domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica Netflix | A Escola do Bem e do Mal: Fantasia de Paul Feig é cheia de clichês cafonas, mas pode agradar os fãs de contos de fadas

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Do clássico “beijo do amor verdadeiro” ao dualismo moral absoluto, A Escola do Bem e do Mal é um genuíno reciclado de clichês de contos de fadas. Como uma colcha de retalhos, o novo original da Netflix é um emaranhado de recortes de algumas das mais clássicas histórias dos Irmãos Grimm, passando pelas infindáveis releituras desenvolvidas por Walt Disney e a Disney Animation entre as décadas de 40 e 70. Adaptado a partir da obra homônima de Soman Chainani, a fantasia de Paul Feig é uma mistura entre uma montagem performática e uma narrativa pouco inventiva, que reproduz frases de efeito batidas e já replicadas dezenas de vezes em tantos outros longas muito melhores.



Mas o diretor e corroteirista tenta imprimir sua digital na produção, brincando com uma estética colorida e muitas vezes repleta de tons pastéis, à medida em que abusa dos efeitos visuais em todas as cenas possíveis. Mas nem esse aglomerado de informações, disperso em figurinos flamboyant e penteados exagerados e extravagantes, consegue nos distrair do fato de que A Escola do Bem e do Mal é de fato exaustivo – sendo demais até para os padrões de Feig. Com uma trama prolixa e que muitas vezes caminha em círculos, o filme possui uma enorme barriga em seu segundo ato, arrastando o ritmo e repetindo a mesma premissa inicial logo apresentada em seus primeiros minutos.

Com uma história que reúne todo tipo de maneirismo, lição de moral e estereótipo de contos de fadas, o original Netflix não funciona bem como uma homenagem ao gênero de fantasia. Tentando se apoiar na proposta da metalinguagem, a produção se confunde em suas repetições formulaicas – achando que elas são suficientes para compor o roteiro -, perdendo nossa atenção em uma hora de filme, ao final de seu primeiro ato. Mas ainda que A Escola do Bem e do Mal não valha duas horas e meia do seu tempo, existe uma inegável verdade de que Feig pode sim encontrar seu nicho ali na grade de programação da Netflix.

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Dinâmico, cheio de cenas teatrais de batalhas um tanto desnecessárias e esteticamente atraente aos olhos, a fantasia pode encantar o público mais novo, ainda que seu elenco formado por Charlize Theron, Kerry Washington e Laurence Fishburne tenha sido escolhido com o alvo na geração millennial. Não exigindo nada da audiência além de muita paciência para quase duas horas e meia de filme, o longa pode despertar a atenção da geração Z, se tornando uma experiência divertida sobre príncipes encantados, briguinhas de ego adolescente e aventuras mirabolantes.

Como uma esquete inacabada e exagerada da amada franquia de Harry Potter, A Escola do Bem e do Mal facilmente se identificará com as audiências mais jovens, atraídas pelo excesso de informação e pela insanidade de subtramas jogadas na tela. Mas se ao menos Feig e David Magee tivessem deixado a trama seguir seu fluxo natural com leveza e mais calma, talvez a fábula da Netflix fosse capaz de furar aquela mesma bolha que J.K. Rowling e Potter conseguiram nos idos dos anos 2000, com a estreia do fascinante A Pedra Filosofal nos cinemas.

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Mas o diretor e corroteirista tenta imprimir sua digital na produção, brincando com uma estética colorida e muitas vezes repleta de tons pastéis, à medida em que abusa dos efeitos visuais em todas as cenas possíveis. Mas nem esse aglomerado de informações, disperso em figurinos flamboyant e penteados exagerados e extravagantes, consegue nos distrair do fato de que A Escola do Bem e do Mal é de fato exaustivo – sendo demais até para os padrões de Feig. Com uma trama prolixa e que muitas vezes caminha em círculos, o filme possui uma enorme barriga em seu segundo ato, arrastando o ritmo e repetindo a mesma premissa inicial logo apresentada em seus primeiros minutos.

Com uma história que reúne todo tipo de maneirismo, lição de moral e estereótipo de contos de fadas, o original Netflix não funciona bem como uma homenagem ao gênero de fantasia. Tentando se apoiar na proposta da metalinguagem, a produção se confunde em suas repetições formulaicas – achando que elas são suficientes para compor o roteiro -, perdendo nossa atenção em uma hora de filme, ao final de seu primeiro ato. Mas ainda que A Escola do Bem e do Mal não valha duas horas e meia do seu tempo, existe uma inegável verdade de que Feig pode sim encontrar seu nicho ali na grade de programação da Netflix.

Dinâmico, cheio de cenas teatrais de batalhas um tanto desnecessárias e esteticamente atraente aos olhos, a fantasia pode encantar o público mais novo, ainda que seu elenco formado por Charlize Theron, Kerry Washington e Laurence Fishburne tenha sido escolhido com o alvo na geração millennial. Não exigindo nada da audiência além de muita paciência para quase duas horas e meia de filme, o longa pode despertar a atenção da geração Z, se tornando uma experiência divertida sobre príncipes encantados, briguinhas de ego adolescente e aventuras mirabolantes.

Como uma esquete inacabada e exagerada da amada franquia de Harry Potter, A Escola do Bem e do Mal facilmente se identificará com as audiências mais jovens, atraídas pelo excesso de informação e pela insanidade de subtramas jogadas na tela. Mas se ao menos Feig e David Magee tivessem deixado a trama seguir seu fluxo natural com leveza e mais calma, talvez a fábula da Netflix fosse capaz de furar aquela mesma bolha que J.K. Rowling e Potter conseguiram nos idos dos anos 2000, com a estreia do fascinante A Pedra Filosofal nos cinemas.

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