O primeiro amor é sempre inesquecível. O sentimento é novo, não sabemos o que fazer com aquilo que sentimos justamente por nunca termos antes sentido aquilo. Muitas vezes temos medo ou receio de falar de nossos sentimentos para a pessoa de quem gostamos, seja por conta de uma possível rejeição, seja por insegurança. E tudo isso pode acabar encontrando um cenário ainda mais desafiador quando elementos externos complicam a concretização desse amor, e é esse o mote para o romance teen ‘Morando com o Crush’, que chega aos cinemas brasileiros essa semana.

Luana (Giulia Benite, de ‘De Repente, Miss!’, que estreia no mesmo dia) é secretamente apaixonada por Hugo (Vitor Figueiredo, do inédito ‘Querido Mundo’), seu colega de escola. E ele também está a fim dela. Quando os dois finalmente decidem dar um passo à frente e marcar um encontro, algo inesperado ocorre: é que o pai de Luana, Fábio (o solar Marcos Pasquim, de ‘Desapega!’, funcionando como alívio cômico na trama) começou a namorar com Antônia (Carina Sacchelli, de ‘Destinos Opostos’), mãe de Hugo. Chocados com a constatação do que está acontecendo, Luana e Hugo decidem não contar nada para os pais, principalmente porque os dois não só estão namorando, como anunciaram que ambas as famílias vão se mudar para uma cidade do interior e que irão morar juntas para economizar. Diante de tantas mudanças, Luana e Hugo terão que lutar contra seus sentimentos e contra a tentação de morar junto com a pessoa que gosta.

Em cerca de uma hora e meia, ‘Morando com o Crush’ acertadamente centra sua história no par de jovens e nos recursos que os dois têm que inventar para sustentar a distância entre eles em um ambiente confinado, seguindo a máxima “tão perto, tão longe”. Quando o filme fica no enamoramento dos dois, a coisa flui com naturalidade, apesar do pretexto que a família toda inventa de que os dois são irmãos de sangue para poder conseguir uma vaga na escola. É preciso deixar isso de lado e focar no casal protagonista.

A escolha das locações faz a diferença pois os locais servem como um charmoso cenário para o desenvolvimento e o florescer do primeiro amor. Giulia e Vitor se entregam com naturalidade ao enamoramento juvenil, construindo uma afinidade natural que encanta o espectador. As cenas dos dois no parque e trocando confidências no quarto transportam o espectador para a intimidade juvenil desses dois adolescentes que estão tentando muito, mas estão falhando miseravelmente em ficar longe um do outro. Por estas cenas, o diretor Hsu Chien demonstra conhecer o universo juvenil e encontra o equilíbrio certo para deixar o espectador na expectativa da iminente conclusão de um beijo, que perdura ao longo do filme e nos coloca pacientemente esperando pela felicidade do casal.

Com muito afeto, ‘Morando com o Crush’ aborda o tema do primeiro amor através de alegorias e demonstra o grande potencial da nova geração de atores no país. Um filme para chamar o/a crush para ver juntinho no cinema.