terça-feira , 5 novembro , 2024

Crítica | O Caso Richard Jewell – Grande elenco é o destaque em novo filme de Clint Eastwood

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Um dos maiores diretores da história, Clint Eastwood já viveu dias melhores. Desde que conquistou o Oscar de Melhor Filme com seu Menina de Ouro, vem mesclando grandes obras (Cartas de Iwo Jima e Snipper Americano) com outras bem problemáticas (A Troca e Além da Vida). Nos últimos anos, a situação ficou ainda pior com a realização apressada dos fracos A Mula e 15h17 – Trem para Paris.

O Caso Richard Jewell segue essa atual tendência de obras menos ambiciosas, com tramas mais intimistas, embora envolva um acontecimento grandioso. É verdade ainda que o longa é mais bem acabado que os projetos mais recentes do cineasta, que aqui conta com um elenco incrível para contar sua história.

O filme conta a história real de Richard Jewell (Paul Walter Hauser), um homem que sonha em ser policial e que ganha a vida aceitando pequenos trabalhos como segurança. Enquanto trabalhava nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, ele encontrou uma bomba em um parque local e logo foi alçado a um herói nacional. Com o passar dos dias, no entanto, Jewell passou a ser visto como um dos possíveis suspeitos do atentado, sendo acompanhado de perto pelo FBI e pela mídia.

Eastwood e o roteirista Billy Ray fazem a opção de contar a história através de Jewell, não investindo muito no debate se ele era ou não culpado. O interesse aqui está mais no drama do protagonista do que no suspense de uma eventual investigação.  

Sam Rockwell surge com destaque na pele do advogado Watson Bryant, que tentará ajudar Jewell, o que nem sempre é fácil, uma vez que a admiração deste último pelos agentes da lei muitas vezes faz com que seja solícito demais com que busca incriminá-lo. Hauser e Rockwell entregam atuações excelentes no longa, mas o destaque vai mesmo para a veterana Kathy Bates, que vive Bobi, mãe de Richard. Orgulhosa e super protetora com o filho, ela é uma das pessoas que mais sofre com a presença constante dos holofotes da imprensa e da política.

Jon Hamm, Olivia Wilde e Nina Arianda completam o elenco principal da produção. O trio está bem em cena, embora a personagem de Wilde seja um dos problemas mais claros do filme. Ela vive a jornalista que dá o furo de reportagem de que o FBI está investigando Jewell. A partir daí, toda a imprensa passa a olhar para o sujeito e a força policial se esforça para provar que ele é culpado. A jornalista é retratada de forma fútil, exagerada e nada ética. Em determinado momento, vemos a mesma oferecendo sexo em troca de uma informação. A situação fica ainda pior diante do fato da personagem real, Kathy Scruggs, não estar mais viva para se defender.

O Caso Richard Jewell é uma obra irregular, mas com muitos méritos. O principal é justamente prender a atenção do espectador por seus 129 minutos de duração. Para isso, conta com belos trabalhos de montagem (Joel Cox) e trilha sonora (Arturo Sandoval). Clint Eastwood segue sendo um diretor muito talentoso, mas, em alguns momentos, parece distorcer a história para encaixar suas visões pessoais de vida. A saga do homem simples que é engolido pelo Governo e pela Mídia é de fácil identificação. E o material que tinha em mãos era de fato valoroso, o que torna os exageros ainda mais incômodos.

É um filme sobre o jogo do poder, mas que vale mesmo pela vulnerabilidade do homem comum.

Filme visto durante a cobertura do Festival do Rio 2019

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O Caso Richard Jewell segue essa atual tendência de obras menos ambiciosas, com tramas mais intimistas, embora envolva um acontecimento grandioso. É verdade ainda que o longa é mais bem acabado que os projetos mais recentes do cineasta, que aqui conta com um elenco incrível para contar sua história.

O filme conta a história real de Richard Jewell (Paul Walter Hauser), um homem que sonha em ser policial e que ganha a vida aceitando pequenos trabalhos como segurança. Enquanto trabalhava nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, ele encontrou uma bomba em um parque local e logo foi alçado a um herói nacional. Com o passar dos dias, no entanto, Jewell passou a ser visto como um dos possíveis suspeitos do atentado, sendo acompanhado de perto pelo FBI e pela mídia.

Eastwood e o roteirista Billy Ray fazem a opção de contar a história através de Jewell, não investindo muito no debate se ele era ou não culpado. O interesse aqui está mais no drama do protagonista do que no suspense de uma eventual investigação.  

Sam Rockwell surge com destaque na pele do advogado Watson Bryant, que tentará ajudar Jewell, o que nem sempre é fácil, uma vez que a admiração deste último pelos agentes da lei muitas vezes faz com que seja solícito demais com que busca incriminá-lo. Hauser e Rockwell entregam atuações excelentes no longa, mas o destaque vai mesmo para a veterana Kathy Bates, que vive Bobi, mãe de Richard. Orgulhosa e super protetora com o filho, ela é uma das pessoas que mais sofre com a presença constante dos holofotes da imprensa e da política.

Jon Hamm, Olivia Wilde e Nina Arianda completam o elenco principal da produção. O trio está bem em cena, embora a personagem de Wilde seja um dos problemas mais claros do filme. Ela vive a jornalista que dá o furo de reportagem de que o FBI está investigando Jewell. A partir daí, toda a imprensa passa a olhar para o sujeito e a força policial se esforça para provar que ele é culpado. A jornalista é retratada de forma fútil, exagerada e nada ética. Em determinado momento, vemos a mesma oferecendo sexo em troca de uma informação. A situação fica ainda pior diante do fato da personagem real, Kathy Scruggs, não estar mais viva para se defender.

O Caso Richard Jewell é uma obra irregular, mas com muitos méritos. O principal é justamente prender a atenção do espectador por seus 129 minutos de duração. Para isso, conta com belos trabalhos de montagem (Joel Cox) e trilha sonora (Arturo Sandoval). Clint Eastwood segue sendo um diretor muito talentoso, mas, em alguns momentos, parece distorcer a história para encaixar suas visões pessoais de vida. A saga do homem simples que é engolido pelo Governo e pela Mídia é de fácil identificação. E o material que tinha em mãos era de fato valoroso, o que torna os exageros ainda mais incômodos.

É um filme sobre o jogo do poder, mas que vale mesmo pela vulnerabilidade do homem comum.

Filme visto durante a cobertura do Festival do Rio 2019

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