domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Medo de Amar – Filme do Reino Unido tem o sabor agridoce dos últimos dias de escola

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Jovens e crianças do mundo inteiro todos os anos sonham em terminar o ano letivo e entrar do aguardado período de férias. Esse desejo se intensifica ainda mais quando os alunos estão no último ano do Ensino Médio, pois sabem que é o último ano juntos na escola, que em seguida se tornarão adultos e livres das obrigatoriedades estudantis e, portanto, com um universo de possibilidades pela frente. É neste momento que conhecemos os jovens protagonistas de ‘Medo de Amar’, estreia da semana no Cinema Virtual.



Kai (Joshua Glenister) é um jovem introvertido, que gosta de escrever e tem um crush pela sua vizinha Grace (Kim Spearman), mas não consegue se aproximar dela porque ela é uma das meninas mais bonitas da escola e tem um namorado malvado. Junto com seus melhores amigos, Megsy (Jack Gouldbourne) e Sammy (Charlie Frances), os três passam os dias bebendo pelos telhados de uma pequeníssima cidade no interiorzão do Reino Unido, sonhando com uma vida em outro lugar, com belas garotas e em como tornar esses últimos dias juntos épicos, que ficarão para a história da cidade. Dentre festas, provas finais e dramas pessoais, os três ainda têm que aguentar o bullying de Kenner (Alexander Lincoln) neste verão que vai marcar para sempre o amadurecimento deles.

Com duas horas e cinco minutos de duração, ‘Medo de Amar’ fisga o espectador desde o início com uma história simples, porém com a qual é fácil se relacionar. Embora esteja falando de um universo bastante restrito do interior do Reino Unido, a história criada por Matthew Brawley aborda os dramas, as inseguranças e as expectativas comuns aos jovens de uma maneira bastante genuína, centrada no protagonista Kai que funciona como um narrador espectador da própria vida (ele é meio esquisito até, meio stalker, meio voyeur). O roteiro de Guy Davies acrescenta um bom equilíbrio entre a comédia, o drama e até certo suspense ao cotidiano de jovens de classe média que poderiam ser de qualquer cidade do mundo.

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Embora tenha uma história bem lugar comum, as ótimas atuações do trio de protagonista nos colocam à vontade com a trama – mérito da sintonia entre os atores e a boa condução de Guy Davies na direção. As brincadeiras, os comentários bobos, as zoações são tão leves e descontraídas, que nos sentimos entre amigos. Até mesmo as cenas mais dramáticas conseguem ser verossímeis, trazendo uma boa suspensão da descrença. Ainda assim, aqui e ali o roteiro dá umas facilitadas no enredo, para criar situações que possam conduzir de maneira mais rápida ao desfecho (exemplo disso é a aparição de nova personagem no arco final, só para gerar desvio). Também a edição por vezes insere uns takes esquisitos, que geram confusão por aparentemente não possuírem ligação com o que veio e o que está por vir na história.

Medo de Amar’, ainda que seu título faça sentido ao cerne do seu enredo, é um filme muito mais divertido que dramático, e surpreende com o frescor jovial alcançado na trama. Uma boa surpresa, disponível no Cinema Virtual.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Jovens e crianças do mundo inteiro todos os anos sonham em terminar o ano letivo e entrar do aguardado período de férias. Esse desejo se intensifica ainda mais quando os alunos estão no último ano do Ensino Médio, pois sabem que é o último ano juntos na escola, que em seguida se tornarão adultos e livres das obrigatoriedades estudantis e, portanto, com um universo de possibilidades pela frente. É neste momento que conhecemos os jovens protagonistas de ‘Medo de Amar’, estreia da semana no Cinema Virtual.

Kai (Joshua Glenister) é um jovem introvertido, que gosta de escrever e tem um crush pela sua vizinha Grace (Kim Spearman), mas não consegue se aproximar dela porque ela é uma das meninas mais bonitas da escola e tem um namorado malvado. Junto com seus melhores amigos, Megsy (Jack Gouldbourne) e Sammy (Charlie Frances), os três passam os dias bebendo pelos telhados de uma pequeníssima cidade no interiorzão do Reino Unido, sonhando com uma vida em outro lugar, com belas garotas e em como tornar esses últimos dias juntos épicos, que ficarão para a história da cidade. Dentre festas, provas finais e dramas pessoais, os três ainda têm que aguentar o bullying de Kenner (Alexander Lincoln) neste verão que vai marcar para sempre o amadurecimento deles.

Com duas horas e cinco minutos de duração, ‘Medo de Amar’ fisga o espectador desde o início com uma história simples, porém com a qual é fácil se relacionar. Embora esteja falando de um universo bastante restrito do interior do Reino Unido, a história criada por Matthew Brawley aborda os dramas, as inseguranças e as expectativas comuns aos jovens de uma maneira bastante genuína, centrada no protagonista Kai que funciona como um narrador espectador da própria vida (ele é meio esquisito até, meio stalker, meio voyeur). O roteiro de Guy Davies acrescenta um bom equilíbrio entre a comédia, o drama e até certo suspense ao cotidiano de jovens de classe média que poderiam ser de qualquer cidade do mundo.

Embora tenha uma história bem lugar comum, as ótimas atuações do trio de protagonista nos colocam à vontade com a trama – mérito da sintonia entre os atores e a boa condução de Guy Davies na direção. As brincadeiras, os comentários bobos, as zoações são tão leves e descontraídas, que nos sentimos entre amigos. Até mesmo as cenas mais dramáticas conseguem ser verossímeis, trazendo uma boa suspensão da descrença. Ainda assim, aqui e ali o roteiro dá umas facilitadas no enredo, para criar situações que possam conduzir de maneira mais rápida ao desfecho (exemplo disso é a aparição de nova personagem no arco final, só para gerar desvio). Também a edição por vezes insere uns takes esquisitos, que geram confusão por aparentemente não possuírem ligação com o que veio e o que está por vir na história.

Medo de Amar’, ainda que seu título faça sentido ao cerne do seu enredo, é um filme muito mais divertido que dramático, e surpreende com o frescor jovial alcançado na trama. Uma boa surpresa, disponível no Cinema Virtual.

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