domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | O Grande Ivan: Original Disney+ é uma encantadora jornada para crianças e adultos

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Entre alegóricos espetáculos circenses, existem histórias pouco narradas. Abafadas por grandiosas jaulas que restringem toda a sua liberdade, muitos animais selvagens viveram seus dias distantes do seu habitat natural, para o puro entretenimento humano. Essa dura realidade, que se estendeu por séculos, ganha uma percepção diferente pela ótica de O Grande Ivan, nova aventura dramática original do Disney+. Produzida também dublada por Angelina Jolie, a produção resgata a história verídica de um gorila criado como gente, que surpreendeu o mundo por sua apaixonante habilidade artística. E aqui, em uma paráfrase da vida real, Ivan desenha o sonho de uma vida colorida que lhe fora negada desde a sua infância.



Como um conto mais simbólico e metafórico para encantar o público infantil, o livro escrito por K. A. Applegate, na qual o drama é baseado, visa trazer uma visão mais fantabulosa daquilo que um dia realmente estampou as manchetes dos jornais norte-americanos. Dando voz e cor aos anseios de Ivan e de sua trupe de colegas bichanos que também se apresentavam no circo de um shopping, a trama visa contar a história pela perspectiva de quem a viveu na pele. E se apropriando do antropomorfismo como a linguagem ideal para tal, o roteirista Mike White traz as páginas literárias à vida, em uma produção capaz de cativar até mesmo o coração mais insensível.

Sob a habilidosa direção de Thea Sharrock, animais em CGI e humanos interagem entre si, em um espetáculo visual que é de encher os olhos. Detalhista desde a construção dos traços e linguagem corporal dos bichanos à expressividade facial que beira um realismo impressionante, O Grande Ivan é grandioso em absolutamente tudo e conta com um elenco poderoso de dubladores, composto por Sam Rockwell, Brooklynn Prince, Chaka Khan, Danny DeVito, Helen Mirren e Phillipa Soo. Conquista os pequenos mediante dinâmica entre os personagens que formam a atração do circo e cativa os adultos pela elaborada reflexão que alicerça o filme do começo ao fim. Em essência, o longa feito para todos e traz uma mensagem poderosa para cada um dos tipos de público.

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Fazendo um hibridismo entre a leveza do humor sem censura com um drama particular que envolve relações familiares rompidas e problemas genuínos da vida real (como crise financeira), a produção é uma combinação equilibrada e quase impecável entre o drama, o espírito aventureiro e até mesmo o fator documental. Projetando os seus holofotes para a pontual questão de enjaulamento de animais selvagens para fins lucrativos, O Grande Ivan segue atual em toda sua abordagem, à medida que ainda explora o evidente problema que os circos passaram a enfrentar quando olhos do mundo voltaram-se para a atrocidade que era forçar animais selvagens a performaram espetáculos espalhafatosos.

Sensível e delicado do começo ao fim, o filme ainda consegue desenvolver habilmente as complexas camadas do protagonista vivido por Bryan Cranston. Aqui, ele dá vida a Mack, um homem que guarda um passado dolorido e vive um presente solitário, fazendo da sua maior alegria o ato de alegrar os outros com seu circo animalesco. Aquém ao problema socioambiental que seu trabalho exerce, ele é uma figura repleta de camadas, mais percebidas pela audiência mais adulta. Nem vilão e nem mocinho, ele é um homem que faz o que pode com o que possui e conquista o público por profundidade emocional e relacional em tudo que faz. Sob a caracterização do premiado Cranston, o que poderia ser um personagem sem carisma e afeição popular, se transforma em uma figura identificável e compreensível.

E essa mesma didática é aplicada em todas as esferas da produção, principalmente na relação humanos-animais. Com uma abordagem perspicaz feita por Sharrock e White, o longa se consolida como uma experiência sinestésica diferenciada. Nos colocando em uma posição privilegiada onde somos capazes de sentir as dores de ambos os grupos de personagens, somos induzidos a uma auto reflexão sobre o nosso papel diante da natureza, conforme nos emocionamos à medida que a trama escalona diante dos nossos olhos. Com uma coloração elaborada que protege o verde de todo o filme – guardando-o apenas para o grande clímax do personagem Ivan, O Grande Ivan é muito mais do que puro entretenimento familiar. É também uma linda aula sobre responsabilidade e sensibilidade socioambiental.

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Crítica | O Grande Ivan: Original Disney+ é uma encantadora jornada para crianças e adultos

Entre alegóricos espetáculos circenses, existem histórias pouco narradas. Abafadas por grandiosas jaulas que restringem toda a sua liberdade, muitos animais selvagens viveram seus dias distantes do seu habitat natural, para o puro entretenimento humano. Essa dura realidade, que se estendeu por séculos, ganha uma percepção diferente pela ótica de O Grande Ivan, nova aventura dramática original do Disney+. Produzida também dublada por Angelina Jolie, a produção resgata a história verídica de um gorila criado como gente, que surpreendeu o mundo por sua apaixonante habilidade artística. E aqui, em uma paráfrase da vida real, Ivan desenha o sonho de uma vida colorida que lhe fora negada desde a sua infância.

Como um conto mais simbólico e metafórico para encantar o público infantil, o livro escrito por K. A. Applegate, na qual o drama é baseado, visa trazer uma visão mais fantabulosa daquilo que um dia realmente estampou as manchetes dos jornais norte-americanos. Dando voz e cor aos anseios de Ivan e de sua trupe de colegas bichanos que também se apresentavam no circo de um shopping, a trama visa contar a história pela perspectiva de quem a viveu na pele. E se apropriando do antropomorfismo como a linguagem ideal para tal, o roteirista Mike White traz as páginas literárias à vida, em uma produção capaz de cativar até mesmo o coração mais insensível.

Sob a habilidosa direção de Thea Sharrock, animais em CGI e humanos interagem entre si, em um espetáculo visual que é de encher os olhos. Detalhista desde a construção dos traços e linguagem corporal dos bichanos à expressividade facial que beira um realismo impressionante, O Grande Ivan é grandioso em absolutamente tudo e conta com um elenco poderoso de dubladores, composto por Sam Rockwell, Brooklynn Prince, Chaka Khan, Danny DeVito, Helen Mirren e Phillipa Soo. Conquista os pequenos mediante dinâmica entre os personagens que formam a atração do circo e cativa os adultos pela elaborada reflexão que alicerça o filme do começo ao fim. Em essência, o longa feito para todos e traz uma mensagem poderosa para cada um dos tipos de público.

Fazendo um hibridismo entre a leveza do humor sem censura com um drama particular que envolve relações familiares rompidas e problemas genuínos da vida real (como crise financeira), a produção é uma combinação equilibrada e quase impecável entre o drama, o espírito aventureiro e até mesmo o fator documental. Projetando os seus holofotes para a pontual questão de enjaulamento de animais selvagens para fins lucrativos, O Grande Ivan segue atual em toda sua abordagem, à medida que ainda explora o evidente problema que os circos passaram a enfrentar quando olhos do mundo voltaram-se para a atrocidade que era forçar animais selvagens a performaram espetáculos espalhafatosos.

Sensível e delicado do começo ao fim, o filme ainda consegue desenvolver habilmente as complexas camadas do protagonista vivido por Bryan Cranston. Aqui, ele dá vida a Mack, um homem que guarda um passado dolorido e vive um presente solitário, fazendo da sua maior alegria o ato de alegrar os outros com seu circo animalesco. Aquém ao problema socioambiental que seu trabalho exerce, ele é uma figura repleta de camadas, mais percebidas pela audiência mais adulta. Nem vilão e nem mocinho, ele é um homem que faz o que pode com o que possui e conquista o público por profundidade emocional e relacional em tudo que faz. Sob a caracterização do premiado Cranston, o que poderia ser um personagem sem carisma e afeição popular, se transforma em uma figura identificável e compreensível.

E essa mesma didática é aplicada em todas as esferas da produção, principalmente na relação humanos-animais. Com uma abordagem perspicaz feita por Sharrock e White, o longa se consolida como uma experiência sinestésica diferenciada. Nos colocando em uma posição privilegiada onde somos capazes de sentir as dores de ambos os grupos de personagens, somos induzidos a uma auto reflexão sobre o nosso papel diante da natureza, conforme nos emocionamos à medida que a trama escalona diante dos nossos olhos. Com uma coloração elaborada que protege o verde de todo o filme – guardando-o apenas para o grande clímax do personagem Ivan, O Grande Ivan é muito mais do que puro entretenimento familiar. É também uma linda aula sobre responsabilidade e sensibilidade socioambiental.

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