sábado , 23 novembro , 2024

Crítica ‘Mulher-Hulk’ | Sexto episódio ‘anticlimático’ diverte e foca na insegurança da protagonista

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[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS] 

Se você ainda não assistiu aos seis primeiros episódios de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis, evite esta matéria, pois ela contém spoilers



Depois do gancho deixado pelo quinto episódio, muita gente ficou na expectativa pela aparição do Demolidor (Charlie Cox) neste sexto episódio de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis, mas, como a própria Jennifer Walters (Tatiana Maslany) já havia falado em um episódio anterior: “não se esqueça quem é a verdadeira protagonista desta série”. Então, contrariando as expectativas, o episódio foi focado em um casamento, que assim como na vida real, aconteceu no momento mais anticlimático possível.

Então, desde o início, o episódio faz questão de ressaltar que vai focar na Jen, apenas na Jen. E isso entra diretamente naquela questão discutida no episódio anterior acerca da identidade da protagonista. Ela é a Jennifer Walters? Ela é a Mulher-Hulk? Bom, no fim das contas, a série é uma grande jornada para ela entender que ela é as duas e não há mais como voltar ao que era antes, mesmo que isso acarrete situações chatas, como ser convidada para ser madrinha de casamento e não saber se vai com sua forma humana ou sua versão Hulk.

E esse episódio explora bem isso, apesar da roupagem mais galhofa que adotam. A questão da noiva, que provavelmente não era lá tão amiga da Jen, convidá-la para ser madrinha e deixá-la nas condições mais humilhantes possíveis, apenas para acabar se rendendo ao jeitinho da Jen no fim do episódio é um dos momentos mais em baixa da protagonista, que vem nessa sequência de altos e baixos justamente por não impor limites e não entender bem quem é. Quando ela aceita seu lado Mulher-Hulk, poucas pessoas no mundo são capazes de pará-la.

Mas antes de discutir a questão do casamento e seus acontecimentos, precisamos dar destaque para o que a Marvel vem fazendo. Neste episódio, eles introduzem o Sr. Imortal. Esse personagem é pra lá de obscuro e fez sua estreia nos anos 80, nos quadrinhos dos Vingadores da Costa Oeste. Inclusive, o QR Code do episódio está no carro de polícia em que ele cai quando se joga do escritório, e leva para uma HQ do grupo, na qual Imortal e seus amigos enfrentam problemas legais. Ele é uma forma evoluída da raça humana, chamada de Homo Alpha, considerado ainda acima do Homo Superior, também conhecidos como Mutantes.

Sua habilidade é, como sugere o nome, ser incapaz de morrer. Na série, eles o abordam como um grande babaca, que está na Justiça porque diferentes parceiras descobriram não ser viúvas, mas sim que ele havia forjado a própria morte para seguir com sua vida imortal ao lado de outras pessoas. É interessante a Marvel finalmente estar trazendo esse tipo de babaca com poderes para o seu universo. Não que não houvesse antes, já que o Homem de Ferro era bem inconsequente e narcisista, mas o tipo de tosqueira do Sr. Imortal é bem diferente. Parece um personagem saído de The Boys.

E enquanto pesquisavam sobre o Sr. Imortal, as advogadas/ amigas de Jen acabaram chegando a um site chamado Intelligencia, que funciona como uma paródia do Reddit e do 4Chan, onde um monte de sem noção se reúne para debater temas ridículos e disseminar ódio injustificado contra pessoas, minorias e coisas do tipo. Na série, esse site é todo voltado para propagar ódio contra a Mulher-Hulk. Porém, vale lembrar que a “Inteligência” é um grupo de vilões que existe nos quadrinhos e é chefiado pelo Líder, que foi introduzido lá em O Incrível Hulk (2008) e teve seu retorno confirmado no vindouro Capitão América: Nova Ordem Mundial.

E como ele é o responsável pela criação do Hulk Vermelho nos quadrinhos, essa obsessão do grupo em conseguir o sangue da Jen parece se encaixar cada vez mais para trazer uma participação do vilão no fim da série ou numa pós-créditos. Fato é que eles ainda vão incomodar muito a protagonista nessa reta final. Sobre o site em si, a série brinca bastante com o tipo de gente que acessa ele. Os caras são muito frustrados e usam símbolos da extrema direita norte-americana o tempo inteiro. É meio patético perceber que a série esteja parodiando um grupo que infelizmente existe na vida real e vêm usando seu espaço para espalhar preconceito e outros crimes por aí.

Por fim, de volta ao casamento, Jen é feita de gato e sapato, sempre sendo diminuída pela noiva e as outras madrinhas. Mas, em vez de se impor, Jen acaba cedendo por não entender quem ela é e que não importa se as outras pessoas vão se ofender por ela ser a Mulher-Hulk. Se alguém se ofende com sua presença, então essa pessoa não é sua amiga. Em meio a esse processo completamente baixo astral, ela conhece Josh, um rapaz aparentemente normal que está interessado em Jen.

Ele surge como uma luz no fim do túnel, porque não se interessa pela Mulher-Hulk, mas pela Jen. E o quinto episódio mostrou como ela se sentia abandonada. O problema é que nenhum momento deixava ela ter paz para flertar com o jovem. Era só a relação avançar minimamente que algum imprevisto surgia, como a luta final contra a Titânia (Jameela Jamil). E para quem reclamava do CGI da série, a luta das duas foi um tapa na cara. Parece que a produção se encontra mais fácil na hora de usar a computação gráfica em cenas de ação do que para momentos mais cotidianos e supostamente simples de usar o CGI. O embate das duas é bem divertido, principalmente por tomar conta do casamento e trazer um momento de glória para a Jen, que foi tão esculachada ao longo do capítulo.

Com mais três episódios até o final da temporada, essa reta final de Mulher-Hulk deve investir mais na autoaceitação da personagem para que ela chegue ao fim da série prontinha para fazer participações nas outras produções do MCU. Da mesma forma, a protagonista tenta ligar para seu primo, que foi visto indo para o espaço – literalmente – em um momento anterior, mas ele não atende. Ou seja, é capaz que só voltemos a ver o Hulk em um filme ou outra série. Com o Hulk fora de jogo, momentaneamente, parece que todos os caminhos se abrem para que Jen seja considerada a integrar os Novos Vingadores com maior rapidez. Vamos ver!

Os novos episódios de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis estreiam toda quinta no Disney+.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Depois do gancho deixado pelo quinto episódio, muita gente ficou na expectativa pela aparição do Demolidor (Charlie Cox) neste sexto episódio de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis, mas, como a própria Jennifer Walters (Tatiana Maslany) já havia falado em um episódio anterior: “não se esqueça quem é a verdadeira protagonista desta série”. Então, contrariando as expectativas, o episódio foi focado em um casamento, que assim como na vida real, aconteceu no momento mais anticlimático possível.

Então, desde o início, o episódio faz questão de ressaltar que vai focar na Jen, apenas na Jen. E isso entra diretamente naquela questão discutida no episódio anterior acerca da identidade da protagonista. Ela é a Jennifer Walters? Ela é a Mulher-Hulk? Bom, no fim das contas, a série é uma grande jornada para ela entender que ela é as duas e não há mais como voltar ao que era antes, mesmo que isso acarrete situações chatas, como ser convidada para ser madrinha de casamento e não saber se vai com sua forma humana ou sua versão Hulk.

E esse episódio explora bem isso, apesar da roupagem mais galhofa que adotam. A questão da noiva, que provavelmente não era lá tão amiga da Jen, convidá-la para ser madrinha e deixá-la nas condições mais humilhantes possíveis, apenas para acabar se rendendo ao jeitinho da Jen no fim do episódio é um dos momentos mais em baixa da protagonista, que vem nessa sequência de altos e baixos justamente por não impor limites e não entender bem quem é. Quando ela aceita seu lado Mulher-Hulk, poucas pessoas no mundo são capazes de pará-la.

Mas antes de discutir a questão do casamento e seus acontecimentos, precisamos dar destaque para o que a Marvel vem fazendo. Neste episódio, eles introduzem o Sr. Imortal. Esse personagem é pra lá de obscuro e fez sua estreia nos anos 80, nos quadrinhos dos Vingadores da Costa Oeste. Inclusive, o QR Code do episódio está no carro de polícia em que ele cai quando se joga do escritório, e leva para uma HQ do grupo, na qual Imortal e seus amigos enfrentam problemas legais. Ele é uma forma evoluída da raça humana, chamada de Homo Alpha, considerado ainda acima do Homo Superior, também conhecidos como Mutantes.

Sua habilidade é, como sugere o nome, ser incapaz de morrer. Na série, eles o abordam como um grande babaca, que está na Justiça porque diferentes parceiras descobriram não ser viúvas, mas sim que ele havia forjado a própria morte para seguir com sua vida imortal ao lado de outras pessoas. É interessante a Marvel finalmente estar trazendo esse tipo de babaca com poderes para o seu universo. Não que não houvesse antes, já que o Homem de Ferro era bem inconsequente e narcisista, mas o tipo de tosqueira do Sr. Imortal é bem diferente. Parece um personagem saído de The Boys.

E enquanto pesquisavam sobre o Sr. Imortal, as advogadas/ amigas de Jen acabaram chegando a um site chamado Intelligencia, que funciona como uma paródia do Reddit e do 4Chan, onde um monte de sem noção se reúne para debater temas ridículos e disseminar ódio injustificado contra pessoas, minorias e coisas do tipo. Na série, esse site é todo voltado para propagar ódio contra a Mulher-Hulk. Porém, vale lembrar que a “Inteligência” é um grupo de vilões que existe nos quadrinhos e é chefiado pelo Líder, que foi introduzido lá em O Incrível Hulk (2008) e teve seu retorno confirmado no vindouro Capitão América: Nova Ordem Mundial.

E como ele é o responsável pela criação do Hulk Vermelho nos quadrinhos, essa obsessão do grupo em conseguir o sangue da Jen parece se encaixar cada vez mais para trazer uma participação do vilão no fim da série ou numa pós-créditos. Fato é que eles ainda vão incomodar muito a protagonista nessa reta final. Sobre o site em si, a série brinca bastante com o tipo de gente que acessa ele. Os caras são muito frustrados e usam símbolos da extrema direita norte-americana o tempo inteiro. É meio patético perceber que a série esteja parodiando um grupo que infelizmente existe na vida real e vêm usando seu espaço para espalhar preconceito e outros crimes por aí.

Por fim, de volta ao casamento, Jen é feita de gato e sapato, sempre sendo diminuída pela noiva e as outras madrinhas. Mas, em vez de se impor, Jen acaba cedendo por não entender quem ela é e que não importa se as outras pessoas vão se ofender por ela ser a Mulher-Hulk. Se alguém se ofende com sua presença, então essa pessoa não é sua amiga. Em meio a esse processo completamente baixo astral, ela conhece Josh, um rapaz aparentemente normal que está interessado em Jen.

Ele surge como uma luz no fim do túnel, porque não se interessa pela Mulher-Hulk, mas pela Jen. E o quinto episódio mostrou como ela se sentia abandonada. O problema é que nenhum momento deixava ela ter paz para flertar com o jovem. Era só a relação avançar minimamente que algum imprevisto surgia, como a luta final contra a Titânia (Jameela Jamil). E para quem reclamava do CGI da série, a luta das duas foi um tapa na cara. Parece que a produção se encontra mais fácil na hora de usar a computação gráfica em cenas de ação do que para momentos mais cotidianos e supostamente simples de usar o CGI. O embate das duas é bem divertido, principalmente por tomar conta do casamento e trazer um momento de glória para a Jen, que foi tão esculachada ao longo do capítulo.

Com mais três episódios até o final da temporada, essa reta final de Mulher-Hulk deve investir mais na autoaceitação da personagem para que ela chegue ao fim da série prontinha para fazer participações nas outras produções do MCU. Da mesma forma, a protagonista tenta ligar para seu primo, que foi visto indo para o espaço – literalmente – em um momento anterior, mas ele não atende. Ou seja, é capaz que só voltemos a ver o Hulk em um filme ou outra série. Com o Hulk fora de jogo, momentaneamente, parece que todos os caminhos se abrem para que Jen seja considerada a integrar os Novos Vingadores com maior rapidez. Vamos ver!

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