segunda-feira , 23 dezembro , 2024

Crítica | O Contador de Cartas – Oscar Isaac e Willem Dafoe Estrelam Thriller Cheio de Reviravoltas

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Filme visto no Festival do Rio 2022.

O mundo do baralho é um universo fascinante para muitas pessoas, pois, ao vermos os especialistas jogando, percebemos que essas pessoas têm um talento único, extremamente necessário para jogar esse tipo de jogo. Não é para qualquer um. É necessário que se tenha algumas habilidades – concentração, destreza, atenção, perspicácia, foco – e é preciso que se tenha todas elas juntas, do contrário, não se é um bom jogador. É nessa vibe que o espectador entra no mundo de ‘O Contador de Cartas’ , thriller de ação que teve exibição única numa sessão Telecine durante o Festival do Rio 2022 e que acaba de chegar para os assinantes da plataforma.



William Tell (Oscar Isaac) é um exímio jogador de baralho. Pôquer, truco, buraco, não importa: ele é bom, muito bom no que faz. Mas gosta de manter tudo low profile, ganhando pouco e sem causar alarde, para não chamar a atenção, pois tem um passado sombrio sobre o qual não gostaria de jogar luz. Após mais uma partida em que ele ganha tudo, é abordado por La Linda (Tiffany Haddish), uma caça-talentos do ramo que busca empresariar bons jogadores em busca de padrinhos ricos, dispostos a investir na carreira deles e dividir os lucros. Tell declina o convite, mas muda de ideia após conhecer o jovem Cirk (Tye Sheridan), filho de um antigo conhecido de seu passado, que demonstra determinação em se vingar de Gordo (Willem Dafoe). Numa tentativa de dissuadir o garoto, Tell decide entrar para o ramo do jogo profissional, certo de que conseguirá dinheiro suficiente para fazer com que Cirk mude de ideia.

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Cafona e arrastado, ‘O Contador de Cartas’ tenta construir um thriller com narração noir pela voz de Oscar Isaac, mas o resultado alcançado é uma hora e cinquenta minutos de soberba mal disfarçada. Escrito e dirigido por Paul Schrader (‘Temporada de Caça’) o filme tenta recuperar a simpatia ácida de ‘Taxi Driver, escrito por Schrader, mas o que alcança é uma historinha fraca, forçada e cheia de uma testosterona que não se justifica.

No intuito de construir um protagonista agradável, o roteiro o apresenta quase como um cara submisso, desinteressado no mundo, para, depois de uma hora, tentar fazer com que o espectador o aceite como um cara fodão, pegador, cheio de auto-confiança da noite para o dia. Tell fala que não é um contador de cartas (apesar do título do filme), mas, na prática, ele conta sim as cartas, adivinha absolutamente todas as jogadas possíveis no mundo não só porque passou anos se dedicando à técnica, mas também porque consegue ler as pessoas. Ainda por cima o background do personagem desanda para um caminho nada a ver, desnecessariamente sombrio e tortuoso, para justificar sua ausência no mundo e glorificar seus feitos finais. Fala sério.

Apesar da história zero envolvente e da atuação engessada e pouco convincente de Oscar Isaac (as cenas dele no telefone parecem de ator em início de carreira), ‘O Contador de Cartas’ é bem realizado, especialmente nas tomadas nos cassinos, mostrando o jogo em si. Um filme para passar o tempo, com um elenco conhecido e produzido executivamente por Martin Scorsese, para atrair o público.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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William Tell (Oscar Isaac) é um exímio jogador de baralho. Pôquer, truco, buraco, não importa: ele é bom, muito bom no que faz. Mas gosta de manter tudo low profile, ganhando pouco e sem causar alarde, para não chamar a atenção, pois tem um passado sombrio sobre o qual não gostaria de jogar luz. Após mais uma partida em que ele ganha tudo, é abordado por La Linda (Tiffany Haddish), uma caça-talentos do ramo que busca empresariar bons jogadores em busca de padrinhos ricos, dispostos a investir na carreira deles e dividir os lucros. Tell declina o convite, mas muda de ideia após conhecer o jovem Cirk (Tye Sheridan), filho de um antigo conhecido de seu passado, que demonstra determinação em se vingar de Gordo (Willem Dafoe). Numa tentativa de dissuadir o garoto, Tell decide entrar para o ramo do jogo profissional, certo de que conseguirá dinheiro suficiente para fazer com que Cirk mude de ideia.

Cafona e arrastado, ‘O Contador de Cartas’ tenta construir um thriller com narração noir pela voz de Oscar Isaac, mas o resultado alcançado é uma hora e cinquenta minutos de soberba mal disfarçada. Escrito e dirigido por Paul Schrader (‘Temporada de Caça’) o filme tenta recuperar a simpatia ácida de ‘Taxi Driver, escrito por Schrader, mas o que alcança é uma historinha fraca, forçada e cheia de uma testosterona que não se justifica.

No intuito de construir um protagonista agradável, o roteiro o apresenta quase como um cara submisso, desinteressado no mundo, para, depois de uma hora, tentar fazer com que o espectador o aceite como um cara fodão, pegador, cheio de auto-confiança da noite para o dia. Tell fala que não é um contador de cartas (apesar do título do filme), mas, na prática, ele conta sim as cartas, adivinha absolutamente todas as jogadas possíveis no mundo não só porque passou anos se dedicando à técnica, mas também porque consegue ler as pessoas. Ainda por cima o background do personagem desanda para um caminho nada a ver, desnecessariamente sombrio e tortuoso, para justificar sua ausência no mundo e glorificar seus feitos finais. Fala sério.

Apesar da história zero envolvente e da atuação engessada e pouco convincente de Oscar Isaac (as cenas dele no telefone parecem de ator em início de carreira), ‘O Contador de Cartas’ é bem realizado, especialmente nas tomadas nos cassinos, mostrando o jogo em si. Um filme para passar o tempo, com um elenco conhecido e produzido executivamente por Martin Scorsese, para atrair o público.

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