domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica ‘Loki’ | Segundo episódio foca no Deus da Trapaça e traz novos personagens

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[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS] 

Se você ainda não assistiu o segundo episódio da segunda temporada de Loki, evite esta matéria, pois ela contém spoilers



Após um primeiro episódio exemplar, Loki continua em sua jornada de redenção pelo MCU com seus amigos da AVT. Porém, nada foi tão divertido neste segundo capítulo quanto poder voltar a ver o lado vilanesco do Deus da Trapaça em uma trama interessante, com uma direção disposta a explorar mais de seus poderes em tela. Até o momento, o público só havia visto o Loki assumir a forma de outros heróis, lançar magia verde genérica e fazer projeções suas por aí. Porém, neste episódio, vemos o aspirante a anti-herói manipular as sombras, usar sua retórica, projetar suas cópias e muito mais. Ele é o ponto central da semana, garantindo um desenvolvimento bem interessante de um personagem que muitos já acreditavam ter mostrado tudo nesses 12 anos dele no Universo Cinematográfico Marvel.

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A trama da vez dá prosseguimento ao plano de acabar com Aquele Que Permanece, mas ele precisa encontrar a Sylvie antes para tentar descobrir como ela retornará para a AVT, como visto na viagem para o futuro que o Loki fez no primeiro episódio. Para isso, eles rastreiam os Time Pads dos Caçadores enviados para encontrá-la e acabam indo para na Londres dos anos 70, aonde o Caçador X-5 abandonou seu posto para viver a vida que foi tirada dele quando a AVT o sequestrou.

O easter egg está na parede à esquerda

Por lá, eles descobrem que o agente assumiu o nome de Brad Wolfe, o grande astro da época, e estava prestes a lançar seu novo filme, Zaniac!, já praticamente um sucesso. Vale dizer que Brad Wolfe existe nos quadrinhos da Marvel e trazê-lo para cá nesse episódios foi uma forma interessante de abordar um personagem que jamais ganharia chance nos longas principais da casa. Nas HQs, ele é um personagem dos quadrinhos do Thor e tem um backstory bem bizarro. Após sobreviver a uma infância repleta de violência, trauma e abusos, Brad se torna um ator e aceita protagonizar o filme de terror “Zaniac“, em que ele interpreta um serial killer que só mata mulheres. Durante as filmagens, completamente trajado como o monstro, ele sofre um acidente improvável que termina com uma explosão colossal, que bizarramente o infecta com radiação do Projeto Manhattan, causando mutações em seu DNA. Ele fica sobrenaturalmente forte e ganha a capacidade de projetar lâminas de energia com as mãos.

Ele também acaba sendo possuído por uma entidade infernal e, por estar vestido com a roupa do monstro, acredita ter se tornado o próprio Zaniac. Com isso, ele fica maluquinho das ideias e decide fazer o que o vilão do filme faria: sequestrar e assassinar mulheres. O problema é que ele sequestra justamente uma amiga do Thor, que vai atrás do vilão. Ele leva uma martelada do Thor e vai preso. Um tempo depois, ele seria contratado para matar a Jane Foster e não conseguiria tal feito. Curiosamente, ele seria morto nessa missão e a entidade demoníaca que o possuía deixaria seu corpo na forma de um rato verde horroroso, que aí sim possuiria outro corpo, causando o assassinato de Jane. Porém, o Deus do Trovão se une à AVT, volta no tempo e matam Brad no passado, evitando que ele se tornasse o Zaniac e desse início a esse caos todo.

Durante essa sequência em Londres, vemos uma série de easter eggs daquele estilo “piscou, perdeu”. Como visto nas imagens acima e ao lado, a direção aproveitou esse cenário de realidade alternativa para trazer esses personagens mais obscuros para o MCU.

Além do Zaniac, há uma menção ao Phone Ranger. E, sim, por mais ridículo que possa parecer, esse herói existe nas HQs. Criado nos anos 80, ele é AG Bell, um técnico especializado em telefones que descobre uma misteriosa raça alienígena e começa a estudar sua tecnologia. Com suas análises, Bell consegue decifrar os códigos alienígenas e desenvolve um traje tecnológico capaz de interceptar sinais de telefone e outros meios de comunicação. Ele decide usar esses “poderes” para lutar contra o crime, mesmo que tenha se tornado um dos mais obscuros heróis da Casa das Ideias. O mais engraçado disso tudo é que ele foi citado durante a Guerra Civil como um dos heróis opostos ao registro. Porém, depois de ser preso pelo Homem de Ferro e o Homem-Aranha, ele fecha um acordo e vai trabalhar como T.I. do Governo.

De qualquer forma, ele é oficialmente introduzido no MCU como um personagem de filme existente em uma ramificação temporal. Da mesma forma, nessa sequência, há outro easter egg divertido. Enquanto Mobius e Loki caminham pelas ruas, é possível ver um pôster de um dos filmes do Kingo, de Eternos (2021). Vale lembrar que ele se disfarçou na Terra como um ator de Bollywood, cujos filhos e netos deram continuidade a seu legado cinematográfico. Detalhe, como é virtualmente imortal, os “Kingos” II e III eram o próprio Eterno fingindo ser pessoas diferentes. É uma das poucas menções ao filme desde seu lançamento, já que o longa não foi tão popular quanto se esperava.

Pois bem, encerrada a seção easter egg, esse segmento londrino do episódio reúne tudo o que a série tem de melhor. Loki mostra mais de seus poderes, Mobius transborda carisma e há uma excelente sequência de ação. Sem contar que termina com a prisão do X-5, que nos leva a um dos melhores momentos do Loki no MCU.

Durante o interrogatório, Loki é humilhado pelo X-5, que o define como o grande problema do Multiverso, relembrando como tudo que ele e suas variantes fizeram foi causar dor e tragédias. Mas o interessante desse momento é que não é o Deus da Trapaça quem se descontrola, e sim Mobius, que sempre havia se mantido calmo nessas duas temporadas.

A pressão em cima dele para descobrir quem ele era antes de ser raptado pela AVT foi o gatilho para um ato de destempero do mais diplomático dos agentes. Abordar essa questão por meio de um diálogo sincero entre Mobius e Loki foi um grande acerto. Além de explorar mais do visual divertidíssimo da AVT, agora de sua cantina e seus forninhos de torta, mostrou um lado mais humano de Mobius, que até então era mostrado como um homem seguro de si, com uma estranha obsessão por motos aquáticas. Ao assumir que ele não quer procurar sua vida passada não por medo dela ser terrível, mas por temer que seja ridiculamente boa, o desconcentrando de sua vida atual, Mobius mostra um compromisso fora do normal no MCU. Ele está literalmente abdicando sua própria vida pela missão de garantir o fim do genocídio promovido anteriormente pela AVT.

Também gera uma piada sensacional, em que Loki assume que a Batalha de Nova York, talvez o mais importante evento canônico do MCU, foi um péssimo plano, feito por conta de um ataque de raiva de Deus da Trapaça. Durante essa conversa, eles decidem mudar a abordagem do interrogatório do X-5, trazendo ao público uma literal cena de tortura comandada pelo Loki. Tom Hiddleston dá show de atuação neste episódio, e essa vibe torturador é apenas mais um dos momentos em que ele brilha muito, agregando demais ao personagem.

O plano claramente foi péssimo pro Loki

Correndo em paralelo, há a trama de Ouroboros tentando consertar o Tear do Tempo. Ela destoa do ritmo do episódio, mas o carisma absurdo de Ke Huy Quan consegue lidar bem com essa “interrupção” da busca de Loki. Ela será importante para os próximos episódios porque mostra que o futuro do Multiverso depende de um reconhecimento facial do criador da AVT, Aquele Que Permanece (Jonathan Majors). O problema é que ele foi morto por Sylvie ao fim da primeira temporada. E aí entra a cena pós-créditos de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (2023). Na série, vemos Loki evitar ao máximo Kang e suas variantes. Entretanto, na pós-créditos, Mobius e Loki estão indo atrás de uma variante do Déspota do Multiverso. Ou seja, eles provavelmente vão atrás da variante que eles consideram mais “sensata” ou menos perigosa para ajudá-los a rebootar o Tear Temporal com a autorização por meio do reconhecimento facial.

Se vale um palpite, a Marvel adora o ditado “Criamos nossos próprios demônios”. Pela sequência caótica desse episódio, que mostra o próprio Loki assumindo ser uma criatura fadada ao fracasso, essa ideia de trazer um Kang para ajudá-los a salvar a AVT, a única barreira entre a Linha do Tempo Sagrada e a Guerra dos Kangs, provavelmente servirá para evitar o fim de todas as realidades, mas também será a causadora desse choque do Multiverso que será pano de fundo dos próximos dois filmes dos Vingadores. Porém, como dito antes, isso não passa de um palpite.

Na reta final do episódio, Sylvie volta de vez para a trama ao ser encontrada por Loki em seu novo emprego no McDonald’s dos anos 80. X-5 os leva até lá, onde os ex-pombinhos se reencontram e o Deus da Mentira tenta convencê-la a voltar com eles. É interessante ver como a direção trabalhou os dois como ex-namorados que ainda nutrem algum tipo de sentimento, cujos destinos foram separados por diferentes ambições na vida. Só que aqui a situação toma um outro rumo porque é o destino de toda a vida nas infinitas realidades que depende deles.

Novamente há de se destacar o trabalho incrível de cenografia e figurino do episódio, porque a reconstrução da lanchonete e os visuais oitentistas são impecáveis. Em cena, Loki e Sylvie esbanjam química, o que acaba refletindo nos poderes deles. Em meio a essa D.R., Mobius descobre que X-5 armou contra eles, porque o plano dos rebeldes da AVT era podar todas as ramificações secretamente. Para isso, os militares bombardearam todas com uma tecnologia modificada da agência. Esse momento encerra o episódio com a Caçadora B-15 se reencontrando com o grupo, claramente abalada. O arco de redenção dos agentes acordados da lavagem cerebral, após anos chacinando trilhões de vidas, incluindo de versões deles mesmos em nome da AVT, promete ser um dos maiores destaques da temporada. E a atuação de Wunmi Mosaku como a B-15 cresce a cada episódio, só precisando ganhar um pouco mais de destaque para brilhar ainda mais.

Agora, com diversas ramificações bombardeadas e com OB precisando do rosto de um Kang para impedir o fim dos mundos, o próximo capítulo já deve estabelecer os novos vilões da série e o plano que provavelmente envolverá encontrar o menos pior dos Kangs.

Em mais um ótimo capítulo, a segunda temporada de Loki segue promissora e já dá indícios de que será muito melhor que a anterior. O destaque vem sendo esse foco maior no núcleo da AVT, que traz mais coesão para a trama. E a tendência agora é realmente só melhorar. Os caminhos traçados para os próximos episódios indicam uma conclusão de ciclo para os personagens queridos e pontes para os próximos projetos, tal qual as produções do MCU antes da Disney apostar nas séries. A boa e velha Marvel que o público aprendeu a amar na última década.

Os novos episódios de Loki estreiam toda quinta no Disney+.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Após um primeiro episódio exemplar, Loki continua em sua jornada de redenção pelo MCU com seus amigos da AVT. Porém, nada foi tão divertido neste segundo capítulo quanto poder voltar a ver o lado vilanesco do Deus da Trapaça em uma trama interessante, com uma direção disposta a explorar mais de seus poderes em tela. Até o momento, o público só havia visto o Loki assumir a forma de outros heróis, lançar magia verde genérica e fazer projeções suas por aí. Porém, neste episódio, vemos o aspirante a anti-herói manipular as sombras, usar sua retórica, projetar suas cópias e muito mais. Ele é o ponto central da semana, garantindo um desenvolvimento bem interessante de um personagem que muitos já acreditavam ter mostrado tudo nesses 12 anos dele no Universo Cinematográfico Marvel.

A trama da vez dá prosseguimento ao plano de acabar com Aquele Que Permanece, mas ele precisa encontrar a Sylvie antes para tentar descobrir como ela retornará para a AVT, como visto na viagem para o futuro que o Loki fez no primeiro episódio. Para isso, eles rastreiam os Time Pads dos Caçadores enviados para encontrá-la e acabam indo para na Londres dos anos 70, aonde o Caçador X-5 abandonou seu posto para viver a vida que foi tirada dele quando a AVT o sequestrou.

O easter egg está na parede à esquerda

Por lá, eles descobrem que o agente assumiu o nome de Brad Wolfe, o grande astro da época, e estava prestes a lançar seu novo filme, Zaniac!, já praticamente um sucesso. Vale dizer que Brad Wolfe existe nos quadrinhos da Marvel e trazê-lo para cá nesse episódios foi uma forma interessante de abordar um personagem que jamais ganharia chance nos longas principais da casa. Nas HQs, ele é um personagem dos quadrinhos do Thor e tem um backstory bem bizarro. Após sobreviver a uma infância repleta de violência, trauma e abusos, Brad se torna um ator e aceita protagonizar o filme de terror “Zaniac“, em que ele interpreta um serial killer que só mata mulheres. Durante as filmagens, completamente trajado como o monstro, ele sofre um acidente improvável que termina com uma explosão colossal, que bizarramente o infecta com radiação do Projeto Manhattan, causando mutações em seu DNA. Ele fica sobrenaturalmente forte e ganha a capacidade de projetar lâminas de energia com as mãos.

Ele também acaba sendo possuído por uma entidade infernal e, por estar vestido com a roupa do monstro, acredita ter se tornado o próprio Zaniac. Com isso, ele fica maluquinho das ideias e decide fazer o que o vilão do filme faria: sequestrar e assassinar mulheres. O problema é que ele sequestra justamente uma amiga do Thor, que vai atrás do vilão. Ele leva uma martelada do Thor e vai preso. Um tempo depois, ele seria contratado para matar a Jane Foster e não conseguiria tal feito. Curiosamente, ele seria morto nessa missão e a entidade demoníaca que o possuía deixaria seu corpo na forma de um rato verde horroroso, que aí sim possuiria outro corpo, causando o assassinato de Jane. Porém, o Deus do Trovão se une à AVT, volta no tempo e matam Brad no passado, evitando que ele se tornasse o Zaniac e desse início a esse caos todo.

Durante essa sequência em Londres, vemos uma série de easter eggs daquele estilo “piscou, perdeu”. Como visto nas imagens acima e ao lado, a direção aproveitou esse cenário de realidade alternativa para trazer esses personagens mais obscuros para o MCU.

Além do Zaniac, há uma menção ao Phone Ranger. E, sim, por mais ridículo que possa parecer, esse herói existe nas HQs. Criado nos anos 80, ele é AG Bell, um técnico especializado em telefones que descobre uma misteriosa raça alienígena e começa a estudar sua tecnologia. Com suas análises, Bell consegue decifrar os códigos alienígenas e desenvolve um traje tecnológico capaz de interceptar sinais de telefone e outros meios de comunicação. Ele decide usar esses “poderes” para lutar contra o crime, mesmo que tenha se tornado um dos mais obscuros heróis da Casa das Ideias. O mais engraçado disso tudo é que ele foi citado durante a Guerra Civil como um dos heróis opostos ao registro. Porém, depois de ser preso pelo Homem de Ferro e o Homem-Aranha, ele fecha um acordo e vai trabalhar como T.I. do Governo.

De qualquer forma, ele é oficialmente introduzido no MCU como um personagem de filme existente em uma ramificação temporal. Da mesma forma, nessa sequência, há outro easter egg divertido. Enquanto Mobius e Loki caminham pelas ruas, é possível ver um pôster de um dos filmes do Kingo, de Eternos (2021). Vale lembrar que ele se disfarçou na Terra como um ator de Bollywood, cujos filhos e netos deram continuidade a seu legado cinematográfico. Detalhe, como é virtualmente imortal, os “Kingos” II e III eram o próprio Eterno fingindo ser pessoas diferentes. É uma das poucas menções ao filme desde seu lançamento, já que o longa não foi tão popular quanto se esperava.

Pois bem, encerrada a seção easter egg, esse segmento londrino do episódio reúne tudo o que a série tem de melhor. Loki mostra mais de seus poderes, Mobius transborda carisma e há uma excelente sequência de ação. Sem contar que termina com a prisão do X-5, que nos leva a um dos melhores momentos do Loki no MCU.

Durante o interrogatório, Loki é humilhado pelo X-5, que o define como o grande problema do Multiverso, relembrando como tudo que ele e suas variantes fizeram foi causar dor e tragédias. Mas o interessante desse momento é que não é o Deus da Trapaça quem se descontrola, e sim Mobius, que sempre havia se mantido calmo nessas duas temporadas.

A pressão em cima dele para descobrir quem ele era antes de ser raptado pela AVT foi o gatilho para um ato de destempero do mais diplomático dos agentes. Abordar essa questão por meio de um diálogo sincero entre Mobius e Loki foi um grande acerto. Além de explorar mais do visual divertidíssimo da AVT, agora de sua cantina e seus forninhos de torta, mostrou um lado mais humano de Mobius, que até então era mostrado como um homem seguro de si, com uma estranha obsessão por motos aquáticas. Ao assumir que ele não quer procurar sua vida passada não por medo dela ser terrível, mas por temer que seja ridiculamente boa, o desconcentrando de sua vida atual, Mobius mostra um compromisso fora do normal no MCU. Ele está literalmente abdicando sua própria vida pela missão de garantir o fim do genocídio promovido anteriormente pela AVT.

Também gera uma piada sensacional, em que Loki assume que a Batalha de Nova York, talvez o mais importante evento canônico do MCU, foi um péssimo plano, feito por conta de um ataque de raiva de Deus da Trapaça. Durante essa conversa, eles decidem mudar a abordagem do interrogatório do X-5, trazendo ao público uma literal cena de tortura comandada pelo Loki. Tom Hiddleston dá show de atuação neste episódio, e essa vibe torturador é apenas mais um dos momentos em que ele brilha muito, agregando demais ao personagem.

O plano claramente foi péssimo pro Loki

Correndo em paralelo, há a trama de Ouroboros tentando consertar o Tear do Tempo. Ela destoa do ritmo do episódio, mas o carisma absurdo de Ke Huy Quan consegue lidar bem com essa “interrupção” da busca de Loki. Ela será importante para os próximos episódios porque mostra que o futuro do Multiverso depende de um reconhecimento facial do criador da AVT, Aquele Que Permanece (Jonathan Majors). O problema é que ele foi morto por Sylvie ao fim da primeira temporada. E aí entra a cena pós-créditos de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (2023). Na série, vemos Loki evitar ao máximo Kang e suas variantes. Entretanto, na pós-créditos, Mobius e Loki estão indo atrás de uma variante do Déspota do Multiverso. Ou seja, eles provavelmente vão atrás da variante que eles consideram mais “sensata” ou menos perigosa para ajudá-los a rebootar o Tear Temporal com a autorização por meio do reconhecimento facial.

Se vale um palpite, a Marvel adora o ditado “Criamos nossos próprios demônios”. Pela sequência caótica desse episódio, que mostra o próprio Loki assumindo ser uma criatura fadada ao fracasso, essa ideia de trazer um Kang para ajudá-los a salvar a AVT, a única barreira entre a Linha do Tempo Sagrada e a Guerra dos Kangs, provavelmente servirá para evitar o fim de todas as realidades, mas também será a causadora desse choque do Multiverso que será pano de fundo dos próximos dois filmes dos Vingadores. Porém, como dito antes, isso não passa de um palpite.

Na reta final do episódio, Sylvie volta de vez para a trama ao ser encontrada por Loki em seu novo emprego no McDonald’s dos anos 80. X-5 os leva até lá, onde os ex-pombinhos se reencontram e o Deus da Mentira tenta convencê-la a voltar com eles. É interessante ver como a direção trabalhou os dois como ex-namorados que ainda nutrem algum tipo de sentimento, cujos destinos foram separados por diferentes ambições na vida. Só que aqui a situação toma um outro rumo porque é o destino de toda a vida nas infinitas realidades que depende deles.

Novamente há de se destacar o trabalho incrível de cenografia e figurino do episódio, porque a reconstrução da lanchonete e os visuais oitentistas são impecáveis. Em cena, Loki e Sylvie esbanjam química, o que acaba refletindo nos poderes deles. Em meio a essa D.R., Mobius descobre que X-5 armou contra eles, porque o plano dos rebeldes da AVT era podar todas as ramificações secretamente. Para isso, os militares bombardearam todas com uma tecnologia modificada da agência. Esse momento encerra o episódio com a Caçadora B-15 se reencontrando com o grupo, claramente abalada. O arco de redenção dos agentes acordados da lavagem cerebral, após anos chacinando trilhões de vidas, incluindo de versões deles mesmos em nome da AVT, promete ser um dos maiores destaques da temporada. E a atuação de Wunmi Mosaku como a B-15 cresce a cada episódio, só precisando ganhar um pouco mais de destaque para brilhar ainda mais.

Agora, com diversas ramificações bombardeadas e com OB precisando do rosto de um Kang para impedir o fim dos mundos, o próximo capítulo já deve estabelecer os novos vilões da série e o plano que provavelmente envolverá encontrar o menos pior dos Kangs.

Em mais um ótimo capítulo, a segunda temporada de Loki segue promissora e já dá indícios de que será muito melhor que a anterior. O destaque vem sendo esse foco maior no núcleo da AVT, que traz mais coesão para a trama. E a tendência agora é realmente só melhorar. Os caminhos traçados para os próximos episódios indicam uma conclusão de ciclo para os personagens queridos e pontes para os próximos projetos, tal qual as produções do MCU antes da Disney apostar nas séries. A boa e velha Marvel que o público aprendeu a amar na última década.

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