quinta-feira , 26 dezembro , 2024

Crítica | Mãe Só Tem Duas – 2ª Temporada Foca nos Desafios de Ser Mãe e Trabalhar ao Mesmo Tempo

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Não é de hoje que a discussão maternidade versus carreira no trabalho está em pauta – especialmente porque uma condição não deveria ser incompatível com a outra; entretanto, o que vemos, ainda hoje, na sociedade (ocidental e oriental) é que mesmo em 2022 as mulheres ainda se veem muitas vezes obrigadas a escolher entre cuidar de seus filhos ou perseguir seus sonhos e construir uma carreira no trabalho. Conectado com a contemporaneidade, esse é o mote da segunda temporada de ‘Mãe Só Tem Duas’, que há pouco estreou na Netflix e rapidamente voltou a figurar no Top 10 da plataforma, repetindo o sucesso de sua temporada de abertura.



Depois de um final desastroso no batizado das pequenas Regina e Valentina, Ana (Ludwika Paleta) e Mariana (Paulina Goto) romperam de vez, e tudo que querem é manter distância uma da outra. Mas isso não será possível, pois o vínculo materno que construíram com suas bebês antes de as pequenas serem destrocadas é maior do que a briguinha entre as duas. Se por um lado Ana decidiu se separar do marido, Juan Carlos (Martín Altomaro), por outro Mariana precisa encontrar um trabalho para sustentar sua filha, pois morar com seu ex, Pablo (Javier Ponce), e Elena (Oka Giner), está ficando incômodo, especialmente depois que Pablo começou a sair com Cynthia (Elena del Río), ex-secretária de Ana. Porém, com a chegada de Ferrán, o novo chefe bonitão, o espaço de trabalho no co-working ficará agitado demais para todos eles.

Repetindo o mesmo tom descontraído da temporada anterior, a segunda parte de ‘Mãe Só Tem Duas’ desloca um pouco o foco dos apertos da inexperiência de cuidar das bebês e joga mais luz nas mães, nos equilíbrios que as duas, que estão em pontos diferentes em suas vidas, precisam tentar encontrar para dar conta da família e do trabalho. E esse é o principal desafio na maternidade, de modo que o enredo busca trabalhar este ponto em seus vários níveis de dificuldade: a falta de círculo de apoio para as mulheres, de um espaço para cuidar dos filhos no trabalho, de confiar em creches, de conciliar horários e vontades em guarda compartilhada. E nisso tudo também há espaço para a expressão dos dilemas dos homens nessas mesmas situações, o que é bem importante de ser colocado.

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Criada por Carolina Rivera, a segunda temporada de ‘Mãe Só Tem Duas’ traz um ciclo completinho, abordando cada um de seus temas de maneira contundente, de modo a abrir espaço para o desenvolvimento dos personagens secundários e suas consequentes subtramas, das quais também despontam novos e importantes temas para a terceira temporada – já confirmada – que trabalhará a maturidade feminil.

Com um roteiro envolvente – apesar da acelerada de determinados temas entre o segundo e o terceiro arco – e uma boa direção (ainda que com uns cortes repentinos em algumas cenas), a nova parte de ‘Mãe Só Tem Duas’ amadurece a maternidade de maneira leve, bem-humorada e, acima de tudo, comprometida em dialogar com os principais desafios e questionamentos de seu público-alvo. Para ver de uma vez só todos os oito episódios curtinhos de pouco mais de meia hora, e não se sentir sozinha.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Depois de um final desastroso no batizado das pequenas Regina e Valentina, Ana (Ludwika Paleta) e Mariana (Paulina Goto) romperam de vez, e tudo que querem é manter distância uma da outra. Mas isso não será possível, pois o vínculo materno que construíram com suas bebês antes de as pequenas serem destrocadas é maior do que a briguinha entre as duas. Se por um lado Ana decidiu se separar do marido, Juan Carlos (Martín Altomaro), por outro Mariana precisa encontrar um trabalho para sustentar sua filha, pois morar com seu ex, Pablo (Javier Ponce), e Elena (Oka Giner), está ficando incômodo, especialmente depois que Pablo começou a sair com Cynthia (Elena del Río), ex-secretária de Ana. Porém, com a chegada de Ferrán, o novo chefe bonitão, o espaço de trabalho no co-working ficará agitado demais para todos eles.

Repetindo o mesmo tom descontraído da temporada anterior, a segunda parte de ‘Mãe Só Tem Duas’ desloca um pouco o foco dos apertos da inexperiência de cuidar das bebês e joga mais luz nas mães, nos equilíbrios que as duas, que estão em pontos diferentes em suas vidas, precisam tentar encontrar para dar conta da família e do trabalho. E esse é o principal desafio na maternidade, de modo que o enredo busca trabalhar este ponto em seus vários níveis de dificuldade: a falta de círculo de apoio para as mulheres, de um espaço para cuidar dos filhos no trabalho, de confiar em creches, de conciliar horários e vontades em guarda compartilhada. E nisso tudo também há espaço para a expressão dos dilemas dos homens nessas mesmas situações, o que é bem importante de ser colocado.

Criada por Carolina Rivera, a segunda temporada de ‘Mãe Só Tem Duas’ traz um ciclo completinho, abordando cada um de seus temas de maneira contundente, de modo a abrir espaço para o desenvolvimento dos personagens secundários e suas consequentes subtramas, das quais também despontam novos e importantes temas para a terceira temporada – já confirmada – que trabalhará a maturidade feminil.

Com um roteiro envolvente – apesar da acelerada de determinados temas entre o segundo e o terceiro arco – e uma boa direção (ainda que com uns cortes repentinos em algumas cenas), a nova parte de ‘Mãe Só Tem Duas’ amadurece a maternidade de maneira leve, bem-humorada e, acima de tudo, comprometida em dialogar com os principais desafios e questionamentos de seu público-alvo. Para ver de uma vez só todos os oito episódios curtinhos de pouco mais de meia hora, e não se sentir sozinha.

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