domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Munique: No Limite da Guerra – Produção com ares de Oscar da Netflix joga luz sobre Bastidores da Pré-Guerra

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Quase 100 anos já se passaram desde o início da II Guerra Mundial (1939-1945). E quanto mais o tempo passa, mais e mais histórias de bastidores vêm à tona, sejam de heróis que fizeram de tudo para evitar o pior, sejam de criminosos que contribuíram para que o horror acontecesse. A atribuição de responsabilidade é fundamental para que hoje possamos compreender com propriedade quem (ou quens) foram os responsáveis por não impedir que uma nova guerra tomasse conta da Europa e do mundo naquela época. E o longa ‘Munique: No Limite da Guerra’, lançamento da Netflix da semana, busca trazer ao público um episódio desconhecido e obscuro do pré-guerra.



Enquanto estudavam em OxfordLegat (George MacKay), Paul (Jannis Niewöhner) e Lenya (Liv Lisa Fries) eram muito amigos. O tempo passou, Legat continuou na Inglaterra e conseguiu um importante cargo como assistente do Primeiro Ministro Chamberlain (Jeremy Irons), enquanto seus amigos voltaram para a Alemanha. Quando o gabinete do Primeiro Ministro recebe um convite para ir pessoalmente à cidade de Munique, na Alemanha, para se encontrar com Adolph Hitler (Ulrich Matthes) e assinar um acordo de não-invasão, Legat recebe uma importante missão secreta: encontrar-se sigilosamente com seu amigo Paul e pegar com ele um suposto documento importantíssimo, capaz de mudar os rumos da negociação.

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Em duas horas de duração, ‘Munique: No Limite da Guerra’ é, sem dúvida, uma grande produção, e com um grande e reconhecido elenco, que inclui ainda nomes como Alex Jennings e Mark Lewis Jones, além do já supracitado George MacKay (que troca o universo da Guerra, quando correu pra caramba em ‘1917’, para o da Guerra, em que novamente faz o papel de homem solitário que precisa salvar o mundo sem que ninguém saiba).

Inspirado no livro ‘Munique’, de Robert Harris, ‘Munique: No Limite da Guerra’ joga luz sobre mais uma peça no inacreditável quebra-cabeças que é uma guerra, mostrando como as articulações de bastidores são, provavelmente, mais decisivas para os destinos que os políticos acordam para os países do que as batalhas nos fronts. Nesse sentido, o roteiro de Ben Power elucida bem como essas articulações são construídas em palavras não-ditas, encontrinhos fora da agenda e muita falsa diplomacia, que só beneficia a uma pequena parte do mundo. Porém, até o espectador conseguir ter um total entendimento do enredo, o primeiro arco do longa nos deixa um pouco confusos, por conta do paralelismo das histórias que não parecem se conectar até já passados mais de meia hora de filme.

Munique: No Limite da Guerra’ é desses filmes com ares de Oscar, não só por sua temática mas, principalmente, por trazer rostos conhecidos e reconhecidos pelo mercado e pelo público. Com uma direção de arte imponente, figurino e cenografia empenhados em transportar o espectador para um cenário de uma Inglaterra já fragilizada pela Primeira Guerra e às vésperas de entrar numa segunda investida sem que seus cidadãos conseguissem imaginar isso, é um bom filme tecnicamente falando, mas cujo grande elenco não consegue engajar a emoção em quem o assiste.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Crítica | Munique: No Limite da Guerra – Produção com ares de Oscar da Netflix joga luz sobre Bastidores da Pré-Guerra

Quase 100 anos já se passaram desde o início da II Guerra Mundial (1939-1945). E quanto mais o tempo passa, mais e mais histórias de bastidores vêm à tona, sejam de heróis que fizeram de tudo para evitar o pior, sejam de criminosos que contribuíram para que o horror acontecesse. A atribuição de responsabilidade é fundamental para que hoje possamos compreender com propriedade quem (ou quens) foram os responsáveis por não impedir que uma nova guerra tomasse conta da Europa e do mundo naquela época. E o longa ‘Munique: No Limite da Guerra’, lançamento da Netflix da semana, busca trazer ao público um episódio desconhecido e obscuro do pré-guerra.

Enquanto estudavam em OxfordLegat (George MacKay), Paul (Jannis Niewöhner) e Lenya (Liv Lisa Fries) eram muito amigos. O tempo passou, Legat continuou na Inglaterra e conseguiu um importante cargo como assistente do Primeiro Ministro Chamberlain (Jeremy Irons), enquanto seus amigos voltaram para a Alemanha. Quando o gabinete do Primeiro Ministro recebe um convite para ir pessoalmente à cidade de Munique, na Alemanha, para se encontrar com Adolph Hitler (Ulrich Matthes) e assinar um acordo de não-invasão, Legat recebe uma importante missão secreta: encontrar-se sigilosamente com seu amigo Paul e pegar com ele um suposto documento importantíssimo, capaz de mudar os rumos da negociação.

Em duas horas de duração, ‘Munique: No Limite da Guerra’ é, sem dúvida, uma grande produção, e com um grande e reconhecido elenco, que inclui ainda nomes como Alex Jennings e Mark Lewis Jones, além do já supracitado George MacKay (que troca o universo da Guerra, quando correu pra caramba em ‘1917’, para o da Guerra, em que novamente faz o papel de homem solitário que precisa salvar o mundo sem que ninguém saiba).

Inspirado no livro ‘Munique’, de Robert Harris, ‘Munique: No Limite da Guerra’ joga luz sobre mais uma peça no inacreditável quebra-cabeças que é uma guerra, mostrando como as articulações de bastidores são, provavelmente, mais decisivas para os destinos que os políticos acordam para os países do que as batalhas nos fronts. Nesse sentido, o roteiro de Ben Power elucida bem como essas articulações são construídas em palavras não-ditas, encontrinhos fora da agenda e muita falsa diplomacia, que só beneficia a uma pequena parte do mundo. Porém, até o espectador conseguir ter um total entendimento do enredo, o primeiro arco do longa nos deixa um pouco confusos, por conta do paralelismo das histórias que não parecem se conectar até já passados mais de meia hora de filme.

Munique: No Limite da Guerra’ é desses filmes com ares de Oscar, não só por sua temática mas, principalmente, por trazer rostos conhecidos e reconhecidos pelo mercado e pelo público. Com uma direção de arte imponente, figurino e cenografia empenhados em transportar o espectador para um cenário de uma Inglaterra já fragilizada pela Primeira Guerra e às vésperas de entrar numa segunda investida sem que seus cidadãos conseguissem imaginar isso, é um bom filme tecnicamente falando, mas cujo grande elenco não consegue engajar a emoção em quem o assiste.

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