Pensa num filme que tem absolutamente tudo de mais pop da indústria cinematográfica hollywoodiana, só que em vez de estrear no circuito de cinema ele vai direto para o conforto da sua casinha. Estamos falando de ‘Nova Ordem Espacial’, o mais novo filmão imperdível na Netflix.
O planeta Terra está morrendo com tanta poluição e poucos recursos naturais. Sabendo desse resultado iminente do planeta, Sullivan (Richard Armitage) – um cientista investidor super rico – criou um programa em 2092 cujo objetivo é levar alguns humanos selecionados para viver em Marte, enquanto supostamente buscaria uma cura para a Terra. Porém, outras pessoas não selecionadas convivem no espaço sideral: são caçadores de recompensas, forasteiros, piratas e outras categorias marginalizadas. Neste grupo estão a capitã Jang (Kim Tae-ri), o robô Bubs (Hyang-gi Kim) e os escavadores Tiger Park (Seon-kyu Jin) e Tae-ho (Song Joong-Ki), que, por sua vez, só entrou nessa vida porque busca sua filha desaparecida. Entretanto, a vida desses caçadores muda quando se deparam com uma carga inesperada: Kot-nim (Ye-Rim Park), procurada internacionalmente, embora seja apenas uma criança.
Todos os aspectos técnicos e os efeitos visuais encantam em ‘Nova Ordem Espacial’, mas duas dois elementos chamam a atenção: a primeira é que é uma produção sul-coreana (saindo, assim, do circuito de massa hollywoodiano), e, mesmo misturando várias línguas e culturas, o longa é falado em coreano; a segunda é que o filme bebe na fonte de muuuuitos filmes geek, trazendo a essência da cultura pop. Nele há claríssimas referências a clássicas franquias estadunidenses, como ‘Star Wars’, ‘Jornada nas Estrelas’ e ‘Indiana Jones’, além de filmes como ‘Tron’, ‘Armageddon’ e os longas da Marvel. Misturando aventura, ação, drama e ficção-científica, lá pela metade o filme ganha até uma roupagem de comédia, bem estilo ‘Três Solteirões e um Bebê’, ou o chinês ‘Três Ladrões e um Bebê’. Se forçar, a gente vê até referência ao jogo ‘Among Us‘.
O filme de Sung-hee Jo é muito bem escrito e melhor ainda dirigido. Com exceção de uns três momentos em que temos a sensação de faltar uma cena para melhor continuidade, ‘Nova Ordem Espacial’ mantém um ritmo tão frenético, que hipnotiza o espectador logo após poucos minutos de exibição. As cenas de ação são intensas, a história é profunda, há uma crítica social de pano de fundo e a produção, como um todo, é de altíssima qualidade. Não fica atrás de nenhuma das franquias em que se inspira.
Embora centre seu enredo na história do protagonista Tae-ho, é o resto do grupo que se sobressai, com o robô Bubs sensível e a malandro e uma linda jornada pessoal; a capitã Jang, durona como o Capitão Gancho e doce como a Wendy; e a desenvoltura de Seon-kyu Jin, que conseguiu construir um sr. Park bruto, carismático e surpreendente, dono e proprietário das melhores cenas de ação bem estilo ‘Homem-Aranha’ e ‘O Exterminador do Futuro’.
‘Nova Ordem Espacial’ é um filmão que merecia ser visto nos cinemas. Dentro de casa, recomenda-se assistir na maior tela possível, não em celulares, e com o som bem alto, para uma total imersão nessa ficção-científica futurista sul-coreana. Com protagonistas envolventes, deixa ‘Os Guardiões da Galáxia’ e ‘Os Vingadores’ no chinelo! Tomara que venham novos filmes!