domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Mamonas Assassinas: O Filme – EMOCIONANTE Cinebiografia Revive o Amor e a Amizade da Mais Irreverente Banda Brasileira

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No ano de 1996 um meteoro iluminado de alegria atravessou o céu do Brasil. O nome desse meteoro era Mamonas Assassinas, uma banda de jovens rapazes da cidade de Guarulhos que tudo o que queriam era tocar rock’ n roll e se divertir. O desejo genuíno dos cinco rapazes transbordava em suas apresentações, o que conquistou os espectadores imediatamente. O sucesso foi imediato, a recepção do público foi imediata, o amor dos fãs foi imediato. E em apenas sete meses, tudo acabou. Uma tragédia imensurável, a queda do avião que transportava todo o grupo, acabou prematuramente com a carreira dos cinco meninos grandes de Guarulhos, e deixou milhões de brasileiros em estado catatônico, porque simplesmente ninguém queria, ou sequer conseguia, acreditar. Era uma verdade cruel demais. Esse luto mal curado permaneceu no coração de muitas pessoas que acompanhou a carreira dos rapazes. Agora, 26 anos depois, estreia nos cinemas a cinebiografiaMamonas Assassinas: O Filme’.



Dinho (Ruy Brissac) trabalha anunciando promoções em um mercado, e no tempo livre joga bola e vai aos shows da banda Utopia, sua favorita. Uma sequência de eventos faz com que Dinho acabe entrando para a banda, juntando-se a Sérgio (Rhener Freitas), Bento (Beto Hinoto, sobrinho de Bento), Samuel (Adriano Tunes) e Júlio (Robson Lima). Primeiramente, a ideia era fazer rock’n roll e covers das bandas estrangeiras, mas, enquanto gravavam sua primeira demo, o empresário Enrico (Ton Prado) percebe que a descontração dos bastidores é melhor do que aquilo que o grupo pretendia fazer. Aos poucos, Enrico vai moldando a banda naquilo que em pouco tempo se tornaria os Mamonas Assassinas, e os cinco rapazes de Guarulhos aos poucos começam a viver o sonho do estrelato.

Mamonas Assassinas: O Filme’ não tem nem duas horas de duração, mas consegue captar toda a essência do que foi o grupo mais querido do Brasil moderno. Isso é resultado de todo o trabalho que veio sendo realizado desde que esse projeto ainda era papel, e depois virou uma peça musical, série, para finalmente virar audiovisual. O fundamental – o entrosamento entre os cinco protagonistas – está lá, palpável no filme, e é o que permite a gente embarcar no breve sonho que é assistir a ‘Mamonas Assassinas: O Filme’ e ter a sensação de estarmos vendo os meninos de verdade. Em poucos segundos nos esquecemos que estamos diante de atuações.

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Esse poderia ser o ponto mais impressionante, mas o que impressiona mesmo é o que se conseguiu fazer com o orçamento e a bagagem que se tinha. Vejam bem, os atores principais, apesar de terem participado do musical, não têm trabalhos expressivos em seus currículos. Nem mesmo a maioria do elenco de apoio o tem. Então, a qualidade que é entregue nesse filme demonstra não só a competência dos envolvidos, mas também que é possível conferir grandes papéis a atores novatos, basta confiar na capacidade de entrega deles. Em ‘Mamonas Assassinas: O Filme’, a entrega é tanta, que nos sentimos frequentemente dentro dos shows do grupo.

O roteiro de Carlos Lombardi faz um caminho bem curioso: ele conta a história da amizade entre os rapazes e como a partir dela criou-se a banda, mas sempre com a intervenção constante das namoradas e groupies e a presença frequente das famílias. Nos momentos cruciais, que o peito aperta e uma lágrima ameaça cair, o diretor Edson Spinello corta a cena e insere algo descontraído. Por quê? Porque não é um filme para fazer ninguém se sentir mal, pelo contrário, é para sair da sala de cinema leve. Então, mesmo sabendo o fim do filme (quem não sabe, né?), o diretor vai segurando a onda até o fim – quando, quem quiser, pode lavar a alma e permitir-se chorar tudo que ficou entalado no peito há quase trinta anos.

Mamonas Assassinas: O Filme’ é um presente para os fãs, a cura que precisávamos para nos permitirmos deixá-los ir, já que tudo foi tão rápido. É também uma linda forma de apresentar às novas gerações o que foi essa explosão de alegria que entretinha a família brasileira todos os finais de semana na televisão aberta. É, por fim, a derradeira despedida das famílias, amigos e namoradas, que puderam, neste filme, dizer as palavras que nunca puderam dizer em vida.

Para ver e rever nos cinemas, porque não cansa mesmo. ‘Mamonas Assassinas: O Filme’ é o filme das férias de verão. Para rir, se divertir, zoar com os amigos e sair do cinema com a alma renovada no início do ano de 2024.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Crítica | Mamonas Assassinas: O Filme – EMOCIONANTE Cinebiografia Revive o Amor e a Amizade da Mais Irreverente Banda Brasileira

No ano de 1996 um meteoro iluminado de alegria atravessou o céu do Brasil. O nome desse meteoro era Mamonas Assassinas, uma banda de jovens rapazes da cidade de Guarulhos que tudo o que queriam era tocar rock’ n roll e se divertir. O desejo genuíno dos cinco rapazes transbordava em suas apresentações, o que conquistou os espectadores imediatamente. O sucesso foi imediato, a recepção do público foi imediata, o amor dos fãs foi imediato. E em apenas sete meses, tudo acabou. Uma tragédia imensurável, a queda do avião que transportava todo o grupo, acabou prematuramente com a carreira dos cinco meninos grandes de Guarulhos, e deixou milhões de brasileiros em estado catatônico, porque simplesmente ninguém queria, ou sequer conseguia, acreditar. Era uma verdade cruel demais. Esse luto mal curado permaneceu no coração de muitas pessoas que acompanhou a carreira dos rapazes. Agora, 26 anos depois, estreia nos cinemas a cinebiografiaMamonas Assassinas: O Filme’.

Dinho (Ruy Brissac) trabalha anunciando promoções em um mercado, e no tempo livre joga bola e vai aos shows da banda Utopia, sua favorita. Uma sequência de eventos faz com que Dinho acabe entrando para a banda, juntando-se a Sérgio (Rhener Freitas), Bento (Beto Hinoto, sobrinho de Bento), Samuel (Adriano Tunes) e Júlio (Robson Lima). Primeiramente, a ideia era fazer rock’n roll e covers das bandas estrangeiras, mas, enquanto gravavam sua primeira demo, o empresário Enrico (Ton Prado) percebe que a descontração dos bastidores é melhor do que aquilo que o grupo pretendia fazer. Aos poucos, Enrico vai moldando a banda naquilo que em pouco tempo se tornaria os Mamonas Assassinas, e os cinco rapazes de Guarulhos aos poucos começam a viver o sonho do estrelato.

Mamonas Assassinas: O Filme’ não tem nem duas horas de duração, mas consegue captar toda a essência do que foi o grupo mais querido do Brasil moderno. Isso é resultado de todo o trabalho que veio sendo realizado desde que esse projeto ainda era papel, e depois virou uma peça musical, série, para finalmente virar audiovisual. O fundamental – o entrosamento entre os cinco protagonistas – está lá, palpável no filme, e é o que permite a gente embarcar no breve sonho que é assistir a ‘Mamonas Assassinas: O Filme’ e ter a sensação de estarmos vendo os meninos de verdade. Em poucos segundos nos esquecemos que estamos diante de atuações.

Esse poderia ser o ponto mais impressionante, mas o que impressiona mesmo é o que se conseguiu fazer com o orçamento e a bagagem que se tinha. Vejam bem, os atores principais, apesar de terem participado do musical, não têm trabalhos expressivos em seus currículos. Nem mesmo a maioria do elenco de apoio o tem. Então, a qualidade que é entregue nesse filme demonstra não só a competência dos envolvidos, mas também que é possível conferir grandes papéis a atores novatos, basta confiar na capacidade de entrega deles. Em ‘Mamonas Assassinas: O Filme’, a entrega é tanta, que nos sentimos frequentemente dentro dos shows do grupo.

O roteiro de Carlos Lombardi faz um caminho bem curioso: ele conta a história da amizade entre os rapazes e como a partir dela criou-se a banda, mas sempre com a intervenção constante das namoradas e groupies e a presença frequente das famílias. Nos momentos cruciais, que o peito aperta e uma lágrima ameaça cair, o diretor Edson Spinello corta a cena e insere algo descontraído. Por quê? Porque não é um filme para fazer ninguém se sentir mal, pelo contrário, é para sair da sala de cinema leve. Então, mesmo sabendo o fim do filme (quem não sabe, né?), o diretor vai segurando a onda até o fim – quando, quem quiser, pode lavar a alma e permitir-se chorar tudo que ficou entalado no peito há quase trinta anos.

Mamonas Assassinas: O Filme’ é um presente para os fãs, a cura que precisávamos para nos permitirmos deixá-los ir, já que tudo foi tão rápido. É também uma linda forma de apresentar às novas gerações o que foi essa explosão de alegria que entretinha a família brasileira todos os finais de semana na televisão aberta. É, por fim, a derradeira despedida das famílias, amigos e namoradas, que puderam, neste filme, dizer as palavras que nunca puderam dizer em vida.

Para ver e rever nos cinemas, porque não cansa mesmo. ‘Mamonas Assassinas: O Filme’ é o filme das férias de verão. Para rir, se divertir, zoar com os amigos e sair do cinema com a alma renovada no início do ano de 2024.

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Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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