quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Crítica | Licorice Pizza – Delicado, potente, genuíno e fascinante… Esse é o cinema de Paul Thomas Anderson!

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A grande maioria dos gênios jamais foram considerados como tais ainda em vida, seja na história da arte, dos esportes ou mesmo da ciência. É sempre complexo e presunçoso dar esse status a qualquer figura contemporânea, afinal de contas, mesmo com revoluções de efeitos imediatos, o legado do tempo é o que define a real importância de figuras emblemáticas que fizeram história na humanidade.

Dito isso, não existe outra palavra que melhor defina a obra do roteirista e diretor Paul Thomas Anderson senão genial, pois, certamente, o realizador é um desses poucos casos que merecem ostentar o título de gênio ainda vivo. Em Hollywood, é sem dúvidas o maior cineasta dos últimos 30 anos, com Quentin Tarantino e James Gray (em lapsos) entregando produções que, no máximo, rivalizam com os filmes de Anderson.



Tendo duas fases distintas em sua carreira – de ‘Boogie Nights’ (1997) e ‘Magnólia’ (1999) a ‘Sangue Negro’ (2007) e ‘O Mestre’ (2012) – Paul T. Anderson brilhou, incialmente, com um tipo de cinema pulsante e estilístico, sendo comparado a Robert Altman e Martin Scorsese; logo depois virou a chave e apresentou obras mais etéreas, intimistas e analíticas, onde bebia da fonte de Terrence Malick e John Huston. Sempre de maneira particular, pujante e ao mesmo tempo apaixonante, era impossível, por exemplo, resistir ao romance incomum ‘Embriagado de Amor’ (2002), estrelado por Adam Sandler e Emily Watson.

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Aliás, a lembrança de Sandler nos traz diretamente a sua mais nova e brilhante produção chamada de ‘Licorice Pizza’, que está concorrendo a diversos prêmios importantes como BAFTA, Oscar e os principais sindicatos em Hollywood, justamente naquelas categorias ditas artisticamente fundamentais, como Melhor Filme, Direção e Roteiro – sim, para além de tudo, Anderson é um dos roteiristas mais criativos e conceituados da indústria, juntando todas seu trabalho como escritor, diretor e produtor, o americano já foi indicado 11 vezes pela Academia – talvez nunca vencerá, tal como aconteceu a lendas como Hitchcock, Kubrick e Chaplin.

Mas cito então Adam Sandler pela nova dupla de protagonistas, Alana Haim e Cooper Hoffman, ambos artistas que jamais atuaram em outra produção de cinema. Hoffman é filho de um dos parceiros mais longevos e talentosos de Paul T. Anderson, o saudoso Philip Seymour Hoffman. O ator, que tem 18 anos, debuta como co-protagonista, um posto que é pleiteado por astros veteranos e que, da última vez, foi ocupado por ninguém menos que o três vezes vencedor do Oscar, Daniel Day-Lewis, em ‘Trama Fantasma’ (2017), seu último filme antes da aposentadoria. Hoffman então não desperdiça a chance e atende as expectativas, muito por conseguir casar a doçura e insegurança da adolescência a um estilo de empreendedor precoce pela visão de negócio apurada.

No entanto a grande estrela e destaque de ‘Licorice Pizza’ é a cantora e multi-instrumentista Alana Haim, um caso inusitado que fez parte do passado de P. T. Anderson e acabou ligando os dois atualmente. Alana é filha de Donna Haim, uma antiga professora de artes do cineasta. Sem saber de nada disso, Anderson queria fazer um clipe com a banda Haim, formada por Alana e suas irmãs mais velhas. Quando soube então da “coincidência”, preparou um roteiro durante a pandemia e colocou a caçula da família como a estrela do seu novo longa, sem que nunca tivesse atuado na vida.

Porém, não se engane, ela não fica atrás de nenhum dos protagonistas do autor, isso porque uma das principais características de Paul T. Anderson é conseguir extrair o máximo dos atores. Foi assim que fez, de maneira mais simples, com Day-Lewis e Joaquin Phoenix; foi assim que também fez, mais arduamente, com Mark Wahlberg e o próprio Adam Sandler. Com Alana, então, não precisou de muito, já que, segundo ele próprio, ela parecia mais à vontade em cena do que na própria sala de casa.

Ok, existe a possibilidade de Alana Haim exibir tamanha naturalidade artística por filmar no “quintal de casa”, o município de San Fernando Valley, na Califórnia; no entanto poucas vezes na vida presenciei uma estreia tão impactante quanto a dessa moça – que, não à toa, figura entre as principais indicada a dezenas de prêmios, levando pelo menos 15 deles para sua estante.

Aliás, como já cantei a pedra, não é por acaso que ‘Licorice Pizza’ traga Valley como o seu principal cenário, exatamente porque depois de uma longa fase de filmes mais “classudos”, Paul Thomas Anderson retorne não apenas ao tipo de história mais leve e delicada que fazia em outrora, como também traz de volta o estilo que ficou guardado durante a década de 1990. Ou seja, este é um filme muito mais parecido com ‘Jogada de Risco’ (1996) e os já citados ‘Boogie Nights’ e ‘Embriagado de Amor‘ do que trabalhos mais recentes. É naturalista, é radiante e de uma fluidez contagiante.

Também é sonoro, é musical e recheado de hits que batem lá no fundo… Abre com ‘July Tree’ da transcendental Nina Simone e traz como single o clássico ‘Life on Mars?’ do mitológico David Bowie; no entanto rememora petardos que vão de ‘Peace Frog’ do The Doors e ‘Stumblin In’ de Chris Norman até ‘Let Me Roll It’ de Paul McCartney. Falando nisso, o termo ‘Licorice Pizza‘ (pizza de alcaçuz) faz uma alusão direta a discos de vinil, ou melhor, a uma antiga marca vendia os bolachões no sul da Califórnia. Lá, enquanto compravam e ouviam os LP’s (long play), conversam por horas e chupavam balas de alcaçuz.

E já falando de trama, a plot aparentemente simples ganha contornos com o tempo. Baseado numa visita do diretor a uma escola em Los Angeles, no dia da chamada foto oficial da turma. Junto a sua memórias de adolescência, passadas de maneira assumidamente nostálgica, Anderson relembrou histórias de seu amigo Gary Goetzman, antigo ator mirim que estrelou filmes como ‘Os seus, os meus, os nossos’ (1968), e que participou de programas televisivos, tendo também dois negócios em Los Angeles, dentre eles uma loja de colchões dágua – como é retratado no próprio filme.

Nela, logo de início, vemos Gary Valentine (Hoffman), de 15 anos, querendo sair com Alana Kane (Haim), de 25, que trabalha como assistente de fotografo na escola de Gary. Ela deixa claro sua posição de criança, porém logo percebe o quão precoce é o moleque, que além de tentar a vida como ator, também cria empreendimentos, tendo tino para o meio empresarial. Ao mesmo tempo, Gary repara que sua admiração por Alana vai além de paixão, a garota é um poço de ideias e capaz de iluminar todos ao seu redor.

Uma relação que se estreita no caminhar da trama, mas que, de repente, também se desfaz como num passe de mágica, abrindo margem para que o realizador conceba subtramas a parte, tudo isso sem jamais desviar a atenção do público. As histórias a parte vão desde um jantar impagável na casa de Alana – onde os pais e as irmãs reais da cantora atuam – até a campanha de um jovem político de Los Angeles, Joel Wachs (Benny Safdie), que guarda um segredo a sete chaves – um andamento que claramente é uma alegoria a ‘Taxi Driver‘.

Temos também uma participação especialíssima de Bradley Cooper como o ex-cabeleireiro que virou o produtor, Jon Peters, outra figura real que é retratada no longa como um verdadeiro maníaco narcisista. Este que acaba sendo um dos grandes momentos da carreira de Bradley. Andamento este que dá origem a uma cena esplendida onde Alana dirige um caminhão de ré, daquelas carpintarias de tirar o chapéu. Ou quando Sean Penn vive um ator excêntrico e machista, com diálogos e ações que beiram o surrealismo. Enfim, são apenas alguns recortes que possuem propósitos claros no longa, como colocar Alana em situações inusitados ou mostrar um pouco de como foi a década de 1970.

E assim, numa produção composta por um elenco que esbanja carisma e competência, e é detentora de um roteiro orgânico e ao mesmo tempo rico, do ponto de vista temático, Paul Thomas Anderson dispõe de uma cinematografia de alto nível, tecnicamente falando. Que ganhou versões em cópias de 70mm e carrega consigo a estética da narrativa clássica usada pelo próprio Altman em títulos como ‘O Jogador’ (1992) e ‘Short Cuts’ (1993).

Licorice Pizza’ é um filme que, acima de tudo, possui muito coração, muita verdade e muita alma. Um trabalho que não apenas veio para matar as saudades dos antigos fãs do diretor, como também elevou a categoria desse já esplendido cineasta. Ficando ali juntinho de ‘Magnólia’ e ‘Boogie Nights’ entre as obras mais fascinantes de Paul T. Anderson, sendo então disparado o melhor filme nessa temporada de premiações. É inesquecível e irretocável. E tudo que falamos aqui é expelido em cada fotograma de Anderson, exalado nas cenas de Cooper Hoffman correndo por Valley ou demonstrado nos olhares silenciosos de Alana Haim.

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Wilker Medeiroshttps://www.youtube.com/imersaocultural
Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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Crítica | Licorice Pizza – Delicado, potente, genuíno e fascinante… Esse é o cinema de Paul Thomas Anderson!

A grande maioria dos gênios jamais foram considerados como tais ainda em vida, seja na história da arte, dos esportes ou mesmo da ciência. É sempre complexo e presunçoso dar esse status a qualquer figura contemporânea, afinal de contas, mesmo com revoluções de efeitos imediatos, o legado do tempo é o que define a real importância de figuras emblemáticas que fizeram história na humanidade.

Dito isso, não existe outra palavra que melhor defina a obra do roteirista e diretor Paul Thomas Anderson senão genial, pois, certamente, o realizador é um desses poucos casos que merecem ostentar o título de gênio ainda vivo. Em Hollywood, é sem dúvidas o maior cineasta dos últimos 30 anos, com Quentin Tarantino e James Gray (em lapsos) entregando produções que, no máximo, rivalizam com os filmes de Anderson.

Tendo duas fases distintas em sua carreira – de ‘Boogie Nights’ (1997) e ‘Magnólia’ (1999) a ‘Sangue Negro’ (2007) e ‘O Mestre’ (2012) – Paul T. Anderson brilhou, incialmente, com um tipo de cinema pulsante e estilístico, sendo comparado a Robert Altman e Martin Scorsese; logo depois virou a chave e apresentou obras mais etéreas, intimistas e analíticas, onde bebia da fonte de Terrence Malick e John Huston. Sempre de maneira particular, pujante e ao mesmo tempo apaixonante, era impossível, por exemplo, resistir ao romance incomum ‘Embriagado de Amor’ (2002), estrelado por Adam Sandler e Emily Watson.

Aliás, a lembrança de Sandler nos traz diretamente a sua mais nova e brilhante produção chamada de ‘Licorice Pizza’, que está concorrendo a diversos prêmios importantes como BAFTA, Oscar e os principais sindicatos em Hollywood, justamente naquelas categorias ditas artisticamente fundamentais, como Melhor Filme, Direção e Roteiro – sim, para além de tudo, Anderson é um dos roteiristas mais criativos e conceituados da indústria, juntando todas seu trabalho como escritor, diretor e produtor, o americano já foi indicado 11 vezes pela Academia – talvez nunca vencerá, tal como aconteceu a lendas como Hitchcock, Kubrick e Chaplin.

Mas cito então Adam Sandler pela nova dupla de protagonistas, Alana Haim e Cooper Hoffman, ambos artistas que jamais atuaram em outra produção de cinema. Hoffman é filho de um dos parceiros mais longevos e talentosos de Paul T. Anderson, o saudoso Philip Seymour Hoffman. O ator, que tem 18 anos, debuta como co-protagonista, um posto que é pleiteado por astros veteranos e que, da última vez, foi ocupado por ninguém menos que o três vezes vencedor do Oscar, Daniel Day-Lewis, em ‘Trama Fantasma’ (2017), seu último filme antes da aposentadoria. Hoffman então não desperdiça a chance e atende as expectativas, muito por conseguir casar a doçura e insegurança da adolescência a um estilo de empreendedor precoce pela visão de negócio apurada.

No entanto a grande estrela e destaque de ‘Licorice Pizza’ é a cantora e multi-instrumentista Alana Haim, um caso inusitado que fez parte do passado de P. T. Anderson e acabou ligando os dois atualmente. Alana é filha de Donna Haim, uma antiga professora de artes do cineasta. Sem saber de nada disso, Anderson queria fazer um clipe com a banda Haim, formada por Alana e suas irmãs mais velhas. Quando soube então da “coincidência”, preparou um roteiro durante a pandemia e colocou a caçula da família como a estrela do seu novo longa, sem que nunca tivesse atuado na vida.

Porém, não se engane, ela não fica atrás de nenhum dos protagonistas do autor, isso porque uma das principais características de Paul T. Anderson é conseguir extrair o máximo dos atores. Foi assim que fez, de maneira mais simples, com Day-Lewis e Joaquin Phoenix; foi assim que também fez, mais arduamente, com Mark Wahlberg e o próprio Adam Sandler. Com Alana, então, não precisou de muito, já que, segundo ele próprio, ela parecia mais à vontade em cena do que na própria sala de casa.

Ok, existe a possibilidade de Alana Haim exibir tamanha naturalidade artística por filmar no “quintal de casa”, o município de San Fernando Valley, na Califórnia; no entanto poucas vezes na vida presenciei uma estreia tão impactante quanto a dessa moça – que, não à toa, figura entre as principais indicada a dezenas de prêmios, levando pelo menos 15 deles para sua estante.

Aliás, como já cantei a pedra, não é por acaso que ‘Licorice Pizza’ traga Valley como o seu principal cenário, exatamente porque depois de uma longa fase de filmes mais “classudos”, Paul Thomas Anderson retorne não apenas ao tipo de história mais leve e delicada que fazia em outrora, como também traz de volta o estilo que ficou guardado durante a década de 1990. Ou seja, este é um filme muito mais parecido com ‘Jogada de Risco’ (1996) e os já citados ‘Boogie Nights’ e ‘Embriagado de Amor‘ do que trabalhos mais recentes. É naturalista, é radiante e de uma fluidez contagiante.

Também é sonoro, é musical e recheado de hits que batem lá no fundo… Abre com ‘July Tree’ da transcendental Nina Simone e traz como single o clássico ‘Life on Mars?’ do mitológico David Bowie; no entanto rememora petardos que vão de ‘Peace Frog’ do The Doors e ‘Stumblin In’ de Chris Norman até ‘Let Me Roll It’ de Paul McCartney. Falando nisso, o termo ‘Licorice Pizza‘ (pizza de alcaçuz) faz uma alusão direta a discos de vinil, ou melhor, a uma antiga marca vendia os bolachões no sul da Califórnia. Lá, enquanto compravam e ouviam os LP’s (long play), conversam por horas e chupavam balas de alcaçuz.

E já falando de trama, a plot aparentemente simples ganha contornos com o tempo. Baseado numa visita do diretor a uma escola em Los Angeles, no dia da chamada foto oficial da turma. Junto a sua memórias de adolescência, passadas de maneira assumidamente nostálgica, Anderson relembrou histórias de seu amigo Gary Goetzman, antigo ator mirim que estrelou filmes como ‘Os seus, os meus, os nossos’ (1968), e que participou de programas televisivos, tendo também dois negócios em Los Angeles, dentre eles uma loja de colchões dágua – como é retratado no próprio filme.

Nela, logo de início, vemos Gary Valentine (Hoffman), de 15 anos, querendo sair com Alana Kane (Haim), de 25, que trabalha como assistente de fotografo na escola de Gary. Ela deixa claro sua posição de criança, porém logo percebe o quão precoce é o moleque, que além de tentar a vida como ator, também cria empreendimentos, tendo tino para o meio empresarial. Ao mesmo tempo, Gary repara que sua admiração por Alana vai além de paixão, a garota é um poço de ideias e capaz de iluminar todos ao seu redor.

Uma relação que se estreita no caminhar da trama, mas que, de repente, também se desfaz como num passe de mágica, abrindo margem para que o realizador conceba subtramas a parte, tudo isso sem jamais desviar a atenção do público. As histórias a parte vão desde um jantar impagável na casa de Alana – onde os pais e as irmãs reais da cantora atuam – até a campanha de um jovem político de Los Angeles, Joel Wachs (Benny Safdie), que guarda um segredo a sete chaves – um andamento que claramente é uma alegoria a ‘Taxi Driver‘.

Temos também uma participação especialíssima de Bradley Cooper como o ex-cabeleireiro que virou o produtor, Jon Peters, outra figura real que é retratada no longa como um verdadeiro maníaco narcisista. Este que acaba sendo um dos grandes momentos da carreira de Bradley. Andamento este que dá origem a uma cena esplendida onde Alana dirige um caminhão de ré, daquelas carpintarias de tirar o chapéu. Ou quando Sean Penn vive um ator excêntrico e machista, com diálogos e ações que beiram o surrealismo. Enfim, são apenas alguns recortes que possuem propósitos claros no longa, como colocar Alana em situações inusitados ou mostrar um pouco de como foi a década de 1970.

E assim, numa produção composta por um elenco que esbanja carisma e competência, e é detentora de um roteiro orgânico e ao mesmo tempo rico, do ponto de vista temático, Paul Thomas Anderson dispõe de uma cinematografia de alto nível, tecnicamente falando. Que ganhou versões em cópias de 70mm e carrega consigo a estética da narrativa clássica usada pelo próprio Altman em títulos como ‘O Jogador’ (1992) e ‘Short Cuts’ (1993).

Licorice Pizza’ é um filme que, acima de tudo, possui muito coração, muita verdade e muita alma. Um trabalho que não apenas veio para matar as saudades dos antigos fãs do diretor, como também elevou a categoria desse já esplendido cineasta. Ficando ali juntinho de ‘Magnólia’ e ‘Boogie Nights’ entre as obras mais fascinantes de Paul T. Anderson, sendo então disparado o melhor filme nessa temporada de premiações. É inesquecível e irretocável. E tudo que falamos aqui é expelido em cada fotograma de Anderson, exalado nas cenas de Cooper Hoffman correndo por Valley ou demonstrado nos olhares silenciosos de Alana Haim.

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