sábado , 23 novembro , 2024

Crítica | Noite Infeliz – David Harbour é um Papai Noel duro de matar!

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Uma ideia inusitada que adapta um conto ou mesmo de uma lenda é algo, de certo modo, habitual no cinema, independente do gênero abordado. Do mesmo modo, já tivemos filmes natalinos bem curiosos e capazes de aguçar as mentes mais inventivas e malucas que apreciam todo tipo de material. E ninguém melhor que Tommy Wirkola, roteirista e diretor do igualmente curioso ‘João e Maria: Caçadores de Bruxas’ (2013), para pegar um conceito batido e trazer novos ares, acompanhado de muito sangue e referências difundidas na cultura pop.

Noite Infeliz, estrelado por David Harbour, o Hopper de ‘Stranger Things’, traz a história de um Papai Noel diferente, mas não apenas um sujeito vestido à caráter, sim o verdadeiro bom velhinho, como conhecemos nas antigas histórias: àquele que tem um trenó puxado por renas voadoras, que desce pelas chaminés com um saco de presente e recompensa crianças que se comportaram durante todo ano.



Bem, é quase isso, já que o Noel de Harbour não tem nada de bonzinho, pois o famigerado Saint Klaus bebe como um gambá, solta palavrões a todo momento e tem a paciência menor que o nosso salário mínimo.

Entretanto, o filme não é só isso, pois a dupla de roteiristas, Pat Casey e Josh Miller, não apenas trazem essa versão inusitada da conhecida figura natalina, como inserem Papai Noel no meio de uma enrascada digna de John McClane. Intenção que não acontece por acaso, já que claramente o longa toma como base a estrutura de ‘Duro de Matar’ (1988) para construir a sua trama, que possui situações insanas e hilárias constantemente.

Em plena noite de Natal, quando Papai Noel está entregando um presente numa casa, o lugar é invadido por um grupo de bandidos que têm a intenção de roubar um cofre com milhões de dólares. O dinheiro é da granfina e boçal Gertrude Lightstone (Beverly D’Angelo), que recebe os seus filhos puxa-sacos e a netinha Trudy (Leah Brady) para celebrar a feriado. O bom velhinho, comovido pela garotinha, resolve ficar na casa e enfrentar os ladrões da maneira mais enérgica possível. Com o sujeito agindo na surdina e parecendo um exército de um homem só, assim como o McClane no Nakatomi Plaza.

É claro que o filme inteiro se sustenta pelo imenso carisma ranzinza de David Harbour, que, de modo meio desajeitado, consegue lidar com os ladrões com muita pancadaria e sanguinolência, seja batendo ou apanhando. Claramente assumido como uma espécie de super-herói, ele empunha a sua arma especial – aqui, uma marreta gigante da qual ele amassa diversos crânios ao longo da trama. Harbour é aquele tipo que faz o sujeito largado e triste, mas que no momento de conflito usa a força bruta para resolver tudo – felizmente, isso funciona muito bem aqui novamente.

O diretor utiliza a garotinha Brady para dar vida a uma Trudy absolutamente doce e apaixonante, mas ao mesmo tempo é valente e sem papas na língua, servindo como uma espécie de Macaulay Culkin em ‘Esqueceram de Mim’ (1990). De novo, isso não é uma coincidência, pois, assim como ‘Duro de Matar’, o filme de Chris Columbus também é literalmente citado, além de termos diversos momentos das clássicas armadilhas do garoto que são basicamente refilmadas por Wirkola.

Por esses comentários, tudo poderia resultar em algo genérico e sem brilho, mas devido as boas sacadas do realizador e da performance contagiante de David Harbour, ‘Noite Infeliz’ é diversão em estado bruto e consegue prender o espectador do início ao fim. É um filme repleto de momentos deliciosamente surtados, com cenas de luta brutais, sem nunca poupar o gore, e que, ao mesmo tempo, consegue referenciar alguns clássicos natalinos sem ofender. Então, caso queira conferir uma produção fora da curva na imensa lista de filmes de Natal, essa é pedida certa para começar dezembro com tudo.

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Wilker Medeiroshttps://www.youtube.com/imersaocultural
Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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Noite Infeliz, estrelado por David Harbour, o Hopper de ‘Stranger Things’, traz a história de um Papai Noel diferente, mas não apenas um sujeito vestido à caráter, sim o verdadeiro bom velhinho, como conhecemos nas antigas histórias: àquele que tem um trenó puxado por renas voadoras, que desce pelas chaminés com um saco de presente e recompensa crianças que se comportaram durante todo ano.

Bem, é quase isso, já que o Noel de Harbour não tem nada de bonzinho, pois o famigerado Saint Klaus bebe como um gambá, solta palavrões a todo momento e tem a paciência menor que o nosso salário mínimo.

Entretanto, o filme não é só isso, pois a dupla de roteiristas, Pat Casey e Josh Miller, não apenas trazem essa versão inusitada da conhecida figura natalina, como inserem Papai Noel no meio de uma enrascada digna de John McClane. Intenção que não acontece por acaso, já que claramente o longa toma como base a estrutura de ‘Duro de Matar’ (1988) para construir a sua trama, que possui situações insanas e hilárias constantemente.

Em plena noite de Natal, quando Papai Noel está entregando um presente numa casa, o lugar é invadido por um grupo de bandidos que têm a intenção de roubar um cofre com milhões de dólares. O dinheiro é da granfina e boçal Gertrude Lightstone (Beverly D’Angelo), que recebe os seus filhos puxa-sacos e a netinha Trudy (Leah Brady) para celebrar a feriado. O bom velhinho, comovido pela garotinha, resolve ficar na casa e enfrentar os ladrões da maneira mais enérgica possível. Com o sujeito agindo na surdina e parecendo um exército de um homem só, assim como o McClane no Nakatomi Plaza.

É claro que o filme inteiro se sustenta pelo imenso carisma ranzinza de David Harbour, que, de modo meio desajeitado, consegue lidar com os ladrões com muita pancadaria e sanguinolência, seja batendo ou apanhando. Claramente assumido como uma espécie de super-herói, ele empunha a sua arma especial – aqui, uma marreta gigante da qual ele amassa diversos crânios ao longo da trama. Harbour é aquele tipo que faz o sujeito largado e triste, mas que no momento de conflito usa a força bruta para resolver tudo – felizmente, isso funciona muito bem aqui novamente.

O diretor utiliza a garotinha Brady para dar vida a uma Trudy absolutamente doce e apaixonante, mas ao mesmo tempo é valente e sem papas na língua, servindo como uma espécie de Macaulay Culkin em ‘Esqueceram de Mim’ (1990). De novo, isso não é uma coincidência, pois, assim como ‘Duro de Matar’, o filme de Chris Columbus também é literalmente citado, além de termos diversos momentos das clássicas armadilhas do garoto que são basicamente refilmadas por Wirkola.

Por esses comentários, tudo poderia resultar em algo genérico e sem brilho, mas devido as boas sacadas do realizador e da performance contagiante de David Harbour, ‘Noite Infeliz’ é diversão em estado bruto e consegue prender o espectador do início ao fim. É um filme repleto de momentos deliciosamente surtados, com cenas de luta brutais, sem nunca poupar o gore, e que, ao mesmo tempo, consegue referenciar alguns clássicos natalinos sem ofender. Então, caso queira conferir uma produção fora da curva na imensa lista de filmes de Natal, essa é pedida certa para começar dezembro com tudo.

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Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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