domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | MIB: Homens de Preto – Internacional: Mais fraco do que se esperava

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Ternos alinhados, óculos de sol descolados e uma atitude. Embora fossem inexistentes para o mundo externo, sua sigilosa discrição nunca passou despercebida, em posturas que unem a comédia e boas cenas de ação, encorpadas em uma irreverente ficção científica. A perfeita junção de gêneros de MIB: Homens de Preto faz do clássico noventista uma experiência atemporal. Independente da evolução das técnicas de efeitos visuais e da própria tecnologia em si, o filme de Barry Sonnenfeld se imortalizou, coroando ainda mais Tommy Lee Jones e oficializando Will Smith como uma figura marcante, do universo de séries de TV para o cinema. Em 2019, 22 anos depois do primeiro lançamento, a Sony Pictures tenta recuperar o frescor de seu original, trazendo a dupla de Thor: Ragnarok, colocando Tessa Thompson e Chris Hemsworth como as novas versões dos agentes K e J. Bem, essa era a ideia.



Mexer com um clássico cinematográfico é como tocar em um vespeiro: As chances de sair ileso são ínfimas. E MIB: Homens de Preto – Internacional traz justamente os efeitos nocivos de se tocar em algo culturalmente sagrado. Sem agregar absolutamente nada de novo à trama, a sequência – que não é sequência, mas não é remake, mas que também não beira a um reboot – tenta se justificar como plausível e pontual a partir da expansão territorial da agência originalmente alocada em Nova York. Tentando convencer a audiência de que MIB vai além do que conhecíamos, o argumento é efêmero e não é capaz de sustentar a narrativa, que mais uma vez traz a premissa blasé de que o-planeta-precisa-ser-salvo.

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Com um roteiro que não explora uma ameaça genuinamente nova, a produção ainda peca pela falta de humor e por trazer cenas de ação que não são hipnotizantes. Forçando uma comédia mais caricata na dupla Thompson-Hemsworth – tentando repetir o modus operandi de Will Smith e Tommy Lee Jones, fica evidente que a dinâmica não funciona, ainda que ambos trabalhem muito bem juntos e com muita naturalidade em tela. Beirando o humor infantil em algumas cenas, MIB: Internacional é essencialmente fraco do começo ao fim e não conquista o público com seus protagonistas, que parecem incapazes de gerar uma empatia e conexão relevante com a audiência. Tentando demais ser carismáticos, parece que nada ali é realmente orgânico.

Com efeitos visuais que oscilam entre boas resoluções e resultados um tanto artificiais, o longa tenta inovar, levando o termo Internacional de seu título ao pé da letra. Trazendo uma ideia teoricamente boa, a produção cria uma rápida inserção adaptável para cada país onde o filme foi lançado, fazendo as vezes da aparição surpresa de Michael Jackson em MIB: Homens de Preto II. Na versão brasileira, Sérgio Mallandro tenta roubar a cena, como aquele alien que era óbvio demais para alguém suspeitar. E ele se esforça, faz o seu famoso glu glu, mas ao final de tudo, a tomada é genérica e aleatória demais e mal extrai um riso frouxo. Mas o que vale é a intenção, certo?

Com a caracterização de Kumail Nanjiani como o pequeno alien Pawny sendo a cereja do bolo – aliada a uma rápida e engraçadinha referência a Thor, MIB: Homens de Preto – Internacional é a prova de que muitas vezes o melhor que se tem a fazer é deixar as clássicas franquias descansarem em paz. Embora os anseios de apresentar os Homens de Preto à novas gerações sejam verdadeiramente honrosos, neste caso, mais vale deixar Smith e Jones contarem aquela incrível história que viveram, ainda nos idos de 1997.

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Mexer com um clássico cinematográfico é como tocar em um vespeiro: As chances de sair ileso são ínfimas. E MIB: Homens de Preto – Internacional traz justamente os efeitos nocivos de se tocar em algo culturalmente sagrado. Sem agregar absolutamente nada de novo à trama, a sequência – que não é sequência, mas não é remake, mas que também não beira a um reboot – tenta se justificar como plausível e pontual a partir da expansão territorial da agência originalmente alocada em Nova York. Tentando convencer a audiência de que MIB vai além do que conhecíamos, o argumento é efêmero e não é capaz de sustentar a narrativa, que mais uma vez traz a premissa blasé de que o-planeta-precisa-ser-salvo.

Com um roteiro que não explora uma ameaça genuinamente nova, a produção ainda peca pela falta de humor e por trazer cenas de ação que não são hipnotizantes. Forçando uma comédia mais caricata na dupla Thompson-Hemsworth – tentando repetir o modus operandi de Will Smith e Tommy Lee Jones, fica evidente que a dinâmica não funciona, ainda que ambos trabalhem muito bem juntos e com muita naturalidade em tela. Beirando o humor infantil em algumas cenas, MIB: Internacional é essencialmente fraco do começo ao fim e não conquista o público com seus protagonistas, que parecem incapazes de gerar uma empatia e conexão relevante com a audiência. Tentando demais ser carismáticos, parece que nada ali é realmente orgânico.

Com efeitos visuais que oscilam entre boas resoluções e resultados um tanto artificiais, o longa tenta inovar, levando o termo Internacional de seu título ao pé da letra. Trazendo uma ideia teoricamente boa, a produção cria uma rápida inserção adaptável para cada país onde o filme foi lançado, fazendo as vezes da aparição surpresa de Michael Jackson em MIB: Homens de Preto II. Na versão brasileira, Sérgio Mallandro tenta roubar a cena, como aquele alien que era óbvio demais para alguém suspeitar. E ele se esforça, faz o seu famoso glu glu, mas ao final de tudo, a tomada é genérica e aleatória demais e mal extrai um riso frouxo. Mas o que vale é a intenção, certo?

Com a caracterização de Kumail Nanjiani como o pequeno alien Pawny sendo a cereja do bolo – aliada a uma rápida e engraçadinha referência a Thor, MIB: Homens de Preto – Internacional é a prova de que muitas vezes o melhor que se tem a fazer é deixar as clássicas franquias descansarem em paz. Embora os anseios de apresentar os Homens de Preto à novas gerações sejam verdadeiramente honrosos, neste caso, mais vale deixar Smith e Jones contarem aquela incrível história que viveram, ainda nos idos de 1997.

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