segunda-feira, março 18, 2024

Crítica | Mothering Sunday: Olivia Colman e Colin Firth estrelam excelente drama sobre amor e traumas

Sob uma fotografia solar e diurna, que exala a beleza da Inglaterra campestre do passado, Jane (Odessa Young) é uma empregada doméstica que divide sua vida entre o emprego e um romance avassalador com um rico jovem noivo de uma amiga de infância. Pouco notada pela sociedade e de folga no Dia das Mães, ela faz de um doce domingo um acalento nos braços do seu amor proibido. Mas o que deveria ser um dia comum, de fato revelará uma porção do que o futuro guarda para ela. E nada poderia ser tão distante da leveza que o quente feriado inicialmente lhe prometia.

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Mothering Sunday é muito mais que um drama e um romance. Trazendo a história de uma mulher que se tornou vítima da mais profunda solidão, o longa dirigido por Eva Husson e escrito por Alice Birch relata de forma delicada e simbólica como somos muito mais do que aquilo que fazemos ou aparentamos para as pessoas que nos cercam. Em uma reflexão profunda e sensível, a cineasta detalha como, invariavelmente, também somos a soma de nossos traumas do passado. E à medida em que conhecemos Jane em uma cronologia temporal distorcida, somos ainda lembrados do quanto levamos dos outros em nossa íntima trajetória.

E Olivia Colman e Colin Firth são aqui dois coadjuvantes que brilham em seu natural protagonismo, se destacando em dois momentos poderosos que nos lembram da tenacidade de suas performances em tudo que fazem. Colman vai ainda mais além e reitera o fascínio que temos por vê-la em tela, em uma atuação avassaladora que nos arrebata em seus diálogos profundos e de impacto, regados por lágrimas maternas inconsoláveis. Josh O’Connor (The Crown) também não fica atrás e encanta a audiência com seu carisma e química com Young.

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Um filme indescritível, que traz uma história permeada por tristezas, mas que é construída sob uma estética limpa, clara, reluzente, o drama nos leva a uma jornada de emoções diversas, gerando um contraste admirável entre um roteiro mais “sombrio” e sua fotografia doce e suave – que emana paz, tranquilidade e calmaria. Tomados pela intensidade dramática, expressa em uma trilha leve e por infindáveis sequências diurnas, ainda somos surpreendidos pelo final, que mesmo sendo amargo por essência, encontra uma pequena doçura em si. Mothering Sunday, adaptação do livro homônimo de Graham Swift, é uma bela experiência cinematográfica, que ainda nos lembra que de toda a tristeza sempre nasce uma boa e nova história. A protagonista Jane que o diga.

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