terça-feira , 5 novembro , 2024

Crítica Netflix | A Barraca do Beijo – É mesmo um prazer culposo e tá tudo bem

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Nem só de filmes cults se vive o cinema. E esses em questão são incríveis. Nos levam a reflexões profundas sobre a condição humana em virtude da cultura de celebridades (Birdman), abordam a identidade com simbolismos e traumas (O Casamento de Rachel), levam a temática familiar para outro patamar (Álbum de Família) e também passeiam com leveza pela busca individual com humor e pitadas de drama (Sideways – Entre Umas e Outras). A sétima arte é constituída por essas histórias maravilhosas, que se perpetuam e resguardam seu lugar no tempo e nos nossos corações por décadas a fio. Mas entreter também é parte desse denso emaranhado e aqui inclusive residem aquelas incansáveis e inveteradas rom-coms, além de uma pancada de comédias teens que podem muito bem não te levar a nenhuma reflexão, mas cumprem seu papel puramente distrativo.

A Barraca do Beijo é esse tipo de filme, nada substancial, que passa bem longe de qualquer nível de complexidade. Como uma comédia romântica teen, ela segue pelo mesmo viés de tantas outras repetitivas, com um artifício ao seu favor, que consiste justamente na consolidação de personagens que de fato são carismáticos. Desproposital e despretensiosa, a produção dirigida por Vince Marcello não busca tratar a adolescência pela mesma ótica profunda de muitos filmes do gênero coming of age, mas se encaixa ali por abordar o cenário da transformação hormonal teen, ainda que de maneira superficial. Buscando apenas cumprir com a mesma meta de outras obras adolescentes, ela extrai algumas boas risadas e serve bem ao seu propósito, que seria aquele programa de um domingo leve, sem qualquer compromisso com algo que seja mais sério. Além disso, a produção se esforça ao trazer algumas referências setentistas e oitentistas com sua trilha sonora, resgatando também a musa de John Hughes, Molly Ringwald, e a canção-tema do clássico Clube dos Cinco, ‘Don’t You Forget About Me’.

Com piadas que se consolidam justamente nas distrações adolescentes, o filme baseado no livro homônimo de Beth Reekles é repleta de clichês, tem o ápice de sua narrativa nas artimanhas naturais da faixa etária, mas é capaz de divertir. A partir de uma protagonista peculiar e cheia de maneirismos, vivida por Joey King, A Barraca do Beijo serve como aquela produção que você assistiria quando não precisa e nem gostaria de pensar em mais nada. Com um roteiro extremamente simples e uma direção que de fato passa despercebida, a comédia poderia fazer parte daquelas produções originais do Disney Channel, se não fosse a quantidade surpreendente de cenas de sexo – contrariando boa parte dos demais filmes do mesmo gênero.

E é justamente este aspecto tão despretensioso que faz com que a comédia teen se torne prazerosa. Se revelando como um genuíno prazer culposo, ela acaba sendo aquele tipo de cinema que vez ou outra todos precisamos, a fim de simplesmente nos desligarmos de qualquer coisa que seja substancial e reflexiva. Como um doce refrigério para mentes cansadas por tamanha avidez, A Barraca do Beijo é aquele filme temerário, que faz de seus defeitos, qualidades inesperadamente agradáveis. Talvez justamente por significar tão pouco é que ele se torna essencialmente engraçado. E se isso não for um clássico entretenimento, apenas admita que é o tipo de prazer culposo que todos têm – ainda que neguem.

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A Barraca do Beijo é esse tipo de filme, nada substancial, que passa bem longe de qualquer nível de complexidade. Como uma comédia romântica teen, ela segue pelo mesmo viés de tantas outras repetitivas, com um artifício ao seu favor, que consiste justamente na consolidação de personagens que de fato são carismáticos. Desproposital e despretensiosa, a produção dirigida por Vince Marcello não busca tratar a adolescência pela mesma ótica profunda de muitos filmes do gênero coming of age, mas se encaixa ali por abordar o cenário da transformação hormonal teen, ainda que de maneira superficial. Buscando apenas cumprir com a mesma meta de outras obras adolescentes, ela extrai algumas boas risadas e serve bem ao seu propósito, que seria aquele programa de um domingo leve, sem qualquer compromisso com algo que seja mais sério. Além disso, a produção se esforça ao trazer algumas referências setentistas e oitentistas com sua trilha sonora, resgatando também a musa de John Hughes, Molly Ringwald, e a canção-tema do clássico Clube dos Cinco, ‘Don’t You Forget About Me’.

Com piadas que se consolidam justamente nas distrações adolescentes, o filme baseado no livro homônimo de Beth Reekles é repleta de clichês, tem o ápice de sua narrativa nas artimanhas naturais da faixa etária, mas é capaz de divertir. A partir de uma protagonista peculiar e cheia de maneirismos, vivida por Joey King, A Barraca do Beijo serve como aquela produção que você assistiria quando não precisa e nem gostaria de pensar em mais nada. Com um roteiro extremamente simples e uma direção que de fato passa despercebida, a comédia poderia fazer parte daquelas produções originais do Disney Channel, se não fosse a quantidade surpreendente de cenas de sexo – contrariando boa parte dos demais filmes do mesmo gênero.

E é justamente este aspecto tão despretensioso que faz com que a comédia teen se torne prazerosa. Se revelando como um genuíno prazer culposo, ela acaba sendo aquele tipo de cinema que vez ou outra todos precisamos, a fim de simplesmente nos desligarmos de qualquer coisa que seja substancial e reflexiva. Como um doce refrigério para mentes cansadas por tamanha avidez, A Barraca do Beijo é aquele filme temerário, que faz de seus defeitos, qualidades inesperadamente agradáveis. Talvez justamente por significar tão pouco é que ele se torna essencialmente engraçado. E se isso não for um clássico entretenimento, apenas admita que é o tipo de prazer culposo que todos têm – ainda que neguem.

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