quinta-feira, março 28, 2024

Crítica | ‘Miracle Workers’ – Daniel Radcliffe como assistente de Deus!

Alguma vez você já se perguntou por que suas preces nunca são atendidas? E se você descobrisse que isso acontece porque os anjos que deveriam estar te ajudando estão, na verdade, focados em coisas muito mais irrelevantes? É exatamente este o argumento da série ‘Miracle Workers’ (os trabalhadores do milagre, em tradução livre, título este que faz muito sentido, já que os supostos anjos teriam a função de realizar milagres para nós, aqui na Terra).

Tudo começa quando Eliza (Geraldine Viswanathan) pede transferência de setor, pois se sente pouco útil na atual função. Acontece que todos os setores do Céu são meio inúteis, e, por falta de opção, Eliza acaba sendo transferida para o Departamento de Preces Atendidas, onde conhece Craig (Daniel Radcliffe, surpreendentemente bem na comédia e de barba!), único funcionário do setor. O que parecia ser uma grande oportunidade para Eliza finalmente se sentir útil para com a humanidade na verdade se transforma em uma enorme frustração, pois ao observar Craig trabalhar ela entende que ele se dedica muito mais em ajudar uma pessoa que está rezando para que a ajudem a encontrar as chaves ou uma luva perdida, por exemplo, do que em ajudar uma pessoa que esteja rezando para passar numa prova ou ser curado de uma doença.

Aos poucos o ambiente de trabalho entre os dois vai melhorando (ou piorando?) e conhecemos outros personagens, como Rosie, a eficiente secretária de Deus (Lolly Adefone, hilária com toda sua seriedade); Sanjay Prince (Karan Soni, que nos faz querer rir só de entrar em cena com toda sua impaciência); e Deus (Steve Buscemi, que também arranca boas risadas com sua inocência infantil), até o momento em que Eliza faz uma aposta com Deus (por que os anjos vivem apostando o destino dos homens?) e, a partir daí, todo mundo passa a ter que trabalhar de verdade.

O roteiro é ágil, sarcástico e sem-noção, com piadas bem encaixadas e falas muito rápidas, ou seja, você mal terminou de rir de uma situação, já é jogado numa próxima. Como explica o criador da série Simon Rich, que escreveu o livro de mesmo nome, sua ideia era criar um Deus mais humano, assim como os anjos, que são falhos, imperfeitos e mais próximos de nós. Para tal, vale mesmo as críticas indiretas, por exemplo, ao questionar a última vez que Deus visitou a Terra ou gerou um profeta para nos guiar, o que justificaria nosso sentimento geral de não saber o que estamos fazendo de nossas vidas. Tudo isso é maximizado pelo uso de todos os clichês que conhecemos sobre Deus, anjos e o Céu, que são reforçados pelo roteiro e ajuda na construção de personagens com os quais nos identificamos, seja por suas inseguranças, seja por cada um ser de uma etnia diferente.

É claro que a ideia não é exatamente original – sim, conhecemos o filme ‘Todo Poderoso’ do Jim Carrey e a série ‘The Good Place’, entre outros – porém, isso não ofusca a graça que é ver nosso eterno Harry Potter no papel de um anjo tímido e problemático. Sem contar o fato de Deus ficar assistindo às tragédias no noticiário na TV (todo episódio termina com uma notícia da TV, que são o ponto ápice da tragicomédia de cada capítulo da série).

Com apenas sete episódios curtinhos (sério, em pouco mais de 2 horas você maratona a primeira temporada toda! Olha que maravilha!), ‘Miracle Workers’ apresenta uma história completa, que, caso não seja renovada, encerra uma história sem deixar nada sem explicação. E a boa notícia é que a temporada completa está disponível DE GRAÇA no canal TNT do serviço NOW da NET até o final de 2019, mesmo para quem não é assinante! Isso sim é um milagre!

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