quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Crítica | Me Chame Pelo Seu Nome – E que venha o Oscar…

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Baseado no livro de Andre Aciman e com roteiro adaptado pelo cineasta veteraníssimo James Ivory (indicado para três Oscar de direção: Uma Janela para o Amor, Retorno a Howards End e Vestígios do Dia), Me Chame Pelo Seu Nome é essencialmente sobre “o despertar para a sexualidade” de um rapaz de 17 anos.

O filme do cineasta italiano Luca Guadagnino, que em determinado momento seria codirigido por Ivory e teria Shia LaBeouf no elenco, apresenta o jovem Elio (Timothée Chalamet), um rapaz no auge de sua puberdade, passando uma temporada ao lado dos pais em Crema, na Itália. O pai, vivido por Michael Stuhlbarg (A Forma da Água), professor de história intelectual, convida para passar alguns dias hospedado em sua grande casa um antigo aluno bon vivant, papel de Armie Hammer.



Oliver (Hammer), assim como Dickie Greenleaf (Jude Law em O Talentoso Ripley), cativa todos ao redor com seu charme e capacidade de debater os mais variados tópicos relacionados à cultura. Entre as vítimas de seu arremate, a mais perdidamente seduzida é justamente o pequeno Elio. O rapaz descobre, ao mesmo tempo em que aflora sua libido (e ele experimenta com Marzia, papel de Esther Garrel, irmã de Louis Garrel, por exemplo), sua propensão pelo desejo do mesmo sexo.

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Assim como o francês Azul é a Cor Mais Quente (2013), elogiado e premiado, Me Chame Pelo Seu Nome cria uma bela história de primeiro amor, mesclando momentos sensíveis, outros emocionalmente devastadores, com cenas tórridas e intensas, que prometem afastar o público mais conservador. O filme de Guadagnino, no entanto, não chega a atingir o nível explícito do drama lésbico. Mesmo assim guarda cenas que prometem ganhar tanta fama, ou infâmia, como a de Marlon Brando e a manteiga em O Último Tango em Paris (1972) – aqui temos Chalamet e um pêssego.

Desde sua primeira exibição, Me Chame Pelo Seu Nome vem despertando falatório de prêmios, e pode muito bem arrecadar alguns. Chalamet entrega a performance de uma carreira: corajosa, desenfreada e carismática. É o famoso “se jogar”. O domínio é seu pela maior parte da projeção. Já Armie Hammer dá forma ao objeto de afeto, e o faz com grande competência. Este é o provavelmente seu melhor trabalho nas telas.  O maior pecado do longa é o excesso de duração, com momentos que poderiam ser mais enxutos e seguir dando o mesmo recado.

Mais do que apenas um drama gay, Me Chame Pelo Seu Nome demonstra que Luca Guadagnino surge como forte canalizador das conturbadas relações humanas, capaz de extrair como poucos os sentimentos muitas vezes inomináveis de suas cenas. Justamente por isso será tão interessante vê-lo jogar em outro gênero pela primeira vez – o remake de Suspiria (1977), de Dario Argento, é seu próximo lançamento, com estreia marcada para ano que vem.

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Baseado no livro de Andre Aciman e com roteiro adaptado pelo cineasta veteraníssimo James Ivory (indicado para três Oscar de direção: Uma Janela para o Amor, Retorno a Howards End e Vestígios do Dia), Me Chame Pelo Seu Nome é essencialmente sobre “o despertar para a sexualidade” de um rapaz de 17 anos.

O filme do cineasta italiano Luca Guadagnino, que em determinado momento seria codirigido por Ivory e teria Shia LaBeouf no elenco, apresenta o jovem Elio (Timothée Chalamet), um rapaz no auge de sua puberdade, passando uma temporada ao lado dos pais em Crema, na Itália. O pai, vivido por Michael Stuhlbarg (A Forma da Água), professor de história intelectual, convida para passar alguns dias hospedado em sua grande casa um antigo aluno bon vivant, papel de Armie Hammer.

Oliver (Hammer), assim como Dickie Greenleaf (Jude Law em O Talentoso Ripley), cativa todos ao redor com seu charme e capacidade de debater os mais variados tópicos relacionados à cultura. Entre as vítimas de seu arremate, a mais perdidamente seduzida é justamente o pequeno Elio. O rapaz descobre, ao mesmo tempo em que aflora sua libido (e ele experimenta com Marzia, papel de Esther Garrel, irmã de Louis Garrel, por exemplo), sua propensão pelo desejo do mesmo sexo.

Assim como o francês Azul é a Cor Mais Quente (2013), elogiado e premiado, Me Chame Pelo Seu Nome cria uma bela história de primeiro amor, mesclando momentos sensíveis, outros emocionalmente devastadores, com cenas tórridas e intensas, que prometem afastar o público mais conservador. O filme de Guadagnino, no entanto, não chega a atingir o nível explícito do drama lésbico. Mesmo assim guarda cenas que prometem ganhar tanta fama, ou infâmia, como a de Marlon Brando e a manteiga em O Último Tango em Paris (1972) – aqui temos Chalamet e um pêssego.

Desde sua primeira exibição, Me Chame Pelo Seu Nome vem despertando falatório de prêmios, e pode muito bem arrecadar alguns. Chalamet entrega a performance de uma carreira: corajosa, desenfreada e carismática. É o famoso “se jogar”. O domínio é seu pela maior parte da projeção. Já Armie Hammer dá forma ao objeto de afeto, e o faz com grande competência. Este é o provavelmente seu melhor trabalho nas telas.  O maior pecado do longa é o excesso de duração, com momentos que poderiam ser mais enxutos e seguir dando o mesmo recado.

Mais do que apenas um drama gay, Me Chame Pelo Seu Nome demonstra que Luca Guadagnino surge como forte canalizador das conturbadas relações humanas, capaz de extrair como poucos os sentimentos muitas vezes inomináveis de suas cenas. Justamente por isso será tão interessante vê-lo jogar em outro gênero pela primeira vez – o remake de Suspiria (1977), de Dario Argento, é seu próximo lançamento, com estreia marcada para ano que vem.

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