quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Crítica | Nas Montanhas da Coruja – Série da Netflix estilo ‘Mindhunter’ é cheia de intriga e suspense

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Michal Trela (Andrzej Konopka) é um policial que acaba de ser transferido para a pequena cidade de Sowie Doly, no interior da Polônia, onde chefiará o destacamento local. Trela não está muito contente com a nova função e, para piorar, o corpo de Patrycja (Alicja Pietruszka) é encontrado, o que traz à tona uma série de crimes ocorridos dez anos antes. No meio disso tudo, ele ainda tem que lidar com os problemas de adaptação de sua filha adolescente, Nina (Magdalena Zak), os dramas de sua colega de trabalho, Ada (Helena Sujecka), e a rejeição dos moradores locais.



Apresentados em oito episódios de quarenta e poucos minutos, a primeira temporada de ‘Nas Montanhas da Coruja’ é um bocado morna. A primeira cena chama a atenção, mas logo em seguida esfria – e fica bem modorrento até a metade do quarto episódio, que é quando enfim a história apresenta a direção que pretende seguir. Ou seja, o espectador fica sendo cozinhado por quase metade da temporada graças ao roteiro escrito por nove pessoas, que visualizaram o todo da série, partindo do princípio de que o espectador chegará até o fim dela, em vez de se preocuparem em conquistar a galera no início. Até mesmo o corte do fim da temporada é esquisito – ocorre exatamente quando as coisas começam a acontecer –, o que só reforça a percepção de totalidade, e não de temporadas.

Chama a atenção também o abismo entre os personagens femininos e masculinos. Intencional ou não, a impressão é a de que todos os personagens homens principais são brutos, mal educados e grosseiros gratuitamente – do tipo que responde torto a perguntas muito simples, e essa grosseria em nada acrescenta na trama. Por outro lado, as personagens mulheres parecem mais focadas em resolver o mistério da cidade e são interessantes de alguma forma. E esse abismo fica ainda mais esquisito quando nos damos conta de que os protagonistas da série são exatamente esses homens mal humorados e grosseiros. Que escolha arriscada dos roteiristas, não? Afinal, se o espectador não engaja com o protagonista, como seguir assistindo?

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Há algo de bom ‘Nas Montanhas da Coruja, afinal? Sim. Ela é bem feitinha, com um elenco feminino que apresenta firmeza e profundidade e uma segunda trama como pano de fundo que nos remete a um passado histórico terrível – e pouco conhecido por nós, que não somos poloneses. É essa segunda camada a grande aposta da produção, e que nos leva a assistir e desejar a nova temporada da série.

E para quem está se perguntando onde entra as tais montanhas da coruja do título, esse é o nome mais ou menos traduzido da cidade onde ocorre a série, Sowie Doly. É também onde ocorre a parte mais interessante da trama, então, apesar do ritmo e dos personagens pouco carismáticos, é dessas séries que dá pra ir vendo aos poucos, em prol de uma segunda temporada na Netflix que traga as aguardadas explicações históricas baseadas em acontecimentos reais.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Crítica | Nas Montanhas da Coruja – Série da Netflix estilo ‘Mindhunter’ é cheia de intriga e suspense

Michal Trela (Andrzej Konopka) é um policial que acaba de ser transferido para a pequena cidade de Sowie Doly, no interior da Polônia, onde chefiará o destacamento local. Trela não está muito contente com a nova função e, para piorar, o corpo de Patrycja (Alicja Pietruszka) é encontrado, o que traz à tona uma série de crimes ocorridos dez anos antes. No meio disso tudo, ele ainda tem que lidar com os problemas de adaptação de sua filha adolescente, Nina (Magdalena Zak), os dramas de sua colega de trabalho, Ada (Helena Sujecka), e a rejeição dos moradores locais.

Apresentados em oito episódios de quarenta e poucos minutos, a primeira temporada de ‘Nas Montanhas da Coruja’ é um bocado morna. A primeira cena chama a atenção, mas logo em seguida esfria – e fica bem modorrento até a metade do quarto episódio, que é quando enfim a história apresenta a direção que pretende seguir. Ou seja, o espectador fica sendo cozinhado por quase metade da temporada graças ao roteiro escrito por nove pessoas, que visualizaram o todo da série, partindo do princípio de que o espectador chegará até o fim dela, em vez de se preocuparem em conquistar a galera no início. Até mesmo o corte do fim da temporada é esquisito – ocorre exatamente quando as coisas começam a acontecer –, o que só reforça a percepção de totalidade, e não de temporadas.

Chama a atenção também o abismo entre os personagens femininos e masculinos. Intencional ou não, a impressão é a de que todos os personagens homens principais são brutos, mal educados e grosseiros gratuitamente – do tipo que responde torto a perguntas muito simples, e essa grosseria em nada acrescenta na trama. Por outro lado, as personagens mulheres parecem mais focadas em resolver o mistério da cidade e são interessantes de alguma forma. E esse abismo fica ainda mais esquisito quando nos damos conta de que os protagonistas da série são exatamente esses homens mal humorados e grosseiros. Que escolha arriscada dos roteiristas, não? Afinal, se o espectador não engaja com o protagonista, como seguir assistindo?

Há algo de bom ‘Nas Montanhas da Coruja, afinal? Sim. Ela é bem feitinha, com um elenco feminino que apresenta firmeza e profundidade e uma segunda trama como pano de fundo que nos remete a um passado histórico terrível – e pouco conhecido por nós, que não somos poloneses. É essa segunda camada a grande aposta da produção, e que nos leva a assistir e desejar a nova temporada da série.

E para quem está se perguntando onde entra as tais montanhas da coruja do título, esse é o nome mais ou menos traduzido da cidade onde ocorre a série, Sowie Doly. É também onde ocorre a parte mais interessante da trama, então, apesar do ritmo e dos personagens pouco carismáticos, é dessas séries que dá pra ir vendo aos poucos, em prol de uma segunda temporada na Netflix que traga as aguardadas explicações históricas baseadas em acontecimentos reais.

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Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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