quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Crítica | Ninguém Sai Vivo – TERROR Cult da Netflix é inspirado, mas divide opiniões…

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Dentro do vasto catálogo de filmes de terror existe um campo dedicado a histórias alternativas meio cults, cujas produções elaboram histórias que não necessariamente precisam fazer sentido, desde que haja uma grande ameaça à vida dos protagonistas, ainda que a ameaça em si não seja toda ou sequer parcialmente explicada, relegando a interpretação da resolução ao espectador. Este é exatamente o caso de ‘Ninguém Sai Vivo’, novo lançamento do gênero que chegou à plataforma dá Netflix e, desde então, figura entre os mais vistos e tem dividido a opinião dos assinantes.



Ambar (Cristina Rodlo) é uma jovem mexicana que passou os últimos anos cuidando da mãe, que sofria de uma doença terminal. Após a morte da mãe, ela migrou para os Estados Unidos ilegalmente, onde trabalha em uma empresa como costureira. Sem muito dinheiro e sem documentos, Ambar aceita ir morar em uma casa que aluga quartos para moças. Tudo ia bem até o dia em que ela começa a ouvir choros e vozes vindos na direção do porão da casa, e, o que antes parecia ser um bom negócio para economizar no aluguel rapidamente se transforma no pior pesadelo desta jovem sozinha em um país estrangeiro, que não pode sequer pedir ajuda à polícia dada sua condição ilegal.

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Com cerca de uma hora e trinta de duração, ‘Ninguém Sai Vivo’ é dividido em duas metades bem claras: os primeiros quase cinquenta minutos são dedicados a construir a história sofrida desta protagonista ilegal, então, essa primeira metade fica essencialmente fazendo flashbacks das visitas que Ambar fazia à mãe e contando o dia a dia da jovem no trabalho, com suas dificuldades para conseguir uma carteira de identidade falsa ou um adiantamento de seu patrão. Esta primeira parte literalmente poderia ter sido resumida em 10 ou 15 minutos de pano de fundo, porém, o roteiro de Jon Croker e Fernanda Coppel, baseado no livro de Adam Nevill, se estende demais nesta parte, deixando evidente a falta de história para corroborar o prometido terror.

Isto dito, dá para o espectador simplesmente ler esta crítica, pular a primeira metade do filme e ir direto para o que realmente importa: o terror em si, que começa a dar as caras lá por volta do minuto 50 do longa. Quando este momento finalmente acontece, é até legal ver as aparições que Ambar passa a ver pela casa, mas ficou faltando mais conexão entre a suposta ameaça e a construção do suspense que passa a abraçar a protagonista no filme de Santiago Menghini. A costura entre esses elementos – fazendo analogia ao próprio emprego da protagonista -, é mal-feito e frágil. Entretanto, o final do longa traz uma resolução alternativa bem estilo filme de terror B de festival, que passa na sessão da meia-noite para o público jovem que se veste de preto.

Ninguém Sai Vivo’ não é exatamente um bom filme de terror – não dá susto e não convence com sua história -, porém, traz uma entidade bizarra, grotesca e cheias de símbolos que são prato cheio para interpretações subliminares. Em suma: não é o tipo de produção autoexplicativa e agradará mais a galera que curte terror fantástico e trash.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Dentro do vasto catálogo de filmes de terror existe um campo dedicado a histórias alternativas meio cults, cujas produções elaboram histórias que não necessariamente precisam fazer sentido, desde que haja uma grande ameaça à vida dos protagonistas, ainda que a ameaça em si não seja toda ou sequer parcialmente explicada, relegando a interpretação da resolução ao espectador. Este é exatamente o caso de ‘Ninguém Sai Vivo’, novo lançamento do gênero que chegou à plataforma dá Netflix e, desde então, figura entre os mais vistos e tem dividido a opinião dos assinantes.

Ambar (Cristina Rodlo) é uma jovem mexicana que passou os últimos anos cuidando da mãe, que sofria de uma doença terminal. Após a morte da mãe, ela migrou para os Estados Unidos ilegalmente, onde trabalha em uma empresa como costureira. Sem muito dinheiro e sem documentos, Ambar aceita ir morar em uma casa que aluga quartos para moças. Tudo ia bem até o dia em que ela começa a ouvir choros e vozes vindos na direção do porão da casa, e, o que antes parecia ser um bom negócio para economizar no aluguel rapidamente se transforma no pior pesadelo desta jovem sozinha em um país estrangeiro, que não pode sequer pedir ajuda à polícia dada sua condição ilegal.

Com cerca de uma hora e trinta de duração, ‘Ninguém Sai Vivo’ é dividido em duas metades bem claras: os primeiros quase cinquenta minutos são dedicados a construir a história sofrida desta protagonista ilegal, então, essa primeira metade fica essencialmente fazendo flashbacks das visitas que Ambar fazia à mãe e contando o dia a dia da jovem no trabalho, com suas dificuldades para conseguir uma carteira de identidade falsa ou um adiantamento de seu patrão. Esta primeira parte literalmente poderia ter sido resumida em 10 ou 15 minutos de pano de fundo, porém, o roteiro de Jon Croker e Fernanda Coppel, baseado no livro de Adam Nevill, se estende demais nesta parte, deixando evidente a falta de história para corroborar o prometido terror.

Isto dito, dá para o espectador simplesmente ler esta crítica, pular a primeira metade do filme e ir direto para o que realmente importa: o terror em si, que começa a dar as caras lá por volta do minuto 50 do longa. Quando este momento finalmente acontece, é até legal ver as aparições que Ambar passa a ver pela casa, mas ficou faltando mais conexão entre a suposta ameaça e a construção do suspense que passa a abraçar a protagonista no filme de Santiago Menghini. A costura entre esses elementos – fazendo analogia ao próprio emprego da protagonista -, é mal-feito e frágil. Entretanto, o final do longa traz uma resolução alternativa bem estilo filme de terror B de festival, que passa na sessão da meia-noite para o público jovem que se veste de preto.

Ninguém Sai Vivo’ não é exatamente um bom filme de terror – não dá susto e não convence com sua história -, porém, traz uma entidade bizarra, grotesca e cheias de símbolos que são prato cheio para interpretações subliminares. Em suma: não é o tipo de produção autoexplicativa e agradará mais a galera que curte terror fantástico e trash.

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