sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | O Declínio – Suspense da Netflix mostra como Sobreviver em Tempos Extremos

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Para viver, é preciso sobreviver. Essa é uma das primeiras frases ditas no novo suspense da Netflix, ‘O Declínio’. Com uma trama muito simples e bastante próxima da realidade que estamos vivendo agora, o thriller cativa por se aproximar da angústia do espectador. Timing certeiro? Oportunismo? A arte imita a vida? Talvez tudo isso ou nada disso, mas ‘O Declínio’ nos faz pensar no quê faríamos se estivéssemos na mesma situação.



O longa começa apresentando a família de Antoine (Guillaume Laurin) acordando no meio da noite se aprontando para fugir por alguma razão – e, em poucos instantes descobrimos que não há uma ameaça real, mas sim que essa família está treinando, há tempos, como sair correndo em caso de uma emergência e como sobreviver em tempos de crise. Antoine assiste a tutoriais no youtube sobre como conservar alimentos por tempo indeterminado, como e onde esconder coisas etc. Sua fixação em sobreviver é tamanha que ele acaba se inscrevendo no programa de sobrevivência desse youtuber, Alain (Réal Bossé), junto com outros participantes, num local completamente isolado de tudo, no meio das montanhas geladíssimas do Canadá.

O longa de Patrice Laliberté, que também escreveu o roteiro, é um thriller bem linear no quesito ritmo: a trama vai se desenrolando no mesmo compasso, sem ir e vir e nem correndo num ponto para desacelerar no outro. Na verdade, por ter apenas 1h23 minutos de duração, poderia até ter um pouquinho mais de cenas. Em contrapartida, ‘O Declínio’ consegue uns jump scares inesperados, que de fato surpreendem o espectador e que são colocados no enredo sem forçar a barra e sem anúncios prévios.

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A produção de baixo orçamento é reforçada pelas belas paisagens nevadas do Canadá, com tomadas aéreas que nos deslumbra e nos faz esquecermos que estamos vendo um suspense. Ah, e a música dos créditos finais lembra muito a Björk, embora não seja ela quem canta.

O grande trunfo de ‘O Declínio’ é se basear na paranoia e na angústia do cidadão em eterno aguardo pelo fim do mundo. Pense quantas vezes você já recebeu memes, correntes, mandingas e previsões sobre um suposto fim do mundo. Pois é. Só que ninguém sabe (ou sabia) como esse fim do mundo virá – se por uma guerra mundial, ou pelo aquecimento global, ou pela super população no planeta em oposição à escassez de alimentos, ou se simplesmente por um vírus mortal irá assolar o planeta. Ninguém sabe, e, por isso, é melhor se preparar, imaginando todos os cenários possíveis, antecipando problemas e se treinando para resolver todo tipo de situação. Embora pareça uma fixação, tem gente que realmente leva esse tipo de pensamento a sério. E, claro que com a atual situação de reclusão social nós todos estamos repensando nossos comportamentos e se estamos realmente preparados para encarar não só a pandemia atual, mas qualquer outra situação de colapso econômico que possa ocorrer no futuro.

O Declínio’ é um bom suspense de entretenimento, que pode ser assistido a qualquer hora do dia e, de quebra, traz uma reflexão sobre quem escolhemos estar ao nosso lado na hora do fim do mundo. Tomara que a gente esteja preparado.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Para viver, é preciso sobreviver. Essa é uma das primeiras frases ditas no novo suspense da Netflix, ‘O Declínio’. Com uma trama muito simples e bastante próxima da realidade que estamos vivendo agora, o thriller cativa por se aproximar da angústia do espectador. Timing certeiro? Oportunismo? A arte imita a vida? Talvez tudo isso ou nada disso, mas ‘O Declínio’ nos faz pensar no quê faríamos se estivéssemos na mesma situação.

O longa começa apresentando a família de Antoine (Guillaume Laurin) acordando no meio da noite se aprontando para fugir por alguma razão – e, em poucos instantes descobrimos que não há uma ameaça real, mas sim que essa família está treinando, há tempos, como sair correndo em caso de uma emergência e como sobreviver em tempos de crise. Antoine assiste a tutoriais no youtube sobre como conservar alimentos por tempo indeterminado, como e onde esconder coisas etc. Sua fixação em sobreviver é tamanha que ele acaba se inscrevendo no programa de sobrevivência desse youtuber, Alain (Réal Bossé), junto com outros participantes, num local completamente isolado de tudo, no meio das montanhas geladíssimas do Canadá.

O longa de Patrice Laliberté, que também escreveu o roteiro, é um thriller bem linear no quesito ritmo: a trama vai se desenrolando no mesmo compasso, sem ir e vir e nem correndo num ponto para desacelerar no outro. Na verdade, por ter apenas 1h23 minutos de duração, poderia até ter um pouquinho mais de cenas. Em contrapartida, ‘O Declínio’ consegue uns jump scares inesperados, que de fato surpreendem o espectador e que são colocados no enredo sem forçar a barra e sem anúncios prévios.

A produção de baixo orçamento é reforçada pelas belas paisagens nevadas do Canadá, com tomadas aéreas que nos deslumbra e nos faz esquecermos que estamos vendo um suspense. Ah, e a música dos créditos finais lembra muito a Björk, embora não seja ela quem canta.

O grande trunfo de ‘O Declínio’ é se basear na paranoia e na angústia do cidadão em eterno aguardo pelo fim do mundo. Pense quantas vezes você já recebeu memes, correntes, mandingas e previsões sobre um suposto fim do mundo. Pois é. Só que ninguém sabe (ou sabia) como esse fim do mundo virá – se por uma guerra mundial, ou pelo aquecimento global, ou pela super população no planeta em oposição à escassez de alimentos, ou se simplesmente por um vírus mortal irá assolar o planeta. Ninguém sabe, e, por isso, é melhor se preparar, imaginando todos os cenários possíveis, antecipando problemas e se treinando para resolver todo tipo de situação. Embora pareça uma fixação, tem gente que realmente leva esse tipo de pensamento a sério. E, claro que com a atual situação de reclusão social nós todos estamos repensando nossos comportamentos e se estamos realmente preparados para encarar não só a pandemia atual, mas qualquer outra situação de colapso econômico que possa ocorrer no futuro.

O Declínio’ é um bom suspense de entretenimento, que pode ser assistido a qualquer hora do dia e, de quebra, traz uma reflexão sobre quem escolhemos estar ao nosso lado na hora do fim do mundo. Tomara que a gente esteja preparado.

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Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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