terça-feira, abril 16, 2024

Crítica | O Exterminador do Futuro: Gênesis

I’ll be back… Ever!

A cinessérie O Exterminador do Futuro (ou Terminator, no original), criada por James Cameron, que confessou beber de várias mídias do gênero da ficção cientifica quando a concebeu, tornou-se um grande sucesso dentro da cultura pop logo no primeiro longa lançado em 1984. E ganhou proporções inimagináveis com a chegada de O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991), obra que deu outro rumo ao que se pode chamar de blockbuster. A terceira parte era só questão de tempo, quando Cameron vendeu os direitos da marca, quase doze anos depois do segundo capítulo, foi lançado O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (2003), o exemplo claro de um trabalho sem alma ou esmero. Nem mesmo com O Exterminador do Futuro – A Salvação (2009), que trazia um elenco cheio de estrelas e tinha uma proposta particular, vemos a franquia ganhar fôlego.

E para que o símbolo não morresse de vez, chega aos cinemas O Exterminador do Futuro: Gênesis, pela Paramount Pictures, que resgata os episódios envolvendo Sarah Connor e Kyle Reese, e traz de volta o ícone Arnold Schwarzenegger. Os fatos ocorridos no ano de 1984 são alterados quando John Connor envia para o passado, ainda na infância de sua mãe, uma espécie de Guardião, que a ensinará como sobreviver da futura ameaça chamada Skynet. Invertendo a situação, Reese acaba sendo ajudado e até protegido pela jovem que iria se tornar a simples garçonete de Los Angeles.

173730.jpg-r_640_600-b_1_D6D6D6-f_jpg-q_x-xxyxx

Quando o primeiro teaser-trailer de Gênesis foi solto, pouco se entendeu a respeito da proposta que os produtores seguiriam, seria um reboot total ou continuaria a história de outro modo? A duvida aumentou quando se viu o modelo T-1000 presente ainda na década oitentista, ou com a chegada de um novo John Connor. A primeira vista, pareceu um roteiro ousado para os parâmetros hollywoodianos que estamos acostumados. Juntando isso ao casting, os excelentes efeitos destacados e as generosas declarações do próprio James Cameron, a expectativa era positiva sobre o troço.

Dirigido por Alan Taylor, que veio do mediano Thor: O Mundo Sombrio (2013), o filme tem um primeiro ato realmente promissor, ao refazer cenas do título original com perfeição. A recriação gráfica do jovem Schwarzenegger está bem convincente, apesar de alguma estranheza ser notada. Os ângulos de câmera e a direção de arte também nos fazem voltar no tempo, e a cena em que vemos John Connor escolher e enviar Kyle Resse para o passado, acaba sendo bem interessante para os fãs de longa data. Bem como o elenco parece conectado com a proposta fílmica, convencendo e envolvendo o espectador.

205962.jpg-r_640_600-b_1_D6D6D6-f_jpg-q_x-xxyxx

Os problemas começam a surgir quando as novas ideias do roteiro, assinado pela dupla Laeta Kalogridis e Patrick Lussier, são postas em prática. Tudo parece muito perdido e confuso, até pouco funcional. As analogias temporais acabam sendo rasteiras, já que a suspensão de descrença precisa ser constantemente exigida. Até a trilha sonora de Lorne Balfe parece requentada. Ou seja, nesses aspectos, a fita peca bastante. Inclusive, há incoerências grosseiras no texto apresentando [Cuidado, as citações a seguir contém spoilers, caso não tenha interesse, pule para o próximo parágrafo.], como o fato do T-800 retornar após o sacrifício, ou a Skynet sobreviver a explosão, dando ideia que de nada daquilo adiantou.

Por outro lado, Taylor dá um dinamismo narrativo e tanto ao filme, que por assim flui organicamente e consegue prender o público na trama deveras maluca. As muitas tomadas de ação e perseguição mostram-se interessantes e pulsantes. O tom cômico é outra boa surpresa do longa, e isto acontece graças ao estrondoso carisma de Arnold Schwarzenegger. Este que em cena parece se divertir bastante voltando ao papel que o consagrou para sempre na sétima arte. O resto do elenco igualmente não compromete – o caso do casal Jai Courtney e Emilia Clarke, que apesar de serem geralmente criticados, cumprem bem suas funções. Jason Clarke e J.K. Simmons também somam positivamente.

206899.jpg-r_640_600-b_1_D6D6D6-f_jpg-q_x-xxyxx

Não deixe de assistir:

No fim das contas, O Exterminador do Futuro: Gênesis soa como mais uma continuação inócua da franquia, artisticamente falando, bem como as duas que o precede. Deve cumprir seu propósito de entreter e fazer referência aos dois primeiros jovens clássicos, como também servir de base para futuras continuações, por poder ser considerado um reboot. Resta saber quando a sequência sairá, já que em 2019 os diretos de Terminator voltam para as mãos de seu criador, que estará ocupado no mundo de Pandora, por longos anos.

Mais notícias...

Wilker Medeiroshttps://www.youtube.com/imersaocultural
Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
370,000SeguidoresSeguir
1,500,000SeguidoresSeguir
183,000SeguidoresSeguir
158,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS