada se voltando contra o planeta que a acolheu e aquele que ela escolheu passar a vida ao lado, pode funcionar bem.

No entanto, o mais provável parece ser o foco em outra dupla: Fury e Talos. Não é segredo para ninguém que a proposta da série está girando ao redor da desconstrução total do mito de Nick Fury e seu arquétipo do superespião machão invencível. E parte fundamental desse processo é entender a complexidade de sua amizade com o alienígena Talos, que por anos foi seu único amigo 100% verdadeiro na Terra. Neste episódio, inclusive, há um leve embate entre os dois que precedeu uma possível reconciliação, que resume bem o que foi criado entre eles nesta produção até aqui.

Depois de dar um esporro colossal no amigo galáctico, que acabara de salvar sua vida, Fury pôs em risco não apenas sua amizade, mas a principal aliança que ele construiu em sua história. Conforme o próprio Talos revelou, o humano só se tornou O Nick Fury por conta de sua ajuda e dos Skrulls infiltrados, que repassaram informações valiosíssimas para ele ao longo dos anos, o transformando no ser humano mais bem-informado do mundo, o que o levou a assumir o cargo de diretor da S.H.I.E.L.D., resultando na formação dos Vingadores e tudo mais.

E novamente há de se destacar o trabalho espetacular de Ben Mendelsohn, que trouxe um carisma muito grande para seu Talos. A série abre uma grande oportunidade para que ele traia a raça humana a cada episódio, mas ele se mantém fiel aos seus ideais e à promessa feita por Fury nos anos 90 para seguir leal a seu povo e ao planeta que o acolheu. É bem possível que ele termine a série como vilão, o que teria um peso enorme justamente pela construção de personagem incrível de Ben. De verdade, é impossível não se afeiçoar pelo personagem, que muitas vezes demonstra mais humanidade e diplomacia que os próprios humanos retratados na série.

Ele transita entre o núcleo dos Skrulls e o dos humanos, se tornando um ponto de equilíbrio em uma série marcada por esses dois opostos. Enquanto o lado humano, protagonizado por Samuel L. Jackson – que também faz um trabalho ótimo, trazendo ao Nick Fury camadas nunca antes exploradas – é muito intenso e bem trabalhado, o lado dos aliens é carente de peso. Quer dizer, os pontos trazidos por Gravik (Kingsley Ben-Adir) são válidos e houve até mesmo um momento de reflexão sobre as diferentes pessoas que convivem em sociedade, mas ficou por aí mesmo.

Por mais que sejam terríveis, suas ações não causam tanto impacto assim, fazendo do personagem um vilão com potencial multidimensional, mas que vem sendo trabalhado da forma mais cliché possível. Agora ele vai oficialmente se tornar um Super Skrull, o ápice de sua espécie, com poderes especiais para derrotar os Vingadores. Ou seja, provavelmente não veremos mais algum tipo de desenvolvimento de personalidade e sim de poderes. Junto a ele, a traidora Gi’Ah, vivida pela adorável Emilia Clarke, prometeu muito e pouco fez. E nem foi culpa da atriz, mas da direção, que a relegou a um papel de coadjuvante com pouquíssimo tempo de tela. E que pecado é subaproveitar a personagem desse jeito, porque ela é justamente o ponto de desequilíbrio de Talos. Uma pena.

Por fim, o episódio termina com uma revelação que deveria ser bombástica: James Rhodes (Don Cheadle) é um Skrull. Isso é sugerido inicialmente pela afirmação de Fury que diz que ninguém que o conhece de verdade o chama de “Nick” – e Rhodes o chamou pelo primeiro nome quando foi demiti-lo no segundo episódio -, e pela voz na ligação aos Skrulls na cena final deste capítulo. Ter um alien infiltrado em meio aos Vingadores, com ligação direta ao principal herói da última década, deveria ser uma revelação de parar todo o MCU, até por sua relevância, só que toda essa situação é conduzida de forma insossa. Tanto que assim que o herói apareceu na semana passada, até quem não era fã já entendeu que aquele ali não era o Rhodes de sempre. O personagem tinha atitude demais para isso.

Enfim, o mistério agora é descobrir o que os Skrulls estão fazendo com as pessoas que são substituídas. Também fica o questionamento de desde quando Rhodes foi trocado pela cópia alien. Seria engraçado se revelassem que ele foi trocado entre 2008 e 2010, que foi quando a Marvel reescalou o ator do personagem e agiu como se ninguém notasse, mas é provável que usem o período do Blip como justificativa para a troca. Isso, inclusive, justificaria a mudança de personalidade dele em Vingadores: Ultimato (2019), por exemplo.

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