sexta-feira , 22 novembro , 2024

Crítica | O Chalé – Surpreendente Suspense Psicológico na pegada de ‘Hereditário’

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O que mais pode dar errado quando um pai tem a bri-lhan-te ideia de levar seus dois filhos pequenos para passar um feriado num chalé isolado de tudo e de todos cercado de neve para todos os lados? Esse é o conceito de ‘O Chalé’, suspense psicológico da Sony que estreia direto nas plataformas digitais no final de julho.



Aidan (Jaeden Martell) e Mia (Lia McHugh) são levados pelo pai, Richard (Richard Armitage) para passar o Dia de Ação de Graças com a nova namorada dele, Grace (Riley Keough) em um chalé da família. Poderia ser um bom momento de interação entre os quatro, não fosse o fato de Richard ter que passar uns dias fora a trabalho e as crianças ficarem aos cuidados de Grace, que mal as conhece. Então, situações inexplicáveis começam a acontecer durante a estadia dos três, e o que era para ser um feriado em família acaba se tornando um angustiante pesadelo sem fim.

Exibido no Festival de Sundance e no Festival do Rio em 2019, três coisas chamam a atenção de imediato em ‘O Chalé’: a belíssima fotografia, que molda uma narrativa própria do filme; o som, ao qual foi dado especial atenção, de modo que o espectador consegue ouvir com nitidez até mesmo o arrastar de um colar em cima da mesa, em oposição aos sussurros dos personagens; e as tomadas da filmagem, posicionadas por ângulos incomuns com uma câmera perspectivada, servindo como ferramenta essencial na construção da já mencionada fotografia.

O roteiro de Sergio Casci, Veronika Franz e Severin Fiala prende o espectador durante boa parte das uma hora e quarenta e oito minutos de duração do longa. Já na primeira sequência com Alicia Silverstone, por exemplo, acontece algo tão inesperado, que o espectador genuinamente se assusta. Até a metade do segundo ato o roteiro é bem empolgante, construindo uma boa atmosfera de suspense psicológico, provocando o espectador a se perguntar o que está acontecendo. Porém, na transição para a última parte do filme há uma barriga de uns vinte minutos que dão a sensação de estarem ali só para rechear o longa, pouco acrescentando ao todo.

Apesar desse pequeno desvio, os diretores Veronika Franz e Severin Fiala alcançam um ótimo resultado com ‘O Chalé’, misturando catolicismo e muita metáfora na elaboração de um thriller tenso, com diversas cenas chocantes e uma trama simples, cujo principal perigo é a possibilidade de acontecer com qualquer um de nós. É um filme para assistir e ficar com medinho depois.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Aidan (Jaeden Martell) e Mia (Lia McHugh) são levados pelo pai, Richard (Richard Armitage) para passar o Dia de Ação de Graças com a nova namorada dele, Grace (Riley Keough) em um chalé da família. Poderia ser um bom momento de interação entre os quatro, não fosse o fato de Richard ter que passar uns dias fora a trabalho e as crianças ficarem aos cuidados de Grace, que mal as conhece. Então, situações inexplicáveis começam a acontecer durante a estadia dos três, e o que era para ser um feriado em família acaba se tornando um angustiante pesadelo sem fim.

Exibido no Festival de Sundance e no Festival do Rio em 2019, três coisas chamam a atenção de imediato em ‘O Chalé’: a belíssima fotografia, que molda uma narrativa própria do filme; o som, ao qual foi dado especial atenção, de modo que o espectador consegue ouvir com nitidez até mesmo o arrastar de um colar em cima da mesa, em oposição aos sussurros dos personagens; e as tomadas da filmagem, posicionadas por ângulos incomuns com uma câmera perspectivada, servindo como ferramenta essencial na construção da já mencionada fotografia.

O roteiro de Sergio Casci, Veronika Franz e Severin Fiala prende o espectador durante boa parte das uma hora e quarenta e oito minutos de duração do longa. Já na primeira sequência com Alicia Silverstone, por exemplo, acontece algo tão inesperado, que o espectador genuinamente se assusta. Até a metade do segundo ato o roteiro é bem empolgante, construindo uma boa atmosfera de suspense psicológico, provocando o espectador a se perguntar o que está acontecendo. Porém, na transição para a última parte do filme há uma barriga de uns vinte minutos que dão a sensação de estarem ali só para rechear o longa, pouco acrescentando ao todo.

Apesar desse pequeno desvio, os diretores Veronika Franz e Severin Fiala alcançam um ótimo resultado com ‘O Chalé’, misturando catolicismo e muita metáfora na elaboração de um thriller tenso, com diversas cenas chocantes e uma trama simples, cujo principal perigo é a possibilidade de acontecer com qualquer um de nós. É um filme para assistir e ficar com medinho depois.

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