quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Minha Vida em Marte – Mônica Martelli em divertida comédia sobre separação

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O cinema brasileiro em sua série de descobertas. Crescendo vertiginosamente em criatividade, abordagem e gêneros, nossa indústria tem trazido a brasilidade para o berço da cultura, transformando em riso, lágrimas e pavor narrativas que surpreendem o espectador. E nesse universo incansável onde novas histórias nossas surgem, a comédia pipoca está ali, à sua maneira, mostrando o que o Brasil possui de melhor para arrancar risos. E eis que surge uma dupla deliciosa de se assistir, retornando quatro anos depois para contar o que existe do outro lado do “felizes para sempre”. Mônica Martelli e Paulo Gustavo retornam, mais íntimos e intimistas do que nunca, na divertida sequência de Os Homens São de Marte…E É Pra Lá que Eu Vou, intitulada Minha Vida Marte.



De certa forma, Fernanda é um extrato de toda mulher. A diverta e, às vezes, incoerente protagonista traz um pouco de todas nós. Incansável em seus sonhos, ela devaneia em si. Perde horas idealizando amores irreais e é esperançosa o bastante para seguir em busca dos sentimentos que almeja. Bem sucedida, ela digladia com sua inconstante vida amorosa, regada por piadas naturais das suas frustrações e incrementadas com primor pelas divertidas ironias cheias de referências de Aníbal. Juntos, eles coroam o humor brasileiro, com autenticidade e risos que fluem com leveza da audiência. Se é melhor rir pra não chorar, o duo acerta novamente, fazendo dos dissabores de uma vidade amorosa frustrada a alegria do público.

Minha Vida em Marte faz quase um time lapse para oito anos desde o primeiro filme, nos levando para o centro do caos de um casamento que começou como um sonho, mas se tornara um pesadelo. Trazendo Marcos Palmeira de volta, sem o vigor da conquista amorosa do primeiro filme, a sequência – dirigida por Susana Garcia – vai além do tradicional final de contos de fadas, mostrando com realismo o quão complicada a vida a dois pode ser. Nesse contexto de desilusões e divergências amorosas, rimos dos tropeços dos nossos protagonistas, que discordam de praticamente tudo e se completam justamente por serem tão diferentes. E à medida que Fernanda tenta descobrir quem é sem toda a vida que julgava ter pelo resto de seus dias, percebemos que a continuação não é tanto sobre o amor entre marido e mulher.

Conforme as peripécias se desenrolam em torno da protagonista, descobrimos que Minha Vida em Marte se trata de fato de se encontrar. Enquanto sua jornada girou em torno dos outros, Fernanda travou pequenas guerras consigo mesma, evitando se aceitar para caber dentro das expectativas alheias. Esse conflitos internos caminham para uma solução definitiva, quando nossa atrapalhada heroína do amor passa a olhar para si – primeiramente – antes de se deixar ser avaliada e definida pelos outros. E essa dinâmica é totalmente vinculada à sua relação com seu melhor amigo, o único que sempre soube o seu grande potencial, sem exigir qualquer coisa em troca. Quando nossa percepção sobre o valor dessa relação começa a desabrochar, a continuação ganha um brilho diferente, mudando nossa visão sobre o tipo de história que estamos contemplando. Muito mais do que o amor ao outro, o filme aborda o amor próprio, aquele que nos permite – genuina e primeiramente – amar além de nós mesmos.

Com piadas que não deixam o riso cessar e referências de fácil compreensão para qualquer bom entendedor, Minha Vida em Marte mantém o ritmo acelerado, com uma trama que passa voando diante dos nossos olhos, levando o tempo de maneira imperceptível. À medida que as atrapalhadas dos nossos protagonistas os encurralam em situações das mais constrangedoras, somos ainda mais cativados pelo humor, sendo tragados pela simpatia e carisma que exalam pelos poros de Paulo Gustavo e Mônica Martelli. É tudo tão natural, que nos tornamos parte da comédia, envolvidos por uma trama leve, que não exige nada mais do que uma boa disposição para se divertir.

E ainda que o final possa deixar a desejar para os fãs mais apaixonados, Minha Vida em Marte não é tanto sobre o fim, mas sim sobre os novos começos. Com uma breve reflexão sobre o valor das pequenas e valiosas coisas que já temos, a comédia não busca trazer respostas definitivas para os altos e baixos do amor, mas leva a audiência a uma divertida jornada sobre escolhas e o impacto que elas exercem sobre quem almejamos ser. É um filme para rir, mas não se assuste se ele também te fizer suspirar um pouquinho.

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De certa forma, Fernanda é um extrato de toda mulher. A diverta e, às vezes, incoerente protagonista traz um pouco de todas nós. Incansável em seus sonhos, ela devaneia em si. Perde horas idealizando amores irreais e é esperançosa o bastante para seguir em busca dos sentimentos que almeja. Bem sucedida, ela digladia com sua inconstante vida amorosa, regada por piadas naturais das suas frustrações e incrementadas com primor pelas divertidas ironias cheias de referências de Aníbal. Juntos, eles coroam o humor brasileiro, com autenticidade e risos que fluem com leveza da audiência. Se é melhor rir pra não chorar, o duo acerta novamente, fazendo dos dissabores de uma vidade amorosa frustrada a alegria do público.

Minha Vida em Marte faz quase um time lapse para oito anos desde o primeiro filme, nos levando para o centro do caos de um casamento que começou como um sonho, mas se tornara um pesadelo. Trazendo Marcos Palmeira de volta, sem o vigor da conquista amorosa do primeiro filme, a sequência – dirigida por Susana Garcia – vai além do tradicional final de contos de fadas, mostrando com realismo o quão complicada a vida a dois pode ser. Nesse contexto de desilusões e divergências amorosas, rimos dos tropeços dos nossos protagonistas, que discordam de praticamente tudo e se completam justamente por serem tão diferentes. E à medida que Fernanda tenta descobrir quem é sem toda a vida que julgava ter pelo resto de seus dias, percebemos que a continuação não é tanto sobre o amor entre marido e mulher.

Conforme as peripécias se desenrolam em torno da protagonista, descobrimos que Minha Vida em Marte se trata de fato de se encontrar. Enquanto sua jornada girou em torno dos outros, Fernanda travou pequenas guerras consigo mesma, evitando se aceitar para caber dentro das expectativas alheias. Esse conflitos internos caminham para uma solução definitiva, quando nossa atrapalhada heroína do amor passa a olhar para si – primeiramente – antes de se deixar ser avaliada e definida pelos outros. E essa dinâmica é totalmente vinculada à sua relação com seu melhor amigo, o único que sempre soube o seu grande potencial, sem exigir qualquer coisa em troca. Quando nossa percepção sobre o valor dessa relação começa a desabrochar, a continuação ganha um brilho diferente, mudando nossa visão sobre o tipo de história que estamos contemplando. Muito mais do que o amor ao outro, o filme aborda o amor próprio, aquele que nos permite – genuina e primeiramente – amar além de nós mesmos.

Com piadas que não deixam o riso cessar e referências de fácil compreensão para qualquer bom entendedor, Minha Vida em Marte mantém o ritmo acelerado, com uma trama que passa voando diante dos nossos olhos, levando o tempo de maneira imperceptível. À medida que as atrapalhadas dos nossos protagonistas os encurralam em situações das mais constrangedoras, somos ainda mais cativados pelo humor, sendo tragados pela simpatia e carisma que exalam pelos poros de Paulo Gustavo e Mônica Martelli. É tudo tão natural, que nos tornamos parte da comédia, envolvidos por uma trama leve, que não exige nada mais do que uma boa disposição para se divertir.

E ainda que o final possa deixar a desejar para os fãs mais apaixonados, Minha Vida em Marte não é tanto sobre o fim, mas sim sobre os novos começos. Com uma breve reflexão sobre o valor das pequenas e valiosas coisas que já temos, a comédia não busca trazer respostas definitivas para os altos e baixos do amor, mas leva a audiência a uma divertida jornada sobre escolhas e o impacto que elas exercem sobre quem almejamos ser. É um filme para rir, mas não se assuste se ele também te fizer suspirar um pouquinho.

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