domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica 4 | Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros

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Franquia jurássica ganha fôlego, mesmo colocando o público em cheque.

Quando o jovem clássico Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993) finalmente estreou, uma revolução aconteceu. Ao lado de James Cameron, com o também excepcional O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991), Steven Spielberg deu outro significado ao chamado blockbuster, não só em dimensão de marketing, como também em aspectos cinematográficos. A partir dali, de certa maneira a técnica de stop motion foi aposentada, os efeitos CGI entraram em um novo patamar e se uniram aos práticos. O longa também causou euforia no tema que abordava, foi uma grande alavanca na área da paleontologia, inspirando novos profissionais. Um sucesso absoluto de crítica e público, virando a principal referência quando se fala de dinossauros na sétima arte. A continuação era então inevitável.

Surpreendendo, o próprio Spielberg decidiu dirigir O Mundo Perdido: Jurassic Park (1997), um trabalho bem menos inspirado que o anterior e que trazia a ideia de levar os bichos para uma metrópole. Obra que nem de longe tinha o mesmo esmero de outrora e que, com justiça, acabou sendo esquecido. Ainda assim, a franquia continuava viva no coração do público, tanto que quando Joe Johnston comandou Jurassic Park III (2001), apesar da qualidade bastante questionável, a terceira parte teve uma bilheteria deveras considerável. Ou seja, a bem da verdade, os dinos nunca perderam seu espaço dentro da cultura pop.



No entanto, devido a alguns problemas entre produtores, foram quase quinze anos para que uma espécie de reboot surgisse novamente. Protagonizado pelo astro do momento, Chris Pratt (que mais parece uma nova versão do professor Jones), Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros dá um novo fôlego à franquia e reacende a chama dos primeiros habitantes da Terra, no imaginário popular.

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Pegando a mesma formula do original, tanto em base textual quanto em arquétipos, vemos aqui a reinauguração e já funcionamento do famoso parque de John Hammond (personagem do saudoso do Richard Attenborough), que agora pertence à Masrani (Irrfan Khan), um homem que tem ambições ainda maiores. Contando com a ajuda de alguns cientistas, a ideia é desenvolver uma nova espécie, já que as demais ficaram “obsoletas ou comuns” para a plateia, deste que agora é quase um Sea World dos monstros. Porém, como esperado, uma das novas criaturas adquire maior inteligência e consegue escapar da jaula, causando desastre no lugar.

Em meio a todo escarcéu, temos a doutora Claire (Bryce Dallas Howard), responsável pelos comandos do parque, e que está recebendo a visita dos sobrinhos Gray (Ty Simpkins) e Zach (Nick Robinson). Os garotos aproveitam para conhecer o local e de uma maneira bem estranha conseguem através de um veículo tecnológico de vidro andar por Nublar entre os bichos sem nenhum problema, isso porque os donos do local acreditam ter domesticado parte dos animais. Principalmente pela ajuda do estudioso no assunto, Owen (Pratt), que pode até se comunicar com velociraptores. Assim sendo, o casal busca uma maneira de salvar as crianças e os visitantes.

Dirigido pelo novato Colin Trevorrow, que vinha do bom Sem Segurança Nenhuma (2012), o longa segue a mesma linha do primeiro, explica toda a situação e criação e vai aos poucos mostrando a beleza do parque, terminando na revelação dos dinossauros. A narrativa que é bem amparada pelo já conhecido tema de John Williams, que ganha novos tons pelas mãos de Michael Giacchino, fazendo com que a catarse ainda exista, mas longe do que era. As referências são muitas, elas vão desde o holograma do Sr. DNA ou a camiseta do cientista com o antigo logo até andamentos em que os personagens estão acuados embaixo de um carro.

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Porém, um dos principais problemas de Trevorrow foi fazer com que o público acreditasse na veracidade dos dinos, bem como Spierlberg e Cia. Em muitos momentos são aparentes os efeitos CGI quando contrapostos ao lado de objetos reais. Nem mesmo as maiores espécies parecem críveis, o que tira muito do impacto dos planos e envolvimento do público – ainda que as cenas de ação sejam bem construídas pelo cineasta, através de bons ângulos e cortes. O desenho de som também dá maior força às tomadas de entraves.

Do mesmo modo que Chris Pratt está ótimo e carrega com energia seu importante papel. Tendo o carisma de sempre, o ator traz um dinamismo e tanto, aparecendo como o grande destaque no elenco. A Claire de Bryce Dallas Howard (A Dama na Água) também convence ao se mostrar preocupada com os sobrinhos. O ponto negativo está no romance entre os dois, onde não há química na relação, que soa um tanto forçada. Os atores mirins não comprometem, o contrário de Vincent D’Onofrio (Demolidor), que aparece bastante caricatural com seu vilão Hoskins. Fechando o casting está o francês Omar Sy (Intocáveis) e o indiano Irrfan Khan (As Aventuras de Pi), que desempenham corretamente suas funções.

Há muitos altos e baixos durante o filme, ainda que os melhores momentos se sobressaiam. Contudo, há algo fundamental para que você embarque naquele universo: comprar a ideia proposta. Como bem diz a sinopse, em dado andamento vemos homem e dinossauro formarem uma dupla na luta contra o monstro geneticamente modificado. Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros deve entrar na lista do ame ou odeie, cabe a você escolher o lado.

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Wilker Medeiroshttps://www.youtube.com/imersaocultural
Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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Quando o jovem clássico Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993) finalmente estreou, uma revolução aconteceu. Ao lado de James Cameron, com o também excepcional O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991), Steven Spielberg deu outro significado ao chamado blockbuster, não só em dimensão de marketing, como também em aspectos cinematográficos. A partir dali, de certa maneira a técnica de stop motion foi aposentada, os efeitos CGI entraram em um novo patamar e se uniram aos práticos. O longa também causou euforia no tema que abordava, foi uma grande alavanca na área da paleontologia, inspirando novos profissionais. Um sucesso absoluto de crítica e público, virando a principal referência quando se fala de dinossauros na sétima arte. A continuação era então inevitável.

Surpreendendo, o próprio Spielberg decidiu dirigir O Mundo Perdido: Jurassic Park (1997), um trabalho bem menos inspirado que o anterior e que trazia a ideia de levar os bichos para uma metrópole. Obra que nem de longe tinha o mesmo esmero de outrora e que, com justiça, acabou sendo esquecido. Ainda assim, a franquia continuava viva no coração do público, tanto que quando Joe Johnston comandou Jurassic Park III (2001), apesar da qualidade bastante questionável, a terceira parte teve uma bilheteria deveras considerável. Ou seja, a bem da verdade, os dinos nunca perderam seu espaço dentro da cultura pop.

No entanto, devido a alguns problemas entre produtores, foram quase quinze anos para que uma espécie de reboot surgisse novamente. Protagonizado pelo astro do momento, Chris Pratt (que mais parece uma nova versão do professor Jones), Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros dá um novo fôlego à franquia e reacende a chama dos primeiros habitantes da Terra, no imaginário popular.

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Pegando a mesma formula do original, tanto em base textual quanto em arquétipos, vemos aqui a reinauguração e já funcionamento do famoso parque de John Hammond (personagem do saudoso do Richard Attenborough), que agora pertence à Masrani (Irrfan Khan), um homem que tem ambições ainda maiores. Contando com a ajuda de alguns cientistas, a ideia é desenvolver uma nova espécie, já que as demais ficaram “obsoletas ou comuns” para a plateia, deste que agora é quase um Sea World dos monstros. Porém, como esperado, uma das novas criaturas adquire maior inteligência e consegue escapar da jaula, causando desastre no lugar.

Em meio a todo escarcéu, temos a doutora Claire (Bryce Dallas Howard), responsável pelos comandos do parque, e que está recebendo a visita dos sobrinhos Gray (Ty Simpkins) e Zach (Nick Robinson). Os garotos aproveitam para conhecer o local e de uma maneira bem estranha conseguem através de um veículo tecnológico de vidro andar por Nublar entre os bichos sem nenhum problema, isso porque os donos do local acreditam ter domesticado parte dos animais. Principalmente pela ajuda do estudioso no assunto, Owen (Pratt), que pode até se comunicar com velociraptores. Assim sendo, o casal busca uma maneira de salvar as crianças e os visitantes.

Dirigido pelo novato Colin Trevorrow, que vinha do bom Sem Segurança Nenhuma (2012), o longa segue a mesma linha do primeiro, explica toda a situação e criação e vai aos poucos mostrando a beleza do parque, terminando na revelação dos dinossauros. A narrativa que é bem amparada pelo já conhecido tema de John Williams, que ganha novos tons pelas mãos de Michael Giacchino, fazendo com que a catarse ainda exista, mas longe do que era. As referências são muitas, elas vão desde o holograma do Sr. DNA ou a camiseta do cientista com o antigo logo até andamentos em que os personagens estão acuados embaixo de um carro.

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Porém, um dos principais problemas de Trevorrow foi fazer com que o público acreditasse na veracidade dos dinos, bem como Spierlberg e Cia. Em muitos momentos são aparentes os efeitos CGI quando contrapostos ao lado de objetos reais. Nem mesmo as maiores espécies parecem críveis, o que tira muito do impacto dos planos e envolvimento do público – ainda que as cenas de ação sejam bem construídas pelo cineasta, através de bons ângulos e cortes. O desenho de som também dá maior força às tomadas de entraves.

Do mesmo modo que Chris Pratt está ótimo e carrega com energia seu importante papel. Tendo o carisma de sempre, o ator traz um dinamismo e tanto, aparecendo como o grande destaque no elenco. A Claire de Bryce Dallas Howard (A Dama na Água) também convence ao se mostrar preocupada com os sobrinhos. O ponto negativo está no romance entre os dois, onde não há química na relação, que soa um tanto forçada. Os atores mirins não comprometem, o contrário de Vincent D’Onofrio (Demolidor), que aparece bastante caricatural com seu vilão Hoskins. Fechando o casting está o francês Omar Sy (Intocáveis) e o indiano Irrfan Khan (As Aventuras de Pi), que desempenham corretamente suas funções.

Há muitos altos e baixos durante o filme, ainda que os melhores momentos se sobressaiam. Contudo, há algo fundamental para que você embarque naquele universo: comprar a ideia proposta. Como bem diz a sinopse, em dado andamento vemos homem e dinossauro formarem uma dupla na luta contra o monstro geneticamente modificado. Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros deve entrar na lista do ame ou odeie, cabe a você escolher o lado.

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Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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