quarta-feira, abril 24, 2024

Crítica | Mortal Kombat – Reboot dá um Game Over na diversão

O pior sentimento possível que poderíamos sentir após um filme de ‘Mortal Kombat‘ é: “nossa, até que enfim isso acabou”. Ora, um filme baseado em um dos videogames mais populares de todos os tempos, deveria que ser no mínimo divertido. São quase 30 anos do lançamento do primeiro jogo e ao longo desse tempo, ‘Mortal Kombat‘ foi responsável por horas de entretenimento entre amigos, muitas fichas perdidas no fliperama e algumas bolhas no dedo de tanto apertar os joysticks.

Então sim, quando a Warner anunciou o novo projeto, produzido por James Wan e com liberdade para trabalhar em uma classificação etária para maiores de 18 anos, tudo levou a crer que era A hora de Mortal Kombatnos cinemas novamente. Mas o resultado é tão frustrante quanto errar o combo de um fatality no último movimento. Vamos pensar no filme como se fosse uma dessas combinações: trás, baixo, baixo, frente, soco.

Trás – É impossível não querer comparar com o filme dirigido por Paul W.S. Anderson, em 1995. O primeiro ‘Mortal Kombat‘ foi um sucesso de bilheteria, tendo arrecadado mais de 120 milhões de dólares e se tornando um queridinho das reprises na TV. Até hoje o filme é considerado como uma das melhores adaptações de jogos eletrônicos para a telona e muito disso se deve ao estilo que o diretor coloca em tela. As coreografias das lutas são o puro suco da década de 1990, remetendo diretamente aos filmes com Van-Damme e Chuck Norris, por exemplo. O elenco contava com Christopher Lambert (mais 1990 do que isso, impossível), Bridgette Wilson, Robin Shou e Cary-Hiroyuki Tagawa, imortalizado como Shang Tsung.

Baixo – O que torna o filme de 1995 um sucesso e a nova versão uma decepção é simplesmente o que ‘Mortal Kombat‘ sempre foi: diversão. Ninguém cobrava dos jogos um roteiro ou história bacana, mesmo que as últimas versões tenham se esforçado bastante para criar isso. As lutas e os momento “MEU DEUS” dos combos, fatalities e brutalities, já bastavam para abrir aquele sorriso nos jogadores. E é triste como o trailer do novo filme, revelado há poucos meses, conseguiu nos encher de esperança que isso iria ocorrer. Porém, basicamente todas as cenas “legais” do filme estão lá. Fora elas, o novo ‘Mortal Kombat‘ tenta preencher os muitos espaços sem lutas, com uma história manjada de “escolhidos” que devem se unir para combater o mal. De novo, a história seria o de menos aqui, desde que fosse compensada por lutas bacanas e personagens, no mínimo, legais de ver.

Baixo – E se o elenco era marcante lá em 1995, no novo filme é um dos seus pontos mais fracos. É impressionante como a escalação do elenco é equivocada. Com exceção de Hiroyuki Sanada, que interpreta o Scorpion, quase todos os outros têm desempenho fraco. Lewis Tan é Cole Young, novo personagem que tem uma ligação com o ninja amarelo, mas que não tem carisma e nem convence como o grande lutador que deveria ser. O mesmo vale para a Sonya Blade, feita por Jessica McNamee. Tadanobu Asano e Chin Han são quase um desrespeito ao que se esperaria de dois dos personagens mais fortes de MK, Lord Raiden e Shang Tsung, respectivamente. O Kano, interpretado por Josh Lawson, é tão insuportável, que eu só queria que alguém finalizasse ele logo. Se há dois personagens que merecem destaque aqui, eles são Liu Kang (Ludi Lin) e Kung Lao (Max Huang). E isso porque eles são exatamente o que se esperaria de um filme desses: fan services com poses iguais aos do game, caras e bocas bregas e coreografias de artes marciais bacanas.

Frente – Aliás, as partes verdadeiramente legais de ‘Mortal Kombat‘ são os fan services para aqueles que gostam dos jogos ou já jogaram alguma vez. São as referências aos vários personagens da franquia espalhados pela história que fazem a gente, enfim, curtir a produção. A cena no esconderijo da Sonya Blade merece um pause para analisarmos melhor aqueles recortes presos na parede. O mesmo vale para as roupas e caracterizações dos personagens. As armaduras de Sub-Zero, Scorpion e Kabal são um show à parte. Assim como os figurinos de Kang e Lao. Outros fan services que vão agradar são alguns golpes clássicos dos personagens, em especial um do Kung Lao, que devo confessar: falei um “aí sim!”, em voz alta.

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Soco – E aí chegamos ao que realmente me decepcionou em ‘Mortal Kombat‘: as lutas. É impressionante que estejamos vivendo tempos em que ‘John Wick‘ nos faz vibrar com Keanu Reeves descendo a porrada em 50 marmanjos, que estejamos empolgados com o trailer de ‘Shang-Chi‘ por prometer um Kung-Fu bacana ou mesmo adorar as lutas de um desenho como ‘Raya e o Último Dragão‘, mas não consigamos vibrar com as lutas de ‘Mortal Kombat‘! Tirando a sequência já vista no trailer entre Sub-Zero e Scorpion, não há NENHUMA outra que seja empolgante. Seja no tempo de tela, já que todas são curtas e picotadas, ou nas coreografias, todas são frustrantes. Quando o “torneio” começou de fato, eu fiquei empolgado e achando que a partir dali teríamos o famoso “Round 1. Fight!” com lutas bacanas. Era o mínimo que se esperaria de MK: coreografias bem executadas e violentas. Entretanto, o máximo que ganhamos são “fucks”, sangue digital e nenhuma inspiração.

Bom, como deu para perceber, ao final desse combo, nada aconteceu. Aliás, faltou um botão aí para destacar os fraquíssimos efeitos em CGI do filme. A produção, assim como nos jogos, parece um lutador já tonto, pronto para ser finalizado, depois de apanhar durante os seus 110 minutos. A frustração de mais uma fraca adaptação de games para o cinema somada com a decepção de um filme que prometia ser tão bacana para ‘Mortal Kombat‘ são perfeitas para um Game Over no final. Mas conhecendo Hollywood, já já alguém bota mais uma ficha antes do Continue acabar. Resta torcer para que um jogador melhor assuma o joystick dessa vez.

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