domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Nunca Mais Nevará – Drama envolvente traz final enigmático e bastante inesperado

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Como posso sentir o desconforto de terras estrangeiras se nem sequer lembro da minha? Indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza do ano passado, o longa-metragem polonês Nunca Mais Nevará (Sniegu juz nigdy nie bedzie, no original) é um drama envolvente onde sabemos mais pelo buraco da fechadura de algumas famílias, histórias, traumas e conflitos, através de um curioso personagem nascido sete anos antes mas em uma das cidades atingidas pelo terrível acidente nuclear em Chernobyl. Passando de casa em casa, em um condomínio de classe média alta na Polônia, percebe os dramas daqueles lugares parecidos por fora mas por dentro muito diferentes. Suas massagens viram quase uma sessão de desabafos ou até mesmo uma curiosa terapia que acaba servindo para quem desabafa e para o ouvinte. Dirigido pela cineasta Malgorzata Szumowska, tendo Michal Englert como co-diretor.



Na trama, conhecemos Zenia (Alec Utgoff), um jovem ucraniano que está na Polônia (não sabemos de maneira ilegal ou não) oferecendo seus serviços de massagem para um leque de famílias de um condomínio na Polônia. O personagem, bastante introspectivo e com dons no piano acaba virando um grande conselheiro e bastante querido por todos pelas suas ótimas sessões de massagens e energia que é levada de casa em casa. Por meio de lembranças curtas e noites mal dormidas, vemos conhecendo pouco a pouco esse intrigante personagem de poucas falas.

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As emoções perdidas e enraizadas à ação da hipnose. As habilidades de Zenia são apenas um pequeno detalhe desse roteiro repleto de mistério mas que não nos instigam a conhecê-los por completo, o que é um fato bastante interessante. O foco acaba sendo mesmo os dramas das famílias, somos olhos e ouvido do protagonista refletindo bastante sobre tudo o que percebemos atrás daquelas mesmas portas mas que por dentro possuem cada qual suas histórias: Uma mãe egoísta pela rotina e que não sabe que está sendo traída; uma mulher que dedica sua vida a seus cachorros; um doente com câncer avançado e sua esposa perdida na solidão; uma senhora amargurada pelo luto mãe de filho único; um ex-alta patente do exército e seus traumas.

O enigmático final é bastante inesperado mas chega para preencher as lacunas das incertezas, nem tudo precisa de respostas claras e objetivas quando as ações já dizem muito por si só.

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Como posso sentir o desconforto de terras estrangeiras se nem sequer lembro da minha? Indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza do ano passado, o longa-metragem polonês Nunca Mais Nevará (Sniegu juz nigdy nie bedzie, no original) é um drama envolvente onde sabemos mais pelo buraco da fechadura de algumas famílias, histórias, traumas e conflitos, através de um curioso personagem nascido sete anos antes mas em uma das cidades atingidas pelo terrível acidente nuclear em Chernobyl. Passando de casa em casa, em um condomínio de classe média alta na Polônia, percebe os dramas daqueles lugares parecidos por fora mas por dentro muito diferentes. Suas massagens viram quase uma sessão de desabafos ou até mesmo uma curiosa terapia que acaba servindo para quem desabafa e para o ouvinte. Dirigido pela cineasta Malgorzata Szumowska, tendo Michal Englert como co-diretor.

Na trama, conhecemos Zenia (Alec Utgoff), um jovem ucraniano que está na Polônia (não sabemos de maneira ilegal ou não) oferecendo seus serviços de massagem para um leque de famílias de um condomínio na Polônia. O personagem, bastante introspectivo e com dons no piano acaba virando um grande conselheiro e bastante querido por todos pelas suas ótimas sessões de massagens e energia que é levada de casa em casa. Por meio de lembranças curtas e noites mal dormidas, vemos conhecendo pouco a pouco esse intrigante personagem de poucas falas.

As emoções perdidas e enraizadas à ação da hipnose. As habilidades de Zenia são apenas um pequeno detalhe desse roteiro repleto de mistério mas que não nos instigam a conhecê-los por completo, o que é um fato bastante interessante. O foco acaba sendo mesmo os dramas das famílias, somos olhos e ouvido do protagonista refletindo bastante sobre tudo o que percebemos atrás daquelas mesmas portas mas que por dentro possuem cada qual suas histórias: Uma mãe egoísta pela rotina e que não sabe que está sendo traída; uma mulher que dedica sua vida a seus cachorros; um doente com câncer avançado e sua esposa perdida na solidão; uma senhora amargurada pelo luto mãe de filho único; um ex-alta patente do exército e seus traumas.

O enigmático final é bastante inesperado mas chega para preencher as lacunas das incertezas, nem tudo precisa de respostas claras e objetivas quando as ações já dizem muito por si só.

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