Quando o primeiro ‘Mulher-Maravilha‘ foi lançado nos cinemas em 2017, logo se sobressaiu entre os outros filmes do Universo Cinematográfico da DC. Era uma produção mais intimista, que investia em seu roteiro ao invés de cenas de ação megalomaníacas e efeitos especiais caros e excessivos.
Aproveitando um roteiro mais “pé no chão”, a diretora Patty Jenkins acertou em cheio ao investir na história de origem da heroína e dar profundidade para cada um dos personagens em tela, criando uma empatia com o telespectador e mostrando uma jornada de redenção que várias vezes foi vista nos cinemas, mas que continua funcionando.
O resultado foi melhor que o esperado: uma bilheteria de ótimos US$ 821,8 milhões e 93% de aprovação dos críticos especializados no medidor do Rotten Tomatoes.
Três anos e alguns adiamentos infelizes depois, eis que chega aos cinemas a tão aguardada sequência. E podem comemorar: ‘Mulher-Maravilha 1984‘ é superior ao filme original, uma fábula sobre esperança e amor em um mundo que realmente precisa ouvir mensagens positivas.
A narrativa é ambientada em 1984, quando o planeta era muito mais inocente e colorido do que os dias atuais. Após perder seu grande amor, Diana virou uma arqueóloga que trabalha no museu Smithsonian. Nos seus momentos de folga, se divide entre uma vida solitária e salvar o mundo como a Mulher-Maravilha. Ela está desconectada de todos, sem nenhum amigo.
As coisas começam a mudar quando faz amizade com Barbara Minerva, uma mulher desengonçada e com baixa autoestima que vê em Diana tudo o que ela gostaria de ser. Quando um objeto poderoso surge no museu e cai nas mãos perigosas do trambiqueiro Max, Diana precisa salvar o mundo mais um vez de um perigo iminente que pode destruir toda uma civilização.
A diretora Patty Jenkins acerta ao desenvolver seus personagens em vez de apenas investir nas cenas de ação. Mas não se engane: o filme ainda tem cenas grandiosas de ação, inclusive duas cenas que são ainda maiores que a icônica ‘Terra de Ninguém’ da obra anterior. Mas durante seus respiros, o roteiro aposta em vilões complexos para que nos importemos com suas ações, sem deixá-los caricatos e superficiais.
O grande destaque está nas atuações de Kristen Wiig e Pedro Pascal, que interpretam Barbara Minerva e Maxwell Lord, respectivamente. Suas motivações são bastante claras e bem definidas, ambos sendo vilões humanizados, perigosos e que geram empatia e ódio nos espectadores na medida certa.
Gal Gadot continua brilhante no papel principal. O carisma da atriz é o que faz o filme funcionar e, dessa vez, ela está ainda mais à vontade e imponente, já que a história se aprofunda em sua origem e cria uma heroína multifacetada e realista, com seus acertos e erros. Sua química em tela com Chris Pine é invejável e se torna um dos pontos altos da produção.
Jenkins entrega um filme nos moldes dos anos 80, colorido e cheio de alma e coração. Arrisco a dizer que este é o meu filme preferido do DCEU, e extremamente superior ao primeiro filme. O terceiro ato é cheio de ritmo e possui uma bela mensagem que vai ecoar na audiência.
O único defeito reside nas cenas mais dramáticas, que exigem demais de Gadot e por vezes soam piegas e mal desenvolvidas, ainda que isso não afete o resultado final.
‘Mulher-Maravilha 1984‘ ainda arruma tempo para levantar questões bem atuais, necessárias e indispensáveis para um longa como esse, como o feminismo, colocando uma mulher dona de seu próprio arco dramático, e como as pessoas podem ser corrompidas pelo poder. É uma ode sobre esperança e amor, que mostra o quão prejudicial é a ambição exacerbada. Além disso, você deve tomar bastante cuidado com aquela sua amiga invejosa, pois você nunca pode imaginar se ela vai se tornar uma Mulher Leopardo.
E para aqueles que esperam fan service dos quadrinhos, fiquem tranquilos: com certeza vocês vão se deliciar.
‘Mulher-Maravilha 1984’ abre com 84% de aprovação no Rotten Tomatoes; Confira as críticas!
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